Arquivo mensal: Fevereiro 2015

Chris Rea – “Auberge”

Pop Rock

27 MARÇO 1991
LP’S

CHRIS REA
Auberge

LP / MC / CD, East West, distri. Warner port.

Paisagens melancólicas à luz do pôr do sol. Lamentos e promessas amorosas. Baladas intercaladas de baladas. A Chris Rea, irlandês, dá-lhe para o sentimento. Depois do sucesso maciço com “Water Sign”, álbum de 1984, em que acumulava funções de multinstrumentalista e cantor e “The Road to Hell” (1989), Chris encolheu-se e voltou-se para o lado de dentro, num súbito desejo de introspecção. Uma vez suficientemente introspeccionado, olhou em volta, cheio de ansiedade, à procura do grande amor ou, vá lá, do amor. Ao todo são nove canções dedicadas ao imortal tema, fora os ameaços. A abertura amorosa (Salvo seja!) dá-se ao som da sua “pedal steel”, como se estivéssemos em “Paris, Texas” de Ry Cooder. No tema seguinte, dedica-se à pesca. Depois e até ao fim, é só amor, de fazer roer de inveja o próprio Julito Iglésias. Engraçado, algumas das canções não são destituídas de encanto, como os sombreados “bluesy” de “Set me Free” ou o piano que despedaça corações de “Sing a Song of love to me” fazem questão de demonstrar. Bem bonita, a capa. ••



Todd Rundgren – “2nd Wind”

Pop Rock

13 MARÇO 1991
LP’S

TODD RUNDGREN
2nd Wind

LP / MC / CD, Warner Bros., distri. Warner port.

td

A ideia é engraçada: trazer o estúdio de gravação para o palco e aí, ao vivo, diante de milhares de pessoas, gravar “in loco” o próprio disco. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé. Se a montanha pariu ou não um rato, é já outra questão. Digamos que Todd Rundgren sempre foi melhor guitarrista e produtor que compositor. Na qualidade de produtor assinou trabalhos de Janis Joplin, Hall & Oates, Patti Smith, Cheap Trick, Psychedelic Furs, Rick Derringer, Meat Loaf, Tubes e XTC. Nada mal. Como guitarrista distingue-se por uma abordagem “sinfónica” do instrumento, sobrecarregando-o de electricidade e efeitos. Técnicas que resultaram em pleno no álbum de 1975, “Initiation”, transposição musical dos processos alquímicos orientais, em que vestia a pele de um John McLaughlin em delírio entre sintetizadores ultra-saturados. A partir desse disco enveredou por uma música mais acessível (com ou sem os Utopia), como a deste “Segundo Vento” – “rock mainstream”, hollywoodesco, feérico e superproduzido, sem espaço para o silêncio. Para Todd Rundgren cada espira é sempre pequena demais. Falta sempre uma nota, um ruído, um efeito extra. Destaque para o teclista Roger Powell e algumas intervenções do saxofonista Bobby Strickland (interessante o solo de barítono, em “The smell of money”). O resto o vento levou. **

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Thin Lizzy – “Dedication: The Very Best Of Thin Lizzy”

Pop Rock

13 MARÇO 1991
REEDIÇÕES

THIN LIZZY
Dedication: The very best of Thin Lizzy

LP, MC e CD, Vertigo, distri. Polygram

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Phil Lynott afirmou sempre querer que os Thin Lizzy fossem recordados como “uma banda por onde passaram grandes guitarristas”. Lynott morreu, mas o seu desejo cumpriu-se. Eric Bell, Gary Moore, Scott Gorham, Brian Robertson, Snowie White e John Sykes enriqueceram as composições do baixista negro com o virtuosismo das suas guitarras. O disco abrange o período compreendido entre 73 e 85 e inclui o tema inédito que dá nome ao álbum, uma “demo tape” recuperada e completada por três antigos membros da banda: Brian Downey, Scott Gorham e Gary Moore.
Rock duro, canções por vezes inspiradas, a inovação (nos anos 70) da melodia ser delineada pelo baixo e a excelência das guitarras fazem de “Dedication” um disco interessante para compreender o fenómeno do então denominado “hard rock”, precursor de posteriores histerias “heavy metal”. “The rocker” ou “Killer on the loose” são poderosos exemplos da energia que constantemente jorrava de Phil Lynott, uma espécie de Hendrix do baixo, de alma céltica e apreciador de uma boa canção. ***