Arquivo mensal: Janeiro 2023

Vários – “Discotecas Recusam Vender Discos da UPAV – Boicote À Cooperativa ‘Marginal'”

Secção Cultura Terça-Feira, 02.04.1991


Discotecas Recusam Vender Discos da UPAV
Boicote À Cooperativa “Marginal”


Uma cooperativa cultural UPAV queixa-se que algumas discotecas do país não compram os seus discos. Fala-se mesmo de boicote. Noutras lojas, os discos da UPAV vendem-se bem. Prontos a sair, com o selo “Play On”, vocacionado para as áreas da música alternativa, estão discos de José Peixoto (“El Fad”), Cal Viva e do compositor cabo-verdiano Vasco Martins. Resultados encorajadores de uma ideia peregrina.



Nem tudo é límpido no negócio dos discos. Em Fevereiro último, a UPAV, União Portuguesa de Artistas de Variedades, lançou no mercado uma série de álbuns de música portuguesa. Alguns retalhistas recusam-se a comprá-los, alegando terem sido gravados numa editora “marginal”.
O conceito de “marginalidade” prende-se aqui a uma nova maneira de encarar a edição discográfica da música portuguesa e a protecção aos seus artistas, segundo estratégias inovadoras que escapam aos tentáculos das multinacionais (ver PÚBLICO de 18 de Fevereiro).
Para José Mário Branco, músico e sócio fundador da UPAV, a questão reveste-se de alguma gravidade – “tem havido discotecas, algumas bastante importantes, não só em Lisboa, que pura e simplesmente não compram os nossos discos. Só por si, isso não teria grande importância, embora pensemos que deveria haver um esforço para acarinhar a música portuguesa, muito desfavorecida em termos de mercado.

Interesses Ocultos

Admito até que haja discotecas especializadas que entendem haver determinados tipos de música que não lhes interessa vender. Mas não é o caso. Muitas vezes, algumas lojas grandes, não só não compram os discos como têm atitudes que achamos desonestas. Mais grave ainda é o facto de muitas dessas discotecas não terem os discos à venda e induzirem em erro o cliente, dizendo que ainda não saíram ou pura e simplesmente que estão esgotados”.
Recorde-se que os discos entretanto lançados pela UPAV, “Correspondências”, de José Mário Branco, “Fado – Histórias, Baladas e Lendas”, de Rodrigo, “Aqui e Agora”, de Dina, “Maria Guinot”, de Maria Guinot, “Poemas de Bibe”, de Mário Viegas e Manuel ade Freitas, “Jorge Lomba”, de Jorge Lomba e “Terreiro das Bruxas”, dos Vai de Roda, são distribuídos pela Mundo da Canção, do Porto. José Mário Branco assegura que tanto a UPAV como a distribuidora “visitaram todas as discotecas do país, solicitando-lhes que pusessem os nossos discos à venda”.
Não se citam nomes, para evitar que a situação se torne “ainda pior”, já que para aquele músico, “existem interesses ocultos e má vontade da parte de alguns negociantes”.

Sons De Hoje

Mas na UPAV a palavra de ordem é “acção”. Assim, já depois de amanhã, às seis e meia da tarde, vão ser apresentados no auditório da Sociedade Portuguesa de Autores, dois novos discos de música portuguesa, gravados para a etiqueta subsidiária da União. “Play On”, vocacionada para a música contemporânea, jazzística, aquela que mais foge dos esquemas comerciais e que todos na UPAV designam pelo lema “sons de hoje”.
“El Fad”, de José Peixoto e um álbum homónimo dos Cal Viva (constituído por Peixoto, Carlos Bica, José Salgueiro e Martin Fredebeul) são as primeiras realizações da “Play On” na área do jazz. Prevista ainda a edição, em Maio próximo, de dois CDs do compositor cabo-verdiano Vasco Martins.

Circuitos Alternativos

Outra das preocupações dos membros da UPAV é o circuito das actuações ao vivo. “Dentro daquela ideia geral que é a gestão integrada da carreira artística, estamos a tentar fazer um trabalho de fundo que consiste em criar circuitos regulares de “tournées” no nosso país. Coisa que não existe…”. A ideia consiste em criar uma espécie de rede de espectáculos, previamente negociados com mas Câmaras Municipais das diversas localidades, a percorrer posteriormente pelos músicos. Noites musicais, com dois artistas (sócios ou não da UPAV) destinadas a públicos específicos. O “cachet”, negociado para toda a “tournée” é sponsorizado ou mesmo pago em regime de mecenato.
Às Câmaras cabe cobrir as despesas relativas à estadia da caravana, fornecer a sala (com lotações médias de 800 espectadores) e comprometer-se a comprar os bilhetes não vendidos, o que na prática significa que à partida estão asseguradas sempre lotações esgotadas. Aqui reside o aspecto mais revolucionário do sistema, já que esse dinheiro se destina a pagar todas as despesas de produção (técnicos, luzes, viagens, cartazes), libertando assim os artistas deste encargo.
Compreende-se que as Câmaras tenham todo o interesse em que os espectáculos sejam um êxito. “Quanto mais bilhetes venderem, menos pagam e podem até não gastar nada se trabalharem bem, em termos de promoção, através da difusão, apoio, sponsorização local ou regional, publicidade na imprensa e rádios locais, em empresas da região, etc.

A Regra Dos Três Terços

As Câmaras começam a perceber que lhes convém lidar directamente com os artistas”. Em princípio, o protocolo assinado com as entidades camarárias prevê sempre a realização de pelo menos seis espectáculos. Só neste ano a UPAV tem agendados, a nível nacional, cerca de 180 espectáculos.
Mas, se nos espectáculos ao vivo, o artista tem direito a receber dez por cento do “cachet” líquido (“ao contrário do praticado no mercado, em que essa percentagem incide sobre o “cachet” bruto, cabendo normalmente ao artista pagar as despesas de produção…”) já em relação aos lucros provenientes da venda de discos o pagamento se processa de maneira diferente, de acordo com a chamada “regra dos três terços”. O princípio é de que a mais valia de um disco pertence ao seu autor. A regra que escolhemos ‘obriga-o’, porém, a oferecer um terço dos resultados líquidos à cooperativa. No fundo beneficia disso porque ele próprio é sócio. O segundo terço vai para o bolso do artista e ninguém tem nada com isso. O terceiro terço continua a ser propriedade do artista, mas terá que ser obrigatoriamente investido num fundo editorial gerido pela UPAV, destinado a financiar novas produções”.
Em relação aos discos já lançados no mercado, há casos (como os de Mário Viegas / Manuela de Freitas e de Rodrigo) em que, mesmo antes de serem gravados, já estavam a dar lucro, tendo em conta as vendas antecipadas (na ordem dos três mil exemplares, para cada um dos sete discos editados). Mas se as produções mais baratas rentabilizam rapidamente, outras como as “Correspondências” de José Mário Branco levam mais tempo a recuperar os investimentos – “são muitas horas de estúdio, muitos músicos, capa dispendiosa” – como faz questão de afirmar o seu autor -, “portanto não espanta que o saldo continue negativo”.

Novos Valores

A UPAV não os esquece os novos valores. Se por um lado as portas permanecem sempre abertas à admissão de novos sócios (Paulo de Carvalho aderiu recentemente), nem por isso os novos nomes são deixados de lado. Para José Mário Branco um dos objectivos prioritários da cooperativa passa mesmo pelo lançamento, todos os anos, de “dois ou três músicos desconhecidos que aparecem com as primeiras obras”.
Assim, para além da edição próxima dos dois trabalhos de José Peixoto, preparam-se já as estreias discográficas de Amélia Muge ou, numa veia mais comercial, de Adriano. Se a deixarem, a UPAV há-de continuar saudável, a crescer.

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #155 – “Álbuns da década de 90”

#155 – “Álbuns da década de 90”

AIRTO MOREIRA – The other Side of this (Rykodisc, 1992)
ALBERT MARCOEUR – Sports & Percussions (Concord, 1994)
AMON TOBIN – Supermodified (Ninja Tune, 2000)
ANDREI SAMSONOV – Void in (Mute, 1997)
ANI DI FRANCO – Little Plastic Castle (Cooking Vinyl, 1998)
ANI DI FRANCO – Up Up Up Up Up Up (Cooking Vinyl, 1999)
ANI DI FRANCO – To the Teeth (Cooking Vinyl, 1999)
ANTHONY MANNING – Chromium Nebulae (Irdial, 1995)
ART ZOYD – Marathonnerre (Atonal, 1992)
ART ZOYD – Marathonnerre II (Atonal, 1992) – Out.93 – 60.18 Cor.
ASMUS TIETCHENS – Seuchengebiete 2 (Syrenia, 1992)
BERLIONE (IL) – Il Berlione (Belle Antique, 1992)
BERND FRIEDMANN – Leisure Zones (Ash International, 1996)
B. FLEISCHMANN – Pop Loops for Breakfast (Charhizma, 1999)
BIOSPHERE – Cirque (Touch, 2000)
BIOSPHERE & DEATHPROD – Nordheim Transformed (Rune Grammofon, 1998)
BIOTA – Object Holder (Recommended, 1995)
BIRDSONGS OF THE MESOZOIC – Pyroclastics (Cuneiform, 1992)
BLECTUM FROM BLECHDOM – The Messy Jesse Fiesta (Deluxe, 2000)
BLUTSIPHON – Tammus (Gefriem, 1999)
BOB DRAKE – Medallion Animal Carpet (Recommended, 1999)
BRIAN ENO – The Shutov Assembly (Opal, 1992)
BRUCE GILBERT – Insiding (Mute, 1991)
BRUCE GILBERT – Music for Fruit (Mute, 1991)
BRUIRE – L’ Âme de l’ Object (Ambiances Magnétiques, 1995)
CHRIS CUTLER & LUTZ GLANDIEN – Domestic Stories (Recommended, 1992)
CHRIS MELOCHE – Wireless (Fax, 1995)
CHRISTIAN ZANÉSI – Stop! L’Horizon . Profil-Désir . Courir (INA.GRM, 1990)
CHRISTOPH HEEMAN – Invisible Barrier (Extreme, 1993)
CLUSTER – Apropos Cluster (Curious Music, 1990)
CONRAD SCHNITZLER & JÖRG THOMASIUS – Tolling Toggle (Fünf und Vierzig, 1991)
CRO MAGNON – Bull? (Lowlands, 1997)
CURD DUCA – Elevator 3 (Mille Plateaux, 2000)
DAKOTA OAK – Am Deister (Twisted Nerve, 2000)
DANIEL DENIS – Sirius and the Ghosts (Musea, 1991)
DANIEL SCHELL & KARO – The Secret of Bwlch (Made to Measure, 1990)
DANIEL SCHELL & KARO – Gira Girasole, Tourne Tournesol (Materiali Sonori, 1994)
DANIEL TERUGGI – Syrcus/Sphaera (INA.GRM, 1993)
ANIEL TERUGGI – Variations Morphologiques (Agon, 1997)
DAT POLITICS – Villiger (a-Musik, 2000)
DAVID BEHRMAN – Leapday Night (Lovely Music, 1991)
DAVID BYRNE – Uh-Oh (Luaka Bop, 1992)
DAVID BYRNE – David Byrne (Luaka Bop, 1994)
DAVID THOMAS – Erewhon (Cooking Vinyl, 1996)
DAVID THOMAS – Bay City (Hearpen, 2000)
DIANE LABROSSE – Face Cachée des Choses (Ambiances Magnétiques, 1995)
DIANE LABROSSE & MICHEL F. CÔTÉ – Duo Déconstructiviste (Amb. Magnétiques, 1994)
DIDIER MALHERBE – Zeff (Tangram, 1992)
DOCTOR NERVE – Skin (Cuneiform, 1995)
DYLAN GROUP (THE) – More Adventures in Lying down… (Bubble Core, 1999)
DYLAN GROUP (THE) – Ur-Klang Search (Bubble Core, 2000)
EARDRUM – Last Light (The Leaf, 1999)
EDWARD KA-SPEL – The Scriptures of Illumina (Terminal Kaleidoscope, 1994)
EDWARD KA-SPEL – Khataclimici China Doll (Streamline, 1995)
EDWARD KA-SPEL – The Blue Room (Soleilmoon, 1998)
EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN – Silence is Sexy 2xCD (Zomba, 2000)
ELLIOTT SHARP – Tectonics (Atonal, 1995)
EXPLODING THUMBS – Flying without Wings (Holistic, 1998)
EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH – Millenium Music, a Meta-Musical Portrait (At., 1997)
FÁTIMA MIRANDA – Concierto en Canto (Hyades Arts, 1994)
FÁTIMA MIRANDA – ArteSonado (Led, 2000)
FAULTLINE – Closer Colder (The Leaf, 1999)
FAUST – Rien (Table of Elements, 1995)
FAUST – You Know FaUSt (Recommended, 1996)
FAUST – Ravvivando (Klangbad, 1999)
FENNESZ – Plus Fourty Seven Degrees 56’ 37’’ Minus Sixteen Degrees 51’ 08’’ (Touch, 1999)
FENNESZ, O’ROURKE, REHBERG – The Magic Sound of Fenn o’Berg (Mego, 1999)
FETISCH PARK – Trost (Extreme, 1996)
FETISCH PARK – Alluvial (Extreme, 1997)
FRIDGE – Ceefax (Output, 1997)
FRIDGE – Eph (Go Beat, 1999)
FÜXA- 3 Field Rotation (Ché, 1996)
FÜXA – Accretion (Mind Expansion, 1998)
F. X. RANDOMIZ – Goflex (a-Musik, 1997)
GAS – Pop (Mille Plateaux, 2000)
GASTR DEL SOL – Upgrade & Afterlife (Drag City, 1996)
GASTR DEL SOL – Camoufleur (Domino, 1998)
GENERAL MAGIC – Rechenkönig (Mego, 2000)
GITTA SCHAÄFER, NICK DIDKOVSKY, KEVIN NORTON – Ankle to Nose (Amf, 1994)
GONG – Shapeshifter (Celluloïd, 1992)
GRANULES (LES) – Au Royaume du Silencieux (Ambiances Magnétiques, 1992)
GUSTAVO LAMAS – Celeste (Traum, 1999)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Der Ohren Spiegel (Multimood, 1991)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Theater Works (Multimood, 1994)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Sinfonia Contempora No.1 (Prudence, 1994)
HARALD WEISS – Die Anders Paradies (Gingko, 1995)
HAROLD BUDD – She is a Phantom (New Albion, 1994)
HAROLD BUDD – Luxa (All Saints, 1996)
HOAHIO – Ohayo! Hoahio! (Tzadik, 2000)
HOLGER CZUKAY- Moving Pictures (Mute, 1993)
HOLGER HILLER – As is (Mute, 1991)
HOLGER HILLER – Holger Hiller (Mute, 2000)
HOLOSUD – Fijnewas Afpompen (a-musik, 1998)
INGRAM MARSHALL – Three Penitential Visions/Hidden Voices (Elektra Nonesuch, 1990)
ISAN – Beautronics (Tugboat, 1998)
ISOTOPE 217 – The Unstable Molecule (Thrill Jockey, 1997)
ISOTOPE 217 – Utonian Automatic (Thrill Jockey, 1999)
JAH WOBBLE – Requiem (30 Hertz, 1997)
JEAN DEROME – Carnets de Voyage (Ambiances Magnétiques, 1994)
JEAN DEROME – Navré (Ambiances Magnétiques, 1995)
JEFF GREINKE – Changing Skies (Multimood, 1990)
JESSAMINE – Another Fictionalized History (Histrionic, 1997)
JIM O’ ROURKE – Bad Timing (Drag City, 1997)
JOCELYN ROBERT – La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993)
JOHN GREAVES – Little Bottle of Laundry (Blueprint, 1991)
JOHN GREAVES – Songs (Resurgence, 1994)
JON HASSELL – City: Works of Fiction (Land, 1990)
JON HASSELL – Fascinoma (Water Lily Acoustics, 1999)
JONI MITCHELL – Turbulent Indigo (Reprise, 1994)
JONI MITCHELL – Taming the Tiger (Reprise, 1998)
JONI MITCHELL – Both Sides now (Reprise, 2001)
JORGE REYES – Niérika (Esplendor Geometrico, 1990)
JORGE REYES – Bajo el Sol Jaguar (No-CD, 1992)
JORGE REYES – El Costumbre (Lejos del Paraiso, 1993)
JORGE REYES & SUSO SAIZ – Cronica de Castas (No-CD, 1991)
JULIAN COPE – Peggy Suicide (Island, 1991)
JULIAN COPE – Jehovahkill (Island, 1992)
JULIAN COPE – Autoggedon (Echo, 1994)
JULIAN COPE – 20 Mothers (Echo, 1995)
JULIAN COPE – Interpreter (Echo, 1996)
JUSTINE – Langages Fantastiques (Ambiances Magnétiques, 1994)
KING CRIMSON – Thrak (Virgin, 1995)
KLANKRIEG – Radionik (Cling Film, 1999)
KONRAD KRAFT – Alien Atmospheres (Elektro-Smog, 1996)
KREIDLER – Weekend (Kiff, 1996)
KREIDLER – Appearance and the Park (Kiff, 1998)
KRISTIN HERSH – Hips & Makers (4AD, 1994)
KRISTIN HERSH – Strange Angels (4AD, 1998)
KRISTIN HERSH – Sky Motel (4AD, 1999)
LA 1919 – Jouer. Spielen. To Play (Materiali Sonori, 1992)
LA 1919 – Giorni Felici (Materiali Sonori, 1997)
LA DÜSSELDORF – Fettleber (Captain Trip, 1999)
LABRADFORD – E Luxo so (Blast First, 1999)
LABRADFORD – Fixed::Context (Blast First, 2000)
L@N – L@N (a-Musik, 1996)
LA! NEU? – Düsseldorf (Captain Trip, 1996)
LA! NEU? – Year of the Tiger (Captain Trip, 1998)
LARS HOLLMER – Live 1992 – 1993 (Victo, 1993)
LARS HOLLMER – Vandelmassa (Ayaa, 1994)
LÄSZLÖ HORTÓBAGYI – Traditional Music of Amygdala (Erdenklang, 1991)
LAURIE ANDERSON – Bright Red (Warner Bros., 1994)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – 9 Lives to Wonder (Play it Again Sam, 1994)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – Hallway of the Gods (Soleilmoon, 1997)
LIGHTWAVE – Tycho Brahe (Hearts of Space, 1994)
LIGHTWAVE – Mundus Subterraneus (Fathom, 1995)
LINDSAY COOPER – Music for other Occasions (No Man’s Land, 1991)
LISA GERMANO – Happiness (4AD, 1994)
LISA GERMANO – Geek the Girl (4AD, 1994)
LISA GERMANO – Excerpts from a Love Circus (4AD, 1996)
LISA GERMANO – Slide (4AD, 1998)
LIZ PHAIR – Exile in Guyville (Matador, 1993)
LIZ PHAIR – Whip-Smart (Matador, 1994)
LUIS PANIAGUA – Muy Fragil (Hyades Arts, 1993)
MARIANNE FAITHFULL – A Secret Life (Island, 1995)
MARY COUGHLAN – Uncertain Pleasures (East West, 1990)
MATHIAS GRASSHOW – In Search of Sanity (No-CD, 1993)
MATILDE SANTING – Texas Girl & Pretty Boy (Columbia, 1993)
MEIRA ASHER – Dissected (Crammed, 1997)
MEIRA ASHER – Spears into Hooks (Crammed, 1999)
MICHAEL McNABB – Dreamsong (Wergo, 1993)
MICHAEL ROTHER – Esperanza (Random, 1996)
MICHAEL STEARNS – Sacred Site (Hearts of Space, 1993)
MICHAEL WINNERHOLT – Tjugofyra (Multimood, 1995)
MICHEL REDOLFI – Appel d’Air (INA.GRM, 1993)
MICHEL ZBAR – Novum Organum (INA.GRM, 1994)
MIKE OLDFIELD – Amarok (Virgin, 1990)
MIRIODOR – 3e Avertissement (Cuneiform, 1991)
MO BOMA – Jijimuge (Extreme, 1992)
MOEBIUS, NEUMEIER, ENGLER – Other Places (Hypnotic, 1996)
MOEBIUS & RENZIEHAUSEN – Ersatz (Pinpoint, 1990)
MOEBIUS & RENZIEHAUSEN – Ersatz II (G3G, 1992)
MOONDOG – Elpmas (Kopf, 1991)
MOTHER GONG – She Made the World Magenta (Voiceprint, 1993)
MOTOR TOTEMIST GUILD – City of Mirrors (Cuneiform, 1999)
MOUSE ON MARS – Iaora Tahiti (Too Pure, 1995)
MR. BUNGLE – California (Warner Bros., 1999)
NEGATIVLAND – Free (Seeland, 1993)
NEGATIVLAND – Desipsip (Seeland, 1997)
OLIVIA TREMOR CONTROL – Black Foliage, Animation Music. Volume One (Flyd., 1999)
ORCHESTER 33 1/3 – Orchester 33 1/3 (Plag Dich Nicht, 1997)
ORCHESTER 33 1/3 – Maschine Brennt (Charhizma, 1999)
O YUKI CONJUGATE – Peyote (Multimood, 1990)
O YUKI CONJUGATE – Equator (Staalplaat, 1994)
PAN SONIC – A (Blast First, 1999)
PAN SONIC – Aaltopiiri (Blast First, 2000)
PAOLO CONTE – 900 (CGD, 1992)
PAOLO CONTE – Una Faccia in Prestito (East West, 1995)
PASCAL COMELADE – Raggazin’ the Blues (Les Disques du Soleil et de l’Acier, 1991)
PASCAL COMELADE – El Cabaret Galactico (Les Disques du Soleil e t de l’Acier, 1995)
PATRICIA DALLIO – D’ où Vient l’ Eau des Puits? (Musea, 1996)
PAUL DE MARINIS – Music as a Second Language (Lovely Music, 1991)
PAUL SCHÜTZE – Regard: Music by Films (Multimood, 1991)
PAUL SCHÜTZE – Apart 2xCD (Virgin, 1995)
PERE UBU – Ray Gun Suitcase (Cooking Vinyl, 1995)
PERE UBU – Pennsylvania (Cooking Vinyl, 1998)
PETE NAMLOOK – Syn 2xCD (Fax, 1994)
PETE NAMLOOK & LUDWIG REHBERG – The Putney II (Fax, 1994)
PETER CUSACK & NICOLAS COLLINS – A Host, of Golden Daffodils (Plate Lunch, 1999)
PETER HAMMILL – Fireships (Fie!, 1992)
PETER HAMMILL – Roaring Forties (Fie!, 1994)
PETER HAMMILL – Xmy Heart (Fie!, 1996)
PETER HAMMILL – Everyone you Hold (Fie!, 1997)
PETER HAMMILL – This (Fie!, 1998)
PETER HAMMILL – None of the Above (Fie!, 2000)
PETER SCHERER & ARTO LINDSAY – Pretty Ugly (Made to Measure, 1990)
PIERRE BASTIEN – Musiques Paralloïdres (Lowlands, 1999)
PLURAMON – Render Bandits (Mille Plateaux, 1998)
POLLY JEAN HARVEY – To Bring you my Love (Island, 1995)
POLLY JEAN HARVEY – Is this Desire? (Island, 1998)
POLLY JEAN HARVEY – Stories from the City, Stories from the Sea (Island, 2000)
PRESENT – Certitudes (Cuneiform, 1998)
PRESENT – Nº6 (Carbon 7, 1999)
PROPELLER ISLAND – The Garden (Artgallery, 1995)
QNTAL – Qntal II (Gymnastic/Chrom, 1995)
RAMUNTCHO MATTA – Domino One (Made to Measure, 1991)
RANDY GREIF – Verdi’s Requiem (Soleilmoon, 1997)
RAPOON – Raising Earthly Spirits (Staalplaat, 1993)
RECHENZENTRUM – Rechenzentrum (Kitty-Yo, 2000)
RED KRAYOLA (THE) – Fingerpainting (Drag City, 1999)
RENÉ LUSSIER – Le Corps de l’Ouvrage (Ambiances Magnétiques, 1994)
REZNICEK – Stube (Odd Size, 1996)
RICHARD THOMPSON – Me? You? Us? 2xCD (Capitol, 1996)
RICHARD THOMPSON – Mock Tudor (Capitol, 1999)
RICHARD THOMPSON & DANNY THOMPSON – Industry (Rykodisc, 1997)
RICKIE LEE JONES – Pop Pop (Geffen, 1991)
RICKIE LEE JONES – Ghostyhead (Reprise, 1997)
ROB ANGUS – Ethnoloopography (Multimood, 1994)
ROBERT FRIPP – The Bridge Between (Discipline, 1993)
ROBERT – MARCEL LEPAGE – Adieu Leonardo! (Ambiances Magnétiques, 1992)
ROBERTO LANERI – Memories of the Rain Forest (Amiata, 1994)
ROBERTO MUSCI – Umi-The Sea (Lowlands, 1993-1997) (c/Claudio Gabianni)
ROBERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA- A Noise, a Sound (Recommended, 1992)
BERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA – Losing the Orthodox Path (Victo, 1997)
ROBERT RICH – Geometry (Fathom, 1991)
ROBERT RICH & BRIAN LUSTMORD – Stalker (Fathom, 1995)
ROBERT RICH & STEVE ROACH – Soma (Hearts of Space, 1992)
ROBERT WYATT – Dondestan (Rough Trade, 1991)
ROBERT WYATT – Shleep (Hannibal, 1997)
ROGER ENO & KATE ST. JOHN – The Familiar (All Saints, 1992)
ROME – Rome (Thrill Jockey, 1996)
SACK & BLUMM – Sack & Blumm (Tom, 1999)
SALARYMAN – Karoshi (City Slang, 1999)
SAMLA MAMMAS MANNA – Kaka (Cazul, 1999)
SAM PHILLIPS – Martinis & Bikinis (Virgin, 1994)
SAM PHILLIPS – Omnipop (It’s only a Flesh Wound Lambchop) (Virgin, 1996)
SATOR ROTAS – Sator Rotas (a-musik, 1999)
SCHLAMMPEITZIGER – Spacerokkmountainrutschquartier (a-Musik, 1997)
SCHLAMMPEITZIGER – Augenwischwaldmoppgeflöte (a-Musik, 2000)
SHABOTINSKI – (B)ypass (K)ill (Charhizma, 1999)
SHANNON WRIGHT – Flightsafety (Quarterstick, 1999)
SOCIAL INTERIORS – The World behind you (Extreme, 1994)
SOUL CENTER – Soul Center (W.v.B. Enterprises, 2000)
SPACE EXPLOSION – Space Explosion (Purple Pyramid, 1998)
SPRING HEEL JACK – Oddities (Thirsty Ear, 2000)
SPRING HEEL JACK – Disappeared (Thirsty Ear, 2000)
STARS OF THE LID – Gravitational Pull vs. the Desire for an Aquatic Life (Kranky, 1997)
STEN SANDELL – Bio Elektrika (LJ, 2000)
STEPHAN MICUS – To the Evening Child (ECM, 1992)
STEPHAN MICUS – The Garden of Mirrors (ECM, 1997)
STEPHEN KENT – Landing (City of Tribes, 1994)
STEREOLAB – Emperor Tomato Ketchup (Elektra, 1996)
STEVEN BROWN – Joeboy in Mexico (Opción Sónica, 1997)
STEVE ROACH – World’s Edge 2xCD (Fortuna, 1992)
STEVE ROACH – The Magnificent Void (Fathom, 1996)
STEVE SHEHAN – Arrows (Made to Measure, 1990)
STEVE SHEHAN – Safar (Al Sur, 1997)
STEVE SHEHAN & YOUSSEF EL IDRISSI – Awham (Aïa, 1998)
SUPERSILENT – Supersilent 4 (Rune Grammofon, 1998)
SUSPENDED MEMORIES – Forgotten Gods (Hearts of Space, 1994)
SUSPENDED MEMORIES – Earth Island (Hearts of Space, 1994)
SUZANNE VEGA – Days of Open Hand (A&M, 1990)
SUZANNE VEGA – 99,9ºF (A&M, 1992)
SUZANNE VEGA – Nine Objects of Desire (A&M, 1996)
TELE:FUNKEN – A Collection of Ice-Cream Vans Vol.2 (Domino, 2000)
THIERRY ZABOÏTZEFF – Heartbeat (Atonal, 1997)
THINKING PLAGUE – In Extremis (Cuneiform, 1998)
THOMAS BRINKMANN – Rosa (Max Ernst, 2000)
THOMAS KÖNER – Nunatak Gongamur (Barooni, 1990)
TIBOR SZEMZÖ – Relative Things (Leo, 1998)
TIED + TICKLED TRIO – EA1 EA2 (Payola, 1999)
TOM WAITS – Bone Machine (Island, 1992)
TOM WAITS – The Black Rider (Island, 1993)
TOM WAITS – Mule Variations (Anti, Inc., 1999)
TONE REC – Pholcus (Sub Rosa, 1998)
TO ROCOCO ROT – CD (Kitty-Yo, 1996)
TO ROCOCO ROT – Veiculo (City Slang, 1997)
TO ROCOCO ROT – The Amateur View (City Slang, 1999)
TORTOISE – A Digest Compendium of the Tortoise’s World (Thrill Jockey, 1994/95)
TORTOISE – Millions now Living will Never Die (City Slang, 1996)
TRANS AM – Surrender to the Night (City Slang, 1997)
TRANS AM – Red Line (Thrill Jockey, 2000)
TUU – One Thousand Years (SDV, 1992)
UAKTI – Mapa (Point Music, 1992)
UI – Lifelike (Southern, 1998)
UI – The Iron Apple (Southern, 1999)
UN DRAME MUSICAL INSTANTANÉE – Jeune Fille qui Tombe…Tombe (In Situ, 1991)
UNIVERS ZERO – The Hard Quest (Cuneiform, 1999)
URBAN SAX – Spiral (EPM, 1991)
USER (THE) – Symphony #1 for Dot Matrix Printers (Staalplaat, 1999)
U TOTEM – Strange Attractors (Cuneiform, 1994)
5 UU’S – Hunger’s Teeth (RéR, 1994)
5 UU’S – Crisis in Clay (RéR, 1997)
VAINIO, VÃISÃNEN, VEGA – Endless (Blast First, 1998)
VERT – The Köln Konzert (Sonig, 2000)
VICTORIA WILLIAMS – Loose (Mammoth, 1994)
VIDNA OBMANA – The Spiritual Bonding (Extreme, 1994)
VINICIUS CANTUÁRIA – Sol na Cara (Gramavision, 1996)
VINICIUS CANTUÁRIA – Tucumã (Verve, 1999)
VISNA MAHEDI ENSEMBLE – Unintentional Beauty (Lowlands, 1998)
VOGËL EUROPAS (DIE) – Short Stories (Z.O.O., 1993)
WORKSHOP – Meiguiweisheng Xiang (Ladomat 2000, 1997)
XAAL – En Chemin (Musi, 1991)
X T C – Apple Venus, Volume 1 (Cooking Vinyl, 1999)
X T C – Wasp Star (Apple Venus, Volume 2) (Cooking Vinyl, 2000)
ZECA BALEIRO – Vo Imbolá (MZA, 1999)
ZECA BALEIRO – Líricas (MZA, 2000)
ZEENA PARKINS – Ursa’s Door (Victo, 1992)
ZEENA PARKINS – No Way Back (Atavistic, 1998)
ZEENA PARKINS – Pan-Acousticon (Tzadik, 1999)
FM

Vários – “Festa Da Música Em Bourges, Entre 30 De Abril E 5 De Maio – Sagração Da Primavera”

Secção Cultura Domingo, 31.03.1991


Festa Da Música Em Bourges, Entre 30 De Abril E 5 De Maio
Sagração Da Primavera



Festa da música em Bourges, pequena cidade medieval francesa. É o “Printemps de Bourges”, ponto de encontro e convívio da França com o resto do mundo, na descoberta e partilha de um espaço cultural europeu comum.

Este ano no “Printemps de Bourges”, entre 30 de Abril e 5 de Maio próximos, como de costume, o programa é aliciante e diversificado, num leque que vai do classicismo pós-moderno de Wim Mertens e a música antiga dos Hespérion XX, ao jazz de Manu Dibango (vertente “afro”) e Carla Bley com Steve Swallow, sem esquecer, obviamente, o rock representado pelos House of Love e Elliott Murphy, ou o universo múltiplo das músicas étnicas.
Com o apoio e patrocínio de entidades oficiais (o Ministério da Cultura e Comunicações, a Secretaria de Estado para a Juventude e Desportos ou a “Maison de la Culture de Bourges) e instituições particulares (MCM – Euromusique, L’ARCAM, Coca-Cola, Air France, etc.), o “Printemps de Bourges” conta entre os seus objectivos “encorajar os jovens artistas e possibilitar ao maior número de pessoas possível a descoberta de novos músicos e a audição das suas vedetas preferidas”.

Espectáculo Na Rua

À semelhança do que aconteceu no ano passado, o centro das operações localiza-se na parte antiga da cidade, num périplo que inclui as suas principais zonas históricas, impecavelmente servido em termos de infra-estruturas habitacionais e comerciais. Quando despertar ao som de músicas estranhas, invadida por milhares de forasteiros atraídos pela curiosidade, pela festa ou pela magia única doo acontecimento, a habitualmente pacata cidade de Bourges transfigurar-se-á, adquirindo a aura luminosa e o prestígio das grandes galas culturais.
O Palácio dos Congressos, o “Grand Théatre” e o Pavilhão, salas menores como as “Gilles Sandier”, “Duc Jean” e “Germinal”, e a própria catedral, preparam-se para abrir as portas à música, ao espectáculo e às inúmeras surpresas capazes de transformar o festival em qualquer coisa de inesquecível. Mas nem só nos recintos fechados haverá que ver e ouvir. Como é da praxe, também as ruas da cidade serão palco para o que der e vier, através dos designados “Hors Jeu” – actividades paralelas que este ano vão desde o “cosy disco centre d’art”, estranho acampamento completo, espécie de festival dentro do festival, que junta os conceitos de circo, dança e centro cultural alternativo, ao desfile dos chamados “trens eléctricos” brasileiros – orgia carnavalesca sobre rodas.

“Troupe” Surrealista

Despoletar e encantar a imaginação infantis é a tarefa a cargo da “troupe” surrealista “Maximomes”. Mas que ninguém se espante se deparar com um camião orquestra, uma agência noticiosa (“L’Agence Tartare ‘La Chaine’”), encarregada de confundir e difundir notícias e acontecimentos fantasiosos (!) ou com a possibilidade de aprender, “in loco”, a disparar um canhão napoleónico. Os “Generik Vapeur et la grande petarde nocturne motorisée” prometem tornar as ruas num pesadelo povoado de criaturas estranhas e cerimónias apocalípticas. Por vezes acontecerá tudo ao mesmo tempo.

Nomes Importantes

Para quem preferir o conforto dos recintos fechados, o mais difícil será escolher. Todos os dias, entre as duas da tarde (no “Germinal – découvertes” – à descoberta dos novos valores do rock) e as tantas da manhã, a música não para e a excitação muito menos. Entre os concertos agendados com nomes de cartaz, destaque para Eliott Murphy (rock americano urbano) e Manu Dibango (jazz + funky = cataclismo rítmico), dia 30; Bel Canto (pop norueguês da “nova idade”) e Carla Bley com Steve Swallow (duo piano/baixo por dois expoentes no jazz actual), dia 1; Guesh Patti (animal de palco em “music-hall” revisitado), Wim Mertens (minimalista, classicista, pianista, monárquico e doido genial) e os House of Love (guitarras e canções da nova geração Pop britânica), dia 3; Juliette Greco (grande dama da “chanson française”), dia 4; Jimmy Sommerville (ex-Communards, porta-voz das emoções “gay”), dia 5. Realce muito especial para a actuação do grupo de música antiga Hespérion XX, dirigido por Jordi Savall e onde pontifica a voz sublime de Monserrat Figueras, dia 1, na catedral.
A lista continua: UB 40 (“reggae” em corte inglês), Geoffrey Oriema (dos nomes mais importantes da actual música africana, Brian Eno e Peter Gabriel não lhe regateiam elogios), os franceses Les Rita Mitsouko e Les Negresses Vertes, New Model Army (os novos “Clash”, para o “Times”), Flying Pickets (vocalizações “a cappella”), Kanda Bongo Man (rumbas zairenses transvertidas em música de dança). Depois, partir à descoberta dos nomes novos e novas emoções: Elmer Food Beat, Victims Family, Sons Of The Desert, Noise Gate, Bat Attack, Patrick Bruel, Reynaldo Anselmi, Bratsch, Paris Musette… Em Bourges, a música faz a Primavera.