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Robyn Hitchcock & The Egyptians – “Perspex Island”
Pop-Rock Quarta-Feira, 23.10.1991
ROBYN HITCHCOCK & THE EGYPCIANS
Perspex Island
LP / MC / CD, A&M, distri. Polygram
Decididamente, a pop resignou-se ao papel de discípula da tradição. Mas se Hitchcock não hesita um momento em firmar-se nessa tradição, tal não implica a inexistência de um discurso personalizado e original. Pelo contrário, partindo de modelos tão sólidos como os Pink Floyd, da época Syd Barrett, os Beatles psicadélicos das “sitars” e gurus, ou os Byrds (comparação inevitável se levarmos em conta que Peter Buck, dos R.E.M., toca guitarra em oito temas, num deles, “So you think you’re in love”, retomando sem vergonha a chave melódica de “Turn Turn Turn”), consegue traduzi-los numa linguagem autónoma, reveladora de um compositor / intérprete suficientemente amadurecido para não recear o confronto com o passado.
“Parspex Island” é misterioso e nocturno, vogando por sonoridades aquáticas e sombrias (“Vegetation and dimes” ou “She doesn’t exist” são dois bons exemplos deste lado lunar), em contraste com o tom extrovertido de “Oceanside” e “Child of the universe” que abrem respectivamente o lado 1 e 2 do disco. A cada audição revelam-se novos pormenores: a textura íntima dos arranjos, os insuspeitados recantos emocionais que a voz vai desvelando.
Desaconselha-se pois o mergulho de cabeça. Convirá antes emergir lentamente, de modo a permitir a observação cuidada de cada nível de profundidade. Por debaixo da superfície espelhada de guitarras surge do fundo submarino um mundo de melodias insinuantes que aos poucos dá a conhecer o mistério. Michael Stipe e o trompetista Mark Isham contribuem para o adensar das brumas. (8)
Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #185 – “Verd e Blu – Musicas a Dançar”
explicam por palavras. Sentem-se como se sente aquilo que temos por mais profundo: o divino.
Fernando Magalhães
Verd e Blu
Musicas a Dançar
Menestrèrs Gascons, distri. Etnia
Quando se fala na música tradicional da Gasconha surge de imediato o nome dos Perlinpinpin Folc. Nada mais natural e nada mais injusto para os Verd e Blu, os seus rivais mais próximos. Quando chegaram na mesma altura a Portugal “Téarèze”, dos Perlinpinpin Folc, e “Musica de Gasconha”, dos Verd e Blu (que voltou a ser reposto em “stock”), atribuímos a ambos a pontuação máxima. Trata-se de duas montanhas separadas com a mesma altitude, situadas na mesma cordilheira, erguidas uma em frente à outra em desafio.
“Musicas a Dançar”, curiosamente, afasta-se, ao nível dos arranjos, de “Musica da Gasconha”. Se o objectivo último continua a ser, para Jean Baudoin, Marie-Claude Hourdebaigt e Joan-Francés Tisnèr, “trazer uma nova estética” para a música tradicional da Gasconha, a forma escolhida para o fazer mudou. O som liquefez-se, perdeu rugosidades, espalhando-se pelos interstícios abertos no álbum anterior. As canções voam em levitação, numa ondulação encantatória a grande altitude. O que no primeiro álbum era metal transformou-se em madeira, o urro tornou-se sussurro, o bosque floresceu em jardim. As melodias são fluidos que fogem da razão a esconder-se na memória. A gaita-de-foles (“boha”), a sanfona (“sonsaina”), os pífaros e tamborins de corda flutuam sobre a superfície de um sintetizador-aquário, mudando de cor e forma a cada instante como os vidros de um caleidoscópio.
Em “Congós lanusquets”, os Verd e Blu fazem a vénia aos Planxty. “Mariana” é a voz de Marie-Claude filtrada na passagem pelo túnel dos mistérios da Disneylândia. “Quin te va l’aulhada” prova que a música antiga do futuro existe. Uma “Borregada” convida a perdermo-nos na dança. Em “Dimars”, o grupo veste a pele de uns Hedningarna mais ponderados, acertando o passo por uma espécie de “morris dancing” gascã. Mas o momento de maior assombro chega com “New’ scà”, no qual os Verd e Blu ultrapassam toda a concorrência e penetram em território virgem, em 3m50s de perder a respiração. Viagem alucinante que começa num cravo-computador à maneira de Morton Subotnik, segue com uma sanfona nos confins da galáxia e uma flauta em redor, a voz feminina a baralhar as onomatopeias de Meredith Monk, para acabar numa sarabanda de cordas e em estranhos mas nunca despropositados efeitos de estúdio. Nunca se fez nada assim.
“Musica de Gasconha” era o corpo e sangue da Gasconha. “Musicas a Dançar” é, na mesma região, o sonho. (9)
Fernando Magalhães
Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #184 – “Para quem esteve em Setúbal”
Fernando Magalhães
Seg Set 22, 2003 1:25 pm
Para Quem Esteve Em Setúbal
… A lista de nomes que passei é a seguinte (mais ou menos por esta ordem):
KLAUS SCHULZE (“Cyborg”)
AGITATION FREE (“Malesch”)
MAGMA (“Magma”)
FAUST (“Faust” e “So Far”)
WALLENSTEIN (“Blitzkrieg”)
THE COSMIC JOKERS (“Sci-Fi Party” e “Planeten Sit-In”)
A-1 DUSSELDORF (“Fettleber”)
KRAFTWERK (“Ralf and Florian” e “Autobahn”)
SAND (“Golem”)
MOEBIUS & RENZIEHAUSEN (“Ersatz II”)
HARMONIA (“DeLuxe”)
CLUSTER (“Zuckerzeit”)
NEU! (“Neu!2” e “Neu!75”)
THOMAS DINGER (Für Mich”)
DER PLAN (“Die Letzte Rache”)
THOMAS BRINKMANN (“Rosa”)
GENERAL MAGIC (“Rechenkönig”)
SCHLAMMPEITZIGER (“Augenwischwaldmoppgeflöte”)
HOLOSUD (“Fijnewas Afpompen”)
CAN (“Future Days”)
KREIDLER (“Appearance In The Park”)
TO ROCOCO ROT (“The Amateur View”)
HOLGER HILLER (“Ein Bundel Faulnis In Der Grube”)
EINSTURZENDE NEUBAUTEN (“Berlin Babylon”)
BRAINTICKET (“Cottonwoodhill”)
JULIAN COPE (“Interpreter”)
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FM