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David Fonseca + Cabeças No Ar + Sérgio Godinho + Pedro Abrunhosa + Caetano Veloso + Xutos & Pontapés + Sloppy Joe + Mesa + Zedisaneonlight + Toranja + Yellow W Van – “A Vida Num Só Dia Em Alvalade” (artigos de opinião / concertos / festivais)

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27 Junho 2003


a vida num só dia em alvalade



Foi provavelmente (e infelizmente) maior o número de concertos ao vivo do que o dos campeonatos conquistados pelo Sporting, durante o tempo em que permaneceu de pé o Estádio José de Alvalade, agora já meio demolido. A despedida das grandes concentrações rockeiras neste recinto coincide com a realização, amanhã, dia 28, do Festival Galp Energia Ao Vivo. Vão jogar, no palco grande: David Fonseca (17h30), Cabeças no Ar (18h30), Sérgio Godinho (19h30), Pedro Abrunhosa (20h35), Caetano Veloso (21h40) e Xutos & Pontapés (23h).
Num palco mais maneirinho, designado Quinta dos Portugueses, deambularão, durante os intervalos das atuações dos cabeças de cartaz, os Micro, Sloppy Joe, Mesa, Zedisaneonlight, Toranja e Yellow W Van. 20 minutos cada intervenção.
Vão acontecer coisas importantes. Pelo menos uma. Que até nem é original, mas… Sérgio Godinho, ainda às voltas com a grande família da pop nacional que se lhe juntou para celebrar “O Irmão do Meio”, vai cantar com Caetano o tema “Lisboa que Amanhece”, à semelhança do que acontece no disco. Será a vida num só dia em alvalade durante a atuação de Caetano Veloso. Atravessa um momento alto da sua carreira.
David Fonseca, o homem dos Silence 4, também está numa fase alta. Lançou o seu álbum de estreia a solo, “Give me Something New”, e, como tal, a vida corre-lhe bem. Os Cabeças no Ar, supergrupo composto por João Gil, Jorge Palma, Rui Veloso e Tim, estão numa fase boa. Lançaram recentemente o seu álbum de estreia, “Cabeças no Ar”, cujas vendas já renderam platina. A vida corre-lhes de feição.
Sérgio Godinho, nunca é de mais repeti-lo, atravessa uma fase exaltante. Tem motivos para isso, já que lançou recentemente o tal álbum de família, “O Irmão do Meio”, uma espécie de “quem é quem” do meio VIP da pop nacional que está a vender exorbitantemente. Vida boa para Sérgio. Já de Pedro Abrunhosa se pode dizer que passa por um período glorioso. O seu novo álbum, “Momento”, há mais do que um momento que circula pelo top de vendas, o que significa que, de momento, a vida, “la vie en rose”, é um mar de rosas.
Caetano Veloso. Foi nomeado para o Óscar em 2003 por “Burn It Blue”, do filme “Frida”, Que quer isto dizer? Que a vida, ao fim de 40 anos de carreira, não está a ser madrasta para este homem que criou nos anos 60 o Movimento Tropicália e não é capaz de fazer maus álbuns, fazendo, inclusive, coisas geniais. Como os discos recentes, “Estrangeiro”, “Circuladô” e “Livro”. É cantor, compositor, ator, poeta, escritor e realizador. Tem razões para se sentir feliz.
Os Xutos e Pontapés estão de bem com a vida. Que, diga-se de passagem, nos últimos tempos, lhes tem corrido bem. Ao fim de 25 anos de carreira o seu rock não dá mostras de esmorecer e as sucessivas gerações de putos, mas também os pais dos putos, continuam a trautear os seus hinos. Depois do álbum “XIII”, que não lhes trouxe azar, já lançaram o CD “Nesta Cidade”. Estão bem.
Quanto aos outros todos, que irão preencher os tempos mortos entre as atuações das “trutas”, têm a vida inteira à frente para poderem dizer um dia que a vida lhes corre bem. Por enquanto arriscam e tiram prazer máximo do que fazem, independentemente do estatuto alcançado ou a alcançar. A música, a energia, é disso que se fazem – é também disso que se trata. Divirtam-se.

FESTIVAL GALP ENERGIA AO VIVO
Lisboa. Estádio José de Alvalade. A partir das 17h. Tel. 213561190; Bilhetes: €20 (Bancada Norte e relva), €25 (Bancada Nascente) e €27,5 (Bancada Poente)