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Vários – “Insurrectos”

PÚBLICO QUARTA-FEIRA, 24 OUTUBRO 1990 >> Pop Rock >> LP’s


VÁRIOS
Insurrectos
LP e MC, Área Total



Portugueses, jovens e quase todos deprimidos. São bandas marginais à procura de um lugar ao sol, embora para elas faça sempre mau tempo. Outros nomes, mais conhecidos, aproveitam para fazer algumas experiências longe das cedências que o mercado impõe. Como João Peste e Flak, divertidos na contemplação do umbigo. O primeiro num poema fonético que mistura vozes e línguas sortidas, sem rede sem suporte instrumental, o guitarrista, perdido em interessantes abstrações eletrónicas querendo com isso dizer que os Rádio Macau não lhe esgotam a veia criativa. Os Ocaso Épico, ou seja Farinha, são como quase sempre imprevisíveis e experimentais-foleiros. Não lembra ao diabo misturar as percussões metálicas dos Einstuerzende Neubauten com a voz portuense de um empregado de mesa. Para Farinha a associação é mais que lógica – “Um café e um Neubauten”? Porque não? Sempre pops, os Requiem pelos Vivos, prosseguem, em “Dança dos Golfinhos”, a metódica tarefa de reciclagem dos Heróis do Mar. Os Mão Morta estão bem obrigado, isto é, estão mal. No seu caso quanto pior melhor. Adolfo Luxúria Canibal aproveita, em “Véus Caídos”, para destilar mais uma dose de veneno. Do contingente negro da Guarda só os nomes são arrepios: Deadly Gas, Nihil Aut Mors, Pervertidos da Fé. Infernos Joy Division em cujas fileiras há um sem número de Ian Curtis à procura de corda para se enforcar. Não há anjo da Guarda que os proteja. Os Gabardine 12 também cabisbaixos, vingam-se com o divertido da designação. Serão a réplica lusíada das Raincoats? E que dizer da Morte do Régio com um título tão sugestivo como “A Verdade Pura como o Cálice da Nascente Contrária” com texto de “Eu Sou”, produção de “Eu” e a frase “O Régio ou ‘Eu sou eu ou não!?’” Régio, não sei quem te possa responder. Compare-se o título anterior com o “Yuppie Yuppie, lá lá lá” dos M’as Foice, que não se levam tão a sério e até conseguem ser engraçados. Finalmente os More República Masónica voltam a conspirar com a ajuda do rock ‘n’ roll e da turbina Hawkwind. Insurrectos são uns mais do que outros. A maioria só um poucochinho. Aos portugueses jovens e músicos sobre em entusiasmo e espírito de iniciativa o que escasseia em ousadia e originalidade. À cena alternativa falta ainda muito espaço para ser área total. **

Tocam Guitarra Mas Não São Guitarristas: Flak + Fernando Cunha – Entrevista –

06.03.1998
Tocam Guitarra Mas Não São Guitarristas
O Outro Lado Existe
Fernando Cunha, guitarrista dos Delfins, e Flak, antigo guitarrista dos Rádio Macau, vão lançar os seus álbuns de estreia a solo, intitulados “O Invisível” e “Flak”. O primeiro está cheio de estrelas convidadas, instalando-se confortavelmente no cadeirão do “mainstream”. O segundo investe no psicadelismo e na reconversão do “easy listening”.

Nem um nem outro se consideram verdadeiros guitarristas, mas antes compositores de canções. Mais ou menos afastados da ortodoxia, tanto Flak como Fernando cunha renegam o hermetismo do discurso. Os seus heróis e amigos é que pertencem a círculos diferentes.

FLAK

FM – considera-se um guitarrista ou outra coisa qualquer?

FLAK – Estou mais exposto como guitarrista. Nos tempos de escola comecei por tocar bateria. Depois houve um assalto à sala de ensaios e ficámos todos sem o material. Fiquei sem a bateria e comecei a tocar guitarra. Sempre toquei guitarra, não como guitarrista, mas porque era um instrumento que me permitia compor canções.

FM – tornou-se conhecido nos Rádio Macau, um grupo de rock, mas a partir de determinada altura começou a notar-se que os seus horizontes musicais earm outros…

FLAK – Nos anos 90 resolvi que me queria dedicar à música. não queria pertencer só a uma banda de rock daquelas que chegam aos 30 anos e cada um vai fazer outras coisas porque a música já não dá. Fui alargando os meus horizontes musicais, perceber por queé que tocava aquele tipo de música. Comecei a estudar música e a frequentar o Hot Club, não para tocar jazz, mas para aprender determinadas ideias sobre harmonia. E ouvia música clássica, música contemporânea, música improvisada. E guitarristas como Fred Frith e Robert Fripp. A música pop e rock já não me chegavam.

FM – Quando começou a integrar a electrónica na sua música?

FLAK – Foi na mesma altura. Aliás, coincidente com uma viragem no som dos Rádio Macau através da utilização de samplers e de computador. Antes de usar samplers, já fazia outro tipo de montagens, em fita magnética e gravadores de quatro pistas. Só mais tarde é que tive dinheiro para comprar um sampler, um Akai que, na altura, era caríssimo. Juntei o dinheiro todo para o comprar. A partir daí tenho-o usado sempre. Mais do que tocar, gosto de ouvir as coisas que faço. Aliás, muitas vezes, tocar desconcentra-me um bocado, tira-me a noção do conjunto.

FM – Porque é que demorou tanto tempo a gravar um disco a solo?

FLAK – A certa altura propus-me fazer um disco em que eu próprio iria cantar as canções. Nos Rádio Macau limitava-me a tocar e a compor. Teria sido mais fácil para mim ir para outra área, mais instrumental, mas resolvi cantar. só que não tinha experiência. Então arranjei uma banda. Não eram muito bons músicos, mas eram músicos que escolhi mais por empatia e porque tinham paciência para me aturar. E comecei a cantar, a princípio, muito mal. Mas resolvi não desistir. Com os concertos, as coisas foram melhorando, nas demos fui colocando a voz de maneira mais satisfatória. Até chegar a uma altura em que achei que estava em condições de gravar.

FM – O ambiente geral de “Flak” aponta para uma revisão psicadélica, em particular nas quase citações aos Pink Floyd com Syd Barrett.

FLAK – Quis juntar no formato de canções pop todas as coisas de que gostava. Há 15 anos ouvi pela primeira vez, em cassete, “The Piper at the Gates of Dawn”, dos Pink Floyd, que adorei. Naquela altura, costumava dizer à Xana que haveria de fazer um dia um disco assim. Sabia que era impossível fazê-lo com os Rádio Macau. Depois houve a coincidência de no princípio dos anos 90 surgirem bandas que recuperavam algumas noções do passado, como os Mercury Rev ou os Boo Radleys, que misturavam as guitarras “noise” ao tipo de sons do “Sgt. Peppers” ou do “Pet Sounds”.

FM – Noutros temas do álbum, é notória uma apropriação da estética do “easy listening”, à luz dos anos 90, de bandas como os Stereo lab e os High Llamas…

FLAK – Gosto dessas duas bandas, mas não foi nada intencional. Tem tudo a ver com sonoridades que vêm de trás. Pode encontrar-se essa influência até em bandas como os Blur. Mas o disco inclui outro tipo de coisas, desmontagens várias, ou aproximações ao “trip-hop”.

FM – Os textos que canta parecem não fazer sentido para além do som das palavras. Foi esse aspecto fonético que o interessou?

FLAK – Quase todos os textos foram construídos com base em “cut-ups”. Utilizei aquela ideia da linguagem que é um vírus que veio do espaço. Resolvi cortar uma quantidade de frases e ir colando nas músicas. À medida que ia ouvindo as gravações, ia juntando mais frases, até ter o caixote do lixo cheio de frasezinhas cortadas que iam sendo substituídaspor outras. As letras nem sequer vão surgir na capa do disco.

FM – “Flak” é uma “trip” sonora que parece ter sido feita de propósito para ouvidos alterados pelo ácido…

FLAK – Sob o efeito de drogas as coisas soam sempre de outra maneira. Tem a ver com as pessoas. Eu tenho muita sorte, não tenho qualquer síndrome de dependência. Acho que já experimentei as drogas todas, pelo menos as que são acessíveis, e nunca fiquei dependente. E não há droga que eu tome regularmente. Mas é verdade que, quando comecei a ouvir música, a droga teve um bocado de influência. Até 1974, 75, havia muita erva. Quando fumava aquela erva angolana ouvia determinados sons que não conseguia ouvir quando estava no estado normal. Fumava, punha o disco e ficava a ouvir horas e horas, quase que ouvia, ou imaginava, os dedos do teclista a tocar nos teclados…

FM – Concorda que a música de uma geração corresponde sempre ao tipo de droga que está mais em voga?

FLAK – Sim. apesar de neste momento as coisas estarem mais comercializadas. As pessoas agora são levadas por determinados caminhos, não porque elas escolham, mas porque o aspecto social as empurra para esses caminhos. A música dos anos 60 tinha muito a ver com o ácido, aquelas bandas todas da West Coast, os Grateful Dead e, do outro lado, os Pink Floyd, com o Syd Barrett. Uma coisa acabava por modelar a outra. Se calhar, se não estivesse debaixo daquelas drogas ninguém suportar aqueles longos solos de guitarra das “acid jams”. Havia um determinado estado de espírito, um tempo de concentração próprio. Hoje já não tenho paciência para aturar um improviso de meia hora.

FM – Então que discos é que costuma ouvir? Quais foram os últimos?

FLAK – Ouço todos os tipos de música e compro regularmente discos. Tantos que é difícil apontar um. O último que comprei foi o dos Air. Ouvi outro, de um músico americano, Todd Levin, com a orquestra Sinfónica de Londres, para a Deutsch Gramophon, com uma batida de dança, de “disco”. Não sei como é que conseguiu editar aquilo na Deutsch Gramophon…

FM – Considera-se um músico “outsider”?

FLAK – Sou completamente “outsider” por uma razão: para as pessoas que gostam de música mais “mainstream”, a minha música é um bocado esquisita, e para as vanguardas sempre fui olhado como um músico pop.

FERNANDO CUNHA

FM – Tendo estado ligado a grupos de grande projecção mediática, como os Resistência, e no presente aos Delfins, não deve ter esse tipo de problemas?

FERNANDO CUNHA – É preciso não esquecer que os Delfins, no início da carreira, foram considerados um grupo de “personas non gratas”, embora já fizessem o mesmo tipo de canções que fazem actualmente…

FM – Gravou este seu primeiro disco a solo por algum problema de afirmação do ego?
FERNANDO CUNHA – Não. O disco nasceu muito para trás, em 1992, na sequência do sucesso dos Resitência. Houve na altura um interesse da editora para que eu e o Miguel Ângelo assinássemos um contrato para um disco a solo. Sem uma data fixa de edição e com total liberdade estética. Fui adiando enquanto pude, até que tive mesmo que cumprir o contrato, desse por onde desse…
É óbvio que num disco destes, posso fazer mais coisas além das que faço nos Delfins. Por exemplo, o luxo de poder convidar todos os amigos que quis. [N.R.: E são de peso, alguns destes amigos: Miguel Ângelo, Pedro Ayres de Magalhães, Olavo Bilac, Marta Dias, General D, Boss A.C., Afrikan Voices e Rui Velosos, entre outros.]

FM – Mas não gostava de ser uma estrela?

FERNANDO CUNHA – Nos Delfins, eu e o Miguel sempre fizemos uma dupla fortíssima, porque cada um sabe perfeitamente qual é o seu lugar. O Miguel é quem aguenta apressão mediática, o que me liberta para poder produzir os discos. Além disso, qualquer um que faça parte dos Delfins acaba por ser já uma estrelinha [risos]. Ser o “front man”? Já passei por isso, um bocadinho, nos Resistência. Eram uma quantidade de “front men”, mas a música que calhou ser eu a cantar, “Não sou o único”, dos Xutos, foi a que teve maior sucesso do álbum…
Nessa altura nem podia andar na rua, toda a gente me reconhecia.

FM – “O Invisível” não é propriamente um disco de guitarras…

FERNANDO CUNHA – É um disco de canções pop em que todos os instrumentais foram construídos primeiro. Por essa razão, os primeiros exemplares vão incluir um segundo disco de oferta só com essas partes. Provavelemente poderei fazer remisturas a partir delas. As melodias que lá estão são diferentes das que foram depois aproveitadas pelas vozes.

FM – Então também não se considera um guitarrista, como o Flak?

FERNANDO CUNHA – Não, nunca me considerei um guitarrista, em termos de instrumentista, ou de “guitar hero”. Aliás, comecei por tocar baixo. Só passei para a guitarra porque contratámos outro músico para o baixo, que tocava melhor do que eu, e não havia ninguém para tocar guitarra. Mas o que eu gosto mesmo de fazer é de escrever canções.

Fernando Cunha – 10 Estrelas Para Um Produtor
1986 – Produz “Libertação”, dos Delfins.
1987 – Produz “U Outro Lado Existe”, dos Delfins.
1990 – Produz “Desalinhados”, dos Delfins.
1990 – Integra o projecto Resistência, do qual produz alguns temas.
1993 – Produz “Ser Maior – Uma História Natrural”, dos Delfins.
1995 – Produz o álbum de estreia dos Pólo Norte, “Expedição”.
1995 – Produz a estreia dos Santos e Pecadores, “Onde Estás”.
1996 – Produz “O Caminho da Felicidade”, dos Delfins.
1997 – Produz “Saber Amar”, dos Delfins.
1997 – Produz “Os Químicos do Céu”, dos Astronautas.

Flak – 10 Estrelas Para Um Conceptualista
1983 – Forma os Rádio Macau com Xana e Alex.
1984 – Grava o primeiro álbum da banda, do qual é o principal compositor.
1988 – Produz o primeiro disco dos Requiem Pelos Vivos.
1988/89 – Colabora no jornal “Sete”, onde escreve crónicas semanais.
1989 – Produz o quarto álbum dos Rádio Macau, “O Rapaz do Trapézio Voador”. Toca com os Sétima Legião.
1990 – Forma A Máquina do Almoço Dá Pancadas, com os quais participa na colectânea “Em Tempo Real”.
1992 – Produz o quinto álbum dos Rádio Macau, “A Marca Amarela”. Actua ao vivo com os Palma’s Gang e integra o projecto Plopoplot Pot.
1994 – Produz o primeiro CD a solo de Xana.
1995 – Participa na colectânea “Espanta Espíritos” com o tema “Mais”.
1997 – Participa no álbum de Sérgio Godinho, “Domingo no Mundo”.

Flak – Flak

10.04.1998
Portugueses
Flak Floyd
Flak
Flak (8)
BMG, distri. BMG

No seu primeiro álbum fora dos Rádio Macau, Flak criou um “flower pot” colorido que verte a memória dos Pink Floyd psicadélicos para um mundo de canções pop sem idade. Um truque de prestidigitador.

O disco de estreia doa ntigo guitarrista dos Rádio Macau abre com uma cacofonia saturada de efeitos ao estilo dos Negativland, acerta o passo com uma batida de hip hop e entra em velocidade de cruzeiro numa vocalização lisérgica que se relifga de imediato aos anos de viagem dos anos 60 e, em particular, aos delírios em “slow motion” de Syd Barrett. Flak tem heróis, isso percebe-se, mas tem igualmente uma inteligência que lhe permite reconverter os pedaços de memória que recolheu na sua juventude num discurso articulado, semeado de provocações e pequenos prazeres em simultâneo, construído sobre o fio da navalha do experimentalismo e pleno de uma sensibilidade cem por cento pop.
Como ele próprio admite, “está no meio” do underground e da pop. Numa linhagem nobre de excêntricos que vai de Kevin Ayers e Daevid Allen a R. Stevie Moore. O tema seguinte, “A Dama do Lago”, uma das pérolas do álbum, reflecte esse jogode escondidas com um apasado que a cada momento procura abrir caminho no emaranhado de estilos dos tempos actuais. Esse e o tema seguinte, “Antonov”, são alguns dos exemplos de uma costela puramente Floydiana encharcada em psicadelismo.
A própria guitarra de “Ser ou Não” (cortada pela intervenção do violino de Zé Ernesto) vai buscar matéria de trabalho a David Gilmour. Assim como a voz frágil de Flak dança com as palavras, faz carícias às notas e bebe gota a gota. até espremer todo o seu sumo, o longo desmaio alucinatório de Barrett. E, no entanto, esta longa sucessão de coincidências é talvez demasiado óbvia para não estar armadilhada. Com a ironia? Por um amor obsessivo? Por um sentido de humor encantadoramente gentil?
Só que Syd Barrett, na linearidade melódica com que traduzia a sua loucura, estava preso à sua visão e, há que dizê-lo com toda a frontalidade, às suas limitações técnicas como cantor e como guitarrista. Flak, mais de 30 anos depois, e aos 36 anos de idade, é, pelo contrário, um homem do mundo, atento aos seus desenvolvimentos e às suas contradições, bem como um trabalhador incansável dos sons e das suas potencialidades. a pureza melódica das suas canções esconde um apurado trabalho de articulação de elementos dispersos. É uma sensibilidade à procura da beleza essencial que atravessa três décadas de música pop, ligando-a a elaboradas engrenagens de estilos que fazem de “Flak” um objecto à margem da recente produção nacional.
“Sei onde me vou perder” é outro dos momentos que nos empurra para trás, até 1967, para os Beatles e para os Zombies, assegurando-nos logo de seguida de que tudo decorre como num sonho de infantil perversidade. O relógio volta a parar entre os anos 60 e os 70 em 2O relógio parado2, de novo enriquecido pelo violino de Zé Ernesto e por pequenos sinfonismos barrocos que lembram essa relíquia da pop progressiva que foram os Stackridge.
Depois, encontramos Xana, a antiga parceira nos Rádio Macau, a cantar com uma originalidade e um sentido de equilíbrio que não se vislumbram no seu próprio álbum a solo, em “De azul em azul”. Um caleidoscópio de palavras soltas que magicamente se interligam, sobre ritmos de trip hop e ruídos vinílicos “à la” Portishead, e um sintetizador fanhoso, criam neste tema um dos instantes mais perturbantes de “Flak”. Falsas sitars e harpas, flautas de água, guitarras de sol, criam em “O imenso adeus” mais um “pastiche” iluminado em que tudo parece já ter sido ouvido antes mas mesmo assim nos sabe com a frescura de um fruto.
“Vai de roda” é uma melodia presa por cordéis mas com a força de uma amarra de um navio. Flak tomou a poção dos druídas e “Flak” é um compêndio de história artificial que faz gato-sapato das convenções. Um jogo? Uma brincadeira com consequências? Um flashback experimentado no divã da psiquiatria? Para nunca chegarmos a saber a resposta basta voltar a ouvir tudo do princípio.