Arquivo mensal: Junho 2022

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #35 – “explosions in the sky (plasmatron)”

#35 – “explosions in the sky (plasmatron)”

plasmatron
03.11.2001 010119

PS2-Quem são os autores da outra the moon is down?heheh.Fiquei deveras curioso.

Rui T
04.11.2001 090907

São os Gentle Giant e o álbum é “Acquiring the Taste”. Nunca ouvi GG, mas o Ray Schulman produziu um dos discos que ainda hoje oiço com muito prazer: “Candleland” do Ian McCulloch.
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Rui

Fernando Magalhães
04.11.2001 170543

Precisamente.

“Acquiring the Taste” é uma das obras-primas absolutas da pop (10/10).

Ouvi-lo é aceder a um universo musical sem precedentes onde a música contemporânea, o Progressivo “não alinhado”, o rock, o jazz, a electrónica, os madrigais renascentistas, e, acima de tudo, uma imaginação e arranjos prodigiosos se combinam num todo intemporal.
Neste disco os 6 Gentle Giant de então (entre os quais os irmãos Phil, Ray e Derek Shulman) tocam cerca de 50 instrumentos (!)

FM

His Name Is Alive – “Livonia”

PÚBLICO QUARTA-FEIRA, 15 AGOSTO 1990 >> Videodiscos >> Pop


HIS NAME IS ALIVE
Livonia
LP e CD, 4AD, Distri. Anónima



Cemitérios. Catedrais em ruínas. Florestas escuras. Estátuas funerárias. Fantasmas de amantes que morreram por paixão. Flores em campos, de preferência violetas e lilases. Sinos e vento, Outono, no funeral, ao entardecer. As cores e o frio marmóreos, nas lajes, em inscrições douradas. A morte, tema querido dos decadentes da 4AD.
Vozes femininas, sempre, de raparigas de rosto branco e misterioso. Liz Fraser, Lisa Gerrard, agora também Karin Oliver e Angie Carozzo. Acompanhadas pelas guitarras, baixo e “samples” de Warren Defever. Passado o tempo da violência, com Birthday Party e Matt Johnson, o êxito dos Cocteau Twins e This Mortal Coil obrigou Ivo Watts-Russell a repensar toda a estratégia e imagem da editora. Era o início de um som e de uma atitude que fizeram escola. Apologia de um classicismo funéreo e gelado, que pretende elevar-se acima das frivolidades do mundo profano.
Os His Name is Alive perseguem a sombra (até na capa) dos This Mortal Coil. Os mesmos ambientes, ora opressivos ora etéreos. Fantasmagorias experimentais alternando com a pureza do canto das meninas. Percebe-se que o disco foi pensado até ao mínimo pormenor. Produção típica da casa, realçando as tonalidades diáfanas das vozes e fazendo a eletrónica ecoar nos claustros das igrejas onde, à noite, dançam os cadáveres, celebrando estranhos rituais.
Só que, às vezes, apetece saborear outros fascínios. Nem só o folclore da morte é digno de ser cantado. Tanta tristeza, tantos mistérios ocultos em títulos como “Fossil”, “Reincarnation”, “Caroline’s Supposed Demons” ou “How Ghosts Affect Relationships”, também cansam. Sobretudo quando não abundam verdadeiras canções nem a inspiração, presente, por exemplo, no novo Dead Can Dance, ou a coerência dos This Mortal Coil. Em “Livonia”, o dourado dos enfeites esconde o vazio de ideias. Falta o golpe de asa que distingue as grandes obras das simplesmente bonitinhas. O nome está vivo, mas o quadro é uma natureza morta. Atraente, se confundirmos o brilho com a luz.

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #34 – “JADE WARRIOR”

#34 – “JADE WARRIOR”

Fernando Magalhães
30.10.2001 170526

A meio de uma tarde demencial de trabalho e de stress, uma recomendação para encontrar o oásis entre o caos:

JADE WARRIOR, grupo dos anos 70. Música: inclassificável. Elementos étnicos + rock psicadélico + flautas e vibrafone + Zen.
Encontro pioneiro do Oriente com o Ocidente, da instrumentação rock com uma serenidade que está longe de se confundir com a new age. Progressivos? Talvez, mas de uma maneira absolutamente original. Música aquática, de ventos e altitudes, de céus azuis mas também de tempestades tropicais.
A ouvir: “The Floating World” (1974), “Waves” (1975), “Kites” (1976) e “Way of the Sun” (1978).

FM
on the edge of a nervous breakdown

PS-A 1ª fase do grupo, p/a editora Vertigo, se alguém conhece, é bastante diferente destes 4 álbuns, gravados para a Island.