pop rock >> quarta-feira >> 23.11.1994
world
Open House
Second Story
Green Linnet, distri. MC – Mundo da Canção

A primeira história chamava-se precisamente “Open House” e vinha creditada como um álbum a solo de Kevin Burke – título que agora serviu para designar o colectivo, algo que já acontecera, por exemplo, com os Altan e os La Lugh. Kevin Burke foi, como já devem saber, violinista dos míticos Bothy Band. Gravou a solo ou em parcerias alguns álbuns dedicados a este instrumento, para encontrar, por fim, o seu segundo, e grande, grupo nos Estados Unidos – onde reside há alguns anos – nestes mesmos Open House. O “swing” é medonho, a facilidade e velocidade de execução arrepiantes. Mas, quando é preciso, os Open House fazem uma pausa e mostram que são capazes de, a qualquer momento, nos fazer dar de caras com o inesperado. Já nem sequer falamos da originalidade de ter um tocador de harmónica, Mark Graham, que faz com este instrumento, num “jig” ou num “reel”, o mesmo que um violino ou uma senhora, Sandy Silva, que faz as percussões do grupo com os pés, entre o “toc-toc” do picapau e o estrondo do martelo-pilão. A surpresa chega com “Jackson and Jane”, uma vocalização “a capella” por Mark Graham ou com a pop zoológica – que até ficaria bem num “single” -, um pouco à maneira dos Four Men and a Dog, de Monkey with a typewriter”. Um “Merengue” bem batido pelos pés e pelas palmas é um autêntico Sandy “show” e a previsível incursão pela Bretanha, com o clarinete de Graham fazendo as vezes da bombarda, em “Bourrées de Berry”, quebram, pelo desvio de perspectiva, a rotina da vertente tradicional irlandesa. Ouça-se, em último lugar, “Flowers of the forest”, em ritmo de valsa, relembrando os “dias da rádio” (e, para quem os conhece, os Late Night Band, que não há meio de serem reeditados em compacto!), enquanto se sonha com o regresso da Primavera. (8)















