Arquivo mensal: Setembro 2024

Bleizi – “Ruz En Concert” + Ceolbeg – “Un Unfair Dance” + Philippe Eidel – “Les Agricoles” + Ensemble Tuva – “Echoes From The Spirit World” + Kormorán – “Hungarian Rhapsody” + Pentangle – “One More Read” + Amancio Prada – “Canciones De Amory Celda” + Rossavielle – “Very F. Tricky”

pop rock >> quarta-feira, 15.12.1993
WORLD

Bleizi Ruz
En Concert

Shamrock, distri. MC – Mundo da Canção
Os lobos ver,elhos ao vivo, nas habituais trocas e baldrocas com o “cajun”, o jazz e outras capelinhas frequentadas pelos modernos bretões. Vale a pena procura-los em estúdio em “Pell Ha Kichen”. (5)

Ceolbeg
Un Unfair Dance

Greentrax, distri. VGM
Que bom seria se Davy Steele deixasse de cantar de vez, para podermos ouvir em paz a harpa de Wendy Stewart (apesar de tudo aqui mais liberta do que no anterior “Seeds to the Wind”) e as “highland pipes” de Gary West, inesquecíveis no longo adeus do tema final. (6)

Philippe Eidel
Les Agricoles

Silex, distri. Etnia
“New Age” em veludo “folk, numa misturada de estilos que faz o “tour de France” para turista ver. Guy Bertrand e Eric Montbel, os dois Le Jaj presentes, não chegam para transformar o postal emk realidade. Bonito, ms pouco convincente. (5)

Ensemble Tuva
Echoes From The Spirit World

Pan, distri. Etnia
Regresso das vozes multifónicas da terra das águias. Só subestilos desta técnica vocal, que “cria um estado geral de bem-estar”, são mencionados 13 no folheto. Prodígios da garganta em cerimónias guturais do outro mundo. Étnica da dura, quase impenetrável. (6)

Kormorán
Hungarian Rhapsody

Pan, distri. Etnia
Folk-rock da Hungria. Computadores, gaita-de-foles e flautas em imitações disparatadas dos Jethro Tull, que remexem na lixeira do pior rock sinfónico. Mau gosto e falta de jeito, num álbum caricato. (0)

Pentangle
One More Read

Permanent, distri. Megamúsica
Jacqui McShee, Bert Jansch, um grupo de anciãos bem intencionados e a nostalgia dos tempos gloriosos de “Cruel Sister”. A memória consente destas coisas. (4)

Amancio Prada
Canciones De Amory Celda

Fonomusic, distri. MC – Mundo da Canção
Reedição de um álbum de 1987, em que o trovador galego entrava em liquefacção amorosa. As palavras dizem tudo. A sanfona de “Romance del enamorado” faz suspirar pela obra-prima que já desesperamos de ver ter continuação, “Caravel de Caravels”. Amancio Prada, aqui baladeiro, intimista e razoavelmente aborrecido. (4)

Rossavielle
Very F. Tricky

Shamrock, distri. MC – Mundo da Canção
Austríacos e conceptuais, os Rossavielle não sabem o que fazer do seu amor pela tradição celta. Simulacros de feira, por euroburocratas curiosos. Um razoável tocador de “uillean pipes” convidado, Dermot Hyde, e Nupi Jenner, “rookie” da sanfona salvam o disco da mediocridade. (5)

Noitarega – “Noitarega”

pop rock >> quarta-feira, 15.12.1993
WORLD


Noitarega
Noitarega
Lyricon, distri. MC – Mundo da Canção



Não é fornecida qualquer informação sobre os músicos, data de formação, nem sequer umas notazinhas sobre os temas. Três linhas extraídas do “Livro do Desassossego” de Fernando Pessoa e outras tantas do escritor Anxel Fole dão o mote a um conjunto soberbo de temas tradicionais galegos em que a gaita-de-foles, tocada sem rodriguinhos, agreste e poderosa, é rainha e senhora. A sanfona faz aparições solenes em “Mazurca para Teresa”. Sem arranjos sofisticados nem qualquer espécie de cedências, “Noitarega” é uma agradável surpresa chegada do Norte do Minho para o sapatinho de Natal. (7)

Jo Freya – “Traditional Songs Of England”

pop rock >> quarta-feira, 15.12.1993
WORLD


Jo Freya
Traditional Songs Of England
Saydisc, distri. Megamúsica



Estreia promissora a solo de Jo Freya – vocalista dos extintos Blowzabellam e actual membro dos Scarp, a nova banda de Nigel Eaton, e da “all women band” de que toda a gente fala no momento, as Token Women – na “didáctica” Saydisc (discos sobre épocas, instrumentos e estilos particulares são a sua especialidade). Freya arranca com uma versão de “All things are quiet silent”, que Shirley Collins imortalizou, para um desfile e vocalizações, por vezes soberbas (“As I get off to Turkey”, “As Sylvie was walking”, “Rounding the horn”), que remetem de imediato para o estilo da citada Shirley Collins, algumas das quais recorrendo a um dos formatos instrumentais que Gabriel Yacoub já usara em “Bel” – o quarteto de cordas, neste caso de violetas antigas, a cargo do The Rose Consort of Viols. Junatm-se-khes o violino, a flauta de bisel, a concertina, o acordeão, a sanfona (Nigel Eaton, claro), a guitarra e o violoncelo. Uma boa alternativa ao “imperialismo” das baladas irlandesas. (8)