Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #92 – “Mulholland Drive (FM)”

#92 – “Mulholland Drive (FM)”

Fernando Magalhães
28.03.2002 140225
O filme é de uma lógica terrífica.

Trata-se da mais virulenta e mortífera análise (crítica?) a cinema, e em particular a Hollywood, que alguma vez vi, apenas com paralelo em “Barton Fink”, dos irmãos Cohen.

lembrem-se da 1ª e da última imagem: fantasmas. Os anjos de Los Angeles são espectros que a cidade cria e dos quais se alimenta.

O filme, entre outras “histórias”, conta a transformação de uma pretendente a estrela de cinema em fantasma.
Chega a Hollywood repleta de sonhos (toda a sequência inicial apresenta a “perfeição” da “middle class” americana muito querida de Lynch.

O cinema devora o espírito, ao transformar a vida em imagem.
O ator é vampirizado pelas suas próprias alucinações. Toda a cena do Club del silêncio” é sintomática… “não existe banda, não existe música. Basta imaginá-los para eles aparecerem. Está tudo GRAVADO NA FITA!”

Toda a primeira parte é uma alucinação da tal loura pretendente a atriz. Há o que ela gostaria que tivesse acontecido, e o que aconteceu “realmente”.

Na cena final do jantar. A morena para a loura: É uma atrizeca secundária, DEIXEI-A ENTRAR EM ALGUNS DOS MEUS FILMES!”

Aqui a coisa fia mais fino. Esquizofrenia. Manipulação. Ela, a loura (e nós, pelo cinema…) somos sugados para dentro da alucinação de outrem. Passando a ser personagens do sonho de outrem.

“Mulholland drive” é a estrada (mais o atalho, o “caminho secreto”) que leva à loucura.

Cena da câmara com o velho na cadeira de rodas. Cena recorrente no cinema de Lynch.
Trata-se do interior de uma…câmara de filmar. O velho é o prisma, que inverte a luz, da mesma maneira que o cinema inverte a realidade.
Repararam que além do velho estão lá outras duas personagens? Uma delas fala lá para dentro ATRVÉS DE UMA PORTA DE VIDRO – a lente.

O “monstro” é parecido com o cadáver da morena, notaram?

O medo, indutor de todos os pesadelos.

O mais pavoroso de tudo é que, ao invés de “Uma História Simples” (em que há uma lógica linear, de A para B), é que “Mulholland Drive” é um ciclo fechado.

Alguém sonha alguém que irá sonhar o autor do sonho. Pescadinha de rabo na boca. A esquizofrenia é isto. A mente como um quarto fechado, sem portas de saída para o “mundo real”.

Há muito mais coisas, mas agora vou ter que almoçar.

Até já e evitem falar de sexo

FM

Magma – “A Música Do Fogo” (valores selados | dossier | artigo de opinião | blitz)

BLITZ 10 OUTUBRO 1989 >> Valores Selados


MAGMA
A MÚSICA DO FOGO


A história da música popular contemporânea está repleta de mitos. Uns para sempre irradiando glória do alto dos seus pedestais, erigidos pelas multidões. É o panteão oficial dos consagrados. Depois há os outros, tão ou mais importantes do que aqueles; os malditos, sempre incompreendidos, sempre mais à frente dos restantes. As massas passam ao seu lado sem os verem, excetuando uma minoria mais atenta que sabe distinguir a marca dos eleitos. Dos deuses, não dos humanos.
Os Magma pertencem a esta categoria. São obscuros e grandiosos. Christian Vander, o seu líder e mentor espiritual de sempre, é das figuras mais importantes e enigmáticas que têm atravessado o universo musical do nosso século. Génio para uns, louco para outros, é talvez ambas as coisas. A sua obra ergue-se num monumento definitivo – Construção musical e ideológica perfeitamente homogénea e coerente. A música de Vander é UNA e UMA. História intemporal com vários capítulos correspondentes a outros tantos discos. História da Luz e das Trevas. Da guerra e da serenidade. De todas as lutas e contradições. Se há uma música que reflete na perfeição esta dialética entre pares de opostos temáticos, estéticos e ideológicos, ela é a dos Magma. E a prova de que a Utopia é possível.


DOS DEUSES E DOS HOMENS

Mas comecemos pelo princípio. Christian Vander é francês e Kabaiano. Confusos? Eu explico. Para Vander as linguagens convencionais não chegam. A sua única linguagem é a da desmesura, do heroísmo exacerbado, da demanda do Absoluto. Assim, inventou um mundo, um universo, com a sua língua própria, a sua história, os seus ódios e amores. O mundo de Kobaia, em cuja língua (inventada por Vander) são cantados todos os discos dos Magma. Vander chegou mesmo a pensar escrever um dicionário Francês-Kobaiano. Não sei se o chegou a fazer.
E os discos, estarão à altura da personagem? Absolutamente. Poderemos compreendê-los melhor se conhecermos os seus heróis. São eles Nietzsche, Wagner, Hammill e Coltrane. Aos dois primeiros deve as concepções totalitárias e o paganismo presentes em toda a sua obra. De Nietzsche em particular as suas teorias sobre o super-homem. De Wagner retém as suas noções operáticas. De Hammill e Coltrane o lirismo apaixonante e a dimensão visionária. Tudo isto junto valeu-lhe o apelido de fascista. O símbolo que escolheu para os Magma e sobretudo para a capa do seu primeiro álbum, também não ajudaram. O símbolo representava uma espécie de garra, a mesma que na capa esmaga uma multidão em pânico. No interior, um desenho dos membros do grupo fazendo estranhas saudações a um sol negro.

O UNIVERSO DE KOBAIA

«Magma» de 1970 é também o título deste 1.º álbum, um duplo magistral, obra ímpar da década que então se iniciava. Sons operáticos, jazz-rock sem concessões e ritmos militaristas aliam-se a uma energia inesgotável. Num dos temas, Vander discursa à maneira de Hitler, num dia de maior histeria. A temática do álbum refere-se à odisseia do povo de Kobaia, o planeta da Beleza, Bondade e Sabedoria, ameaçado por mil perigos. «Thaud Zaia», «Aurae» ou «Sckxyss» são nomes belos e estranhos para uma música ainda mais bela e totalmente fora do vulgar. Acompanham Vander, nesta aventura, alguns excelentes músicos, com destaque para o pianista François Cahen, o saxofonista Teddy Lasry, o baixista Francis Moze e o vocalista Klaus Blasquiz. Em 1971 é editado o álbum seguinte, «1001.º centigrades» – temperatura a que o magma vulcânico sai do interior da Terra. Vulcânico é também «Riah Sahiltaahk», tema que ocupa todo o lado A, réplica de Vander ao fabuloso «A Plague of Lighthouse Keepers», composto por Peter Hammill para a obra-prima «Pawn Hearts», dos Van Der Graaf Generator, editada nesse mesmo ano. Onde nos Van Der Graaf a energia é inerente e subjugada pela palavra poética de Hammill, nos Magma é o vulcão em plena atividade. Juntaram-se ao coletivo mais um saxofonista, Jeff Seffer e um trompetista. Os metais sempre foram, de resto, fundamentais na estrutura sonora do grupo, constituindo-se como um dos principais destacamentos do exército comandado por Vander.

OS COMANDOS DA DESTRUIÇÃO


Em 73 é editado «Mekanik Destruktiw Kommandoh», o álbum mais conhecido do grupo, primeiro editado em Inglaterra, com o selo A&M. É o 3.º movimento da trilogia «Theusz Hamtaahk» – o julgamento da humanidade, culpada dos crimes de crueldade, desonestidade, inutilidade e falta de humanidade, segundo a palavra do profeta Nebehr Gudahtt, inspirado pelo espírito do Universo. Vem-nos à lembrança «Dune», obra aliás cuja versão cinematográfica realizada por David Lynch esteve para ser musicada por Vander. O álbum assinala a entrada no grupo da sua mulher Stella, com a sua voz soprano de diva alucinada. Stella é a estrela deste disco. Sozinha ou acompanhada, em longas invocações culminando numa histeria coletiva. Imaginem Diamanda Galás integrada num coro, invocando estranhos deuses. É mais ou menos isso. A grande falha do disco está num defeito das gravações originais, problema que Vander, na altura, se viu impossibilitado de solucionar. A secção rítmica formada pelo baixo e bateria é, em algumas partes, praticamente inaudível. Convém aqui esclarecer que Christian Vander, além de grande compositor é um fenomenal baterista, aliando uma técnica perfeita a uma energia quase desumana.


MUNDOS VULCÂNICOS

«Kohntarkosz» de 1974 é a continuação, mais instrumental, de «Mekanik». É também o titulo da composição-chave, meia-hora orgiástica, com todos os instrumentos contribuindo para a criação de um clima grandioso e angustiante. A música e intensidade opressiva ergue-se a alturas talvez só atingidas novamente por Hammill em «In Camera», na sequência «Gog/Magog». Jannick Top entrara entretanto para os Magma e seria o único a aguentar até ao fim a pedalada de Vander. As sonoridades convulsivas do seu baixo e violoncelo e a entusiástica adesão às ideias do mestre tornaram de imediato Top numa peça fundamental para a música do grupo. Por esta altura Top e Vander formavam a Uniweria Zekt, associação global, aglutinadora de todos os pressupostos estéticos e ideológicos do universo construído pelo músico francês. O álbum incluía ainda «Ork Alarm», da autoria de Top, descrevendo o combate entre os povos de Kobaia e Ork, o planeta cujos habitantes estavam para as máquinas como estas estão para os humanos. O tema é literalmente arrasador. O álbum termina com «Coltrane Sundia», pungente homenagem de Vander a um dos seus mestres espirituais.
É editado entretanto o duplo ao vivo «Magma Live», demonstração exemplar da energia libertada pelo grupo nas suas prestações em palco, em atuações que chegavam a durar perto de oito horas.
1976 vê surgir «Udu Wudu». O 1.º lado é totalmente ocupado pela suite «De Futura» com os Magma reduzidos ao trio Vander/Top/Blasquiz. É um tour de force rítmico, em contínuo crescendo. 18 minutos de lava sonora a transbordar culminando num êxtase absolutamente indescritível. Neste disco eram utilizados pela 1.ª vez os sintetizadores. A eletrónica predominava já no álbum seguinte «Attahk» que nada adiantava em relação a obras anteriores.

O CREPÚSCULO DO HERÓI

A partir daqui Vander perde-se em misticismos insondáveis. «Merci» e «Offering» apontam decididamente para direções mais jazzísticas e contemplativas. Vander trocava progressivamente a bateria pelo piano, dando especial ênfase ao trabalho de orquestração. Gravou ainda três álbuns a solo: «Tristan et Iseult», ainda no tempo áureo dos Magma, «Fiesta in Drums» e o recente «To Love», autêntica anedota, com o antigo baterista cantando esganiçadamente baladas de uma espiritualidade balofa, acompanhadas ao piano. O resultado é, no mínimo, confrangedor.
Ficam um passado glorioso e as fundações de uma escola que não tem parado de formar novos discípulos, dos quais os mais brilhantes são hoje os franceses Art Zoyd e os belgas Univers Zero.
Para a semana ficaremos na Alemanha, com os Faust.

Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #91 – “A grande lista___RIO-Recommended (FM)”

#91 – “A grande lista___RIO-Recommended (FM)”

Fernando Magalhães
21.03.2002 190700
Todos estes discos têm, de uma maneira ou de outra, a ver com o espírito RIO (“Rock in Opposition”) disseminado ao longo dos anos 80 e 90 pela editora/distribuidora Recommended

Eletrónica, jazz, eletrónica, colagem, rock de câmara, música contemporânea, falsa étnica, pop, excentricidades de todo o tipo…

Já agora, na edição que tenho dos K. Surfers, não vem a data de edição original do “Living…” (é 198?). Buddah, podes ver qual é, pf, para eu completar o ficheiro?

AFTER DINNER

0755 – Paradise of Replica (Rec Rec, 1989) – Jan.90, Dez.91 – 29.48

AKSAK MABOUL

0374 – Un Peu de l’Âme des Bandits (Atem/Crammed, 1979) – Nov.87, Mar.96 – 51.05

ALBERT MARCOEUR

1678 – Sports & Percussions (Concord, 1994) – Out.95 – 42.00

ANDRE DUCHESNES

0653 – Le Temps des Bombes (Ambiances Magnétiques, 1984) – Jul.89, Dez.97 – 40.26

ART BEARS

0198 – Hopes and Fears (Ré, 1978) – Dez.80, Out.92 – 64.38 R
0187 – Winter Songs (Ralph, 1979) – Set.80, Set.93 – 69.50
– The World as it is Today (1980) – Nov.88

ART ZOYD

1280 – Musique pour L’ Odyssée (Mantra, 1979) – Jul.93 – 71.38 + 75.59 Cor.
– Génération sans Futur (1980)
– Symphonie pour le Jour ou Bruleront les Cités (1980) 2xCD
1471 – Phase IV (Mantra, 1982) – Nov.90, Mar.91 – 70.43 + 72.02
– Les Espaces Inquiets (1983) – Set. 88 2xCD
0883 – Le Marriage du Ciel et de l’ Enfer (Cryonic, 1985) – Jul.90, Fev.91 – 68.19 Cor.
0482 – Berlin (Cryonic, 1987) – Set.88, Fev.91 – 59.14
1019 – Nosferatu (Ear-Rational, 1990) – Mar.91 – 70.45 BSO
0934 – Marathonnerre (Atonal, 1992) – Out.93 – 63.21 Cor.
0034 – Marathonnerre II (Atonal, 1992) – Out.93 – 60.18 Cor.
1877 – Faust (Atonal, 1996) – Abr.96 – 72.16 BSO
1921 – Häxan (Atonal, 1997) – Set.97 – 72.08 BSO

BIOTA

3003 – Object Holder (Recommended, 1995) – Out.00 – 70.19

BIRDSONGS OF THE MESOZOIC

0862 – Faultline (Cuneiform, 1989) – Jul.90, Nov.92 – 57.31
1163 – Pyroclastics (Cuneiform, 1992) – Mai.92 – 46.40
2667 – Dancing on A’a (Cuneiform, 1995) – Jan.00 – 52.33
0760 – Petrophonics (Cuneiform, 2000) – Jul.01 – 66.27

BOB DRAKE

3136 – Medallion Animal Carpet (Recommended, 1999) – Set.01 – 44.11

BORIS KOVAC

0773 – Ritual Nova (Recommended, 1986/1989) – Fev.90, Fev.94 – 68.23

BRUIRE

1656 – Les Fleurs de Léo (Ambiances magnétiques, 1992) – Mar.97 – 55.48
1905 – L’ Âme de l’ Object (Ambiances Magnétiques, 1995) – Out.96 – 50.46

CASSIBER

0488 – Beauty and the Beast (Recommended, 1984) – Set.88, Fev.97 – 49.53
3295 – Perfect Worlds (Recommended, 1986) – Nov.86, Jan.02 – 33.09

CHARLES W. VRTACEK

0656 – Learning to be Silent (Cuneiform, 1986) – Jul.89, Jun.96 – 78.02
– When Heaven Comes to Town (1988)

CHRIS CUTLER & LUTZ GLANDIEN

0598 – Domestic Stories (Recommended, 1992) – Mar.93 – 48.58

CONVENTUM

0501 – A L’Affût d’un Complot (Kozak, 1977) – Nov.88, Mar.97 – 60.47 R
0502 – Le Bureau Central des Utopies (Kozak, 1979) – Nov.88, Mar.97 – 62.57 R

DANIEL DENIS

1460 – Sirius and the Ghosts (Musea, 1991) – Ago.94 – 45.49
0380 – Les Eaux Troubles (Musea, 1993) – Set.94 – 50.58

DAVID GARLAND

0342 – Control Songs (Review, 1986) – Mai.87, Dez.97 – 72.44

DEBILE MENTHOL

0478 – Emile au Jardin Patrologique (Rec Rec, 1981) – Set.88, Out.96 – 49.40 2xCD
– Battre Campagne (1984) – Nov.88 – 38.04

DIANE LABROSSE

1985 – Face Cachée des Choses (Ambiances Magnétiques, 1995) – Out.96 – 44.33

DIANE LABROSSE, IKUE MORI & MARTIN TÉTREAULT

2683 – Île Bizarre (Ambiances Magnétiques, 1998) – Fev.00 – 52.22

DIANE LABROSSE & MICHEL F. CÔTÉ

2080 – Duo Déconstructiviste (Ambiances Magnétiques, 1994) – Mar.97 – 50.56

DOCTOR NERVE

0652 – Out to Bomb Fesh Kings (Cuneiform, 1985) – Jul.89, Jan.96 – 74.52
– Armed Observations (1987) – Jul.90

ESKATON

0806 – 4 Visions (Ad Perpetuam Memoriam, 1979) – Jun.97 – 51.27

ETRON FOU LELOUBLAN

0517 – Batelages (Musea, 1977) – Fev.96 – 73.51 + 68.48 + 60.18 3xCD
– Les Trois Fous Perdegagnent (1978)
– Les Poumons Gonfles (1982) – Dez.88
– Les Sillons de la Terre (1984) – Dez.88
– Face aux Elements Dechaines (1985) – Dez.88

FRED FRITH

0411 – Gravity (Ralph, 1980) – Mar.88, Set.91 – 69.36
0412 – Speechless (Ralph, 1981) – Mar.88, Set.91 – 58.58
0438 – Cheap at Half the Price (Ralph, 1983) – Mai.88, Dez.91 – 44.17
0415 – The Technology of Tears (Rec Rec, 1988) – Mar.88, Jan.92 – 60.23

GREGORY ALLAN FITZPATRICK

1677 – Snorungarnas Symfoni (MNW, 1976) – Out.95 – 34.09
1684 – Bildcircus (MNW, 1978) – Out.95 – 45.27

HENRY COW

0017 – The Henry Cow Leg End (Recommended, 1973) – Nov.73, Out.91, Dez.98 – 43.32 R
2587 – Unrest (Recommended, 1974) – Jul.99 – 39.40 R
0053 – In Praise of Learning (Recommended, 1975) – Out.75, Jan.94, Dez.00 – 37.56 R
2395 – Henry Cow Concerts 2xCD (East Side Digital, 1976) – Nov.76, Ago.98 – 64.13 + 60.21
0605 – Western Culture (Broadcast, 1979) – Mai.89, Out.92 – 36.08

HERBE ROUGE

3278 – Herbe Rouge (Legend Music, 1978) – Dez.01 – 78.12 R

HOAHIO

2914 – Ohayo! Hoahio! (Tzadik, 2000) – Jun.00 – 45.35

ISTVÁN MÁRTA

0707 – Támad Aszél (The Wind Rises) (Recommended, 1987) – Fev.90, Ago.98 – 35.24

JEAN DEROME

1996 – Carnets de Voyage (Ambiances Magnétiques, 1994) – Out.96 – 69.20
1907 – Navré (Ambiances Magnétiques, 1995) – Out.96 – 58.11
2596 – La Bête, the Beast within (Ambiances Magnétiques, 1996) – Mar.97 – 71.04 Cor.

JOANE HÉTU

1103 – Castor et Compagnie (Ambiances Magnétiques, 1995) – Out.96 – 54.53

JOCELYN ROBERT

1051 – Folie/Culture (Recommended, 1991) – Mar.97 – 66.20
2082 – La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993) – Mar.97 – 41.23

JOHN GREAVES & PETER BLEGVAD

0574 – Kew. Rhone (Voiceprint, 1977) – Mar.89, Set.98 – 36.57

JUSTINE

2318 – (Suite) (Ambiances Magnétiques, 1990) – Mar.98 – 66.49
1997 – Langages Fantastiques (Ambiances Magnétiques, 1994) – Out.96 – 49.38

KALAHARI SURFERS

0546 – Living in the Heart of the Beast (ReR, 198?) – Out.8?, Set.95 – 65.36 (antol.1994) R

LA 1919

2345 – Giorni Felici (Materiali Sonori, 1997) – Abr.98 – 43.28

LARS HOLLMER

1492 – XII Sibiriska Cyklar (Resource, 1981) – Nov.94 – 75.37
– Vill du Höra Mer (1982)
1423 – The Siberian Circus (col.) (Resource, 1980 -1988, 1993) – Mai.94 – 74.15
3102 – Tonöga (Resource, 1985) – Jan.01 – 75.17 + 75.10
– Fran Natt Idag (1985)
– Vendeltid (1987) – Dez.88 2xCD
1487 – Live 1992 – 1993 (Victo, 1993) – Nov.94 – 63.25
1618 – Vandelmassa (Ayaa, 1994) – Fev.96 – 73.22

L. VOAG

2354 – The Way out (Alcohol, 1979) – Abr.98 – 46.48

MIRIODOR

0512 – Miriodor (Cuneiform, 1988) – Fev.90, Set.94 – 73.29
1164 – 3e Avertissement (Cuneiform, 1991) – Mai.92 – 44.20

MOTOR TOTEMIST GUILD

0696 – Infra Dig (No Man’s Land, 1984) – Dez.98 – 73.32 (antol. 1996)
– Contact with Veils (1986)
0864 – Shapuno Zoo (No Man’s Land, 1988) – Dez.98 – 71.33 (antol. 1996)
2660 – City of Mirrors (Cuneiform, 1999) – Dez.99 – 67.30

MOVING GELATINE PLATES

1669 – Moving Gelatine Plates (Musea, 1970) – Out.95 – 51.52
1447 – The World of Genius Hans (Musea, 1971) – Jul.94 – 61.47

MUFFINS (THE)

0296 – Chronometers (Cuneiform, 1976) – Set.94 – 72.31
3239 – Manna/Mirage (Wayside Music Archive Series, 1991) – Dez.01 – 48.37
2045 – 185 (col.) (Cuneiform, 1980, 1995) – Dez.96 – 75.56

NEWS FROM BABEL

1155 – Work Resumed from the Tower (Re, 1984) – Out.92 – 70.13
– Letters Home (1986) – Mar.87

NON CREDO

0611 – Reluctant Hosts (No Man’s Land, 1988) – Jun.89, Set.01 – 58.47

PATRICIA DALLIO

3210 – Procession (David&Théodosis, 1992) – Dez.01 – 52.46
0645 – Champ de Mars (Body Soul, 1993) – Set.94 – 60.04 Cor.
1254 – La Ronce n’est pas le Pire (Body Soul, 1994) – Jan.97 – 57.04 Cor.
2228 – D’ où Vient l’ Eau des Puits? (Musea, 1996) – Nov.97 – 48.17

PEKKA POHJOLA

0515 – Pihksilmä Kaarnakorva (Love, 1972) – Set.94 – 70.06
– Harakka Biailopokku (1974)

PICCHIO DAL POZZO

1617 – Picchio Dal Pozzo (Si-Wan, 1976) – Fev.96 – 39.54

PRESENT

0930 – Triskadekaphobie (Cuneiform, 1989) – Nov.90, Abr.91 – 77.50
– Le Poison qui Rend Fou (1989)
1553 – Certitudes (Cuneiform, 1998) – Fev.98 – 39.55
2758 – Nº6 (Carbon 7, 1999) – Mai.00 – 47.12
3305 – High Infidelity (Carbon 7, 2001) – Jan.02 – 48.03

RENÉ LUSSIER

0476 – Fin du Travail (Version 1) (Ambiances Magnétiques, 1983) – Set.88, Fev.97 – 45.07
1020 – Le Trésor de la Langue (Ambiances Magnétiques, 1989) – Mar.91 – 65.47

ROBERT – MARCEL LEPAGE

1994 – Adieu Leonardo! (Ambiances Magnétiques, 1992) – Out.96 – 49.16 BSO

ROBERTO MUSCI

0651 – The Loa of Music (Lowlands, 1984) – Jul.89, Abr.98 – 62.44 (antol.)
– Umi-The Sea (1993-1997) (c/Claudio Gabianni)

ROBERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA

0542 – Water Messages on Desert Sand (Recommended, 1987) – Ago.88, Fev.91 – 74.50
– Urban and Tribal Portraits (1988) – Nov.88
1029 – A Noise, a Sound (Recommended, 1992) – Dez.92 – 59.07
2192 – Losing the Orthodox Path (Victo, 1997) – Jul.97 – 46.02

SAMMLA MAMMAS MANNA

1049 – Måltid (Silence, 1973) – Mar.96, Abr.98 – 57.05
1603 – Schlagerns Mystik 2xCD (Silence, 1978) – Mar.96 – 37.32 + 41.27
3238 – FamilyCracks (Silence, 1980) – Dez.01 – 43.10
1593 – Zamlaramanna (Resource, 1982) – Abr.95 – 43.55

SERGEY KURYOKIN

0402 – Some Combinations of Passion and Fingers (Leo, 1991) – Jul.92 – 62.05

SHELLEY HIRSCH & DAVID WEINSTEIN

0705 – Haiku Lingo (Review, 1989) – Nov.89, Mar.91 – 48.45

SKELETON CREW

0490 – Learn to Talk (Rec Rec, 1984) – Set.88, Jan.93 – 75.50
– The Country of Blinds (1986) – Jun.87

SLAPP HAPPY

3049 – Sort of (Blueprint, 1972) – Dez.00 – 46.09
0997 – Acnalbasac Noom (Cuneiform, 1973) – Jan.02 – 49.17
0030 – Slapp Happy (Virgin, 1974) – Jun.74, Set.93 – 73.24
– Desperate Straights (1975) – Set.88 c/Henry Cow

TASAVALLAN PRESIDENTTI

0858 – Tasavallan Presidentti (Love, 1969) – Jun.01 – 51.22
0980 – Milky Way Moses (Love, 1974) – Nov.74, Dez.98 – 47.19

THIERRY ZABOÏTZEFF

2215 – Heartbeat (Atonal, 1997) – Set.97 – 60.01 Cor.
2423 – India (Atonal, 1998) – Set.98 – 61.00 Cor.

THINKING PLAGUE

2066 – …A Thinking Plague (Cuneiform, 1984) – Out.01 – 78.45 R (antol. 2000)
– Moonsongs (1986) R
0945 – In this Life (Recommended, 1989) – Nov.90 – 72.00
3255 – In Extremis (Cuneiform, 1998) – Dez.01 – 52.33

TIBOR SZEMZÖ

2344 – Relative Things (Leo, 1998) – Abr.98 – 62.56 BSOs

UN DRAME MUSICAL INSTANTANÉE

1335 – Jeune Fille qui Tombe…Tombe (In Situ, 1991) – Jul.92 – 45.26

UNIVERS ZERO

3101 – Hérésie (Cuneiform, 1979) – Jul.01 – 51.46
0475 – Ceux du Dehors (Cuneiform, 1980) – Set.88, Out.92 – 50.12
0863 – Heatwave (Cuneiform, 1987) – Jul.90, Abr.95 – 42.22
0654 – Uzed (Cuneiform, 1988) – Jul.89, Set.95 – 43.07
1649 – The Hard Quest (Cuneiform, 1999) – Dez.99 – 50.06

URBAN SAX

0718 – Urban Sax (EPM, 1977) – Nov.89, Mai.91 – 73.23
– Urban Sax 2 (1978) – Nov.89
0391 – Fraction sur le Temps (EPM, 1985) – Dez.87, Jun.92 – 37.43
1098 – Spiral (EPM, 1991) – Set.91 – 47.28

U TOTEM

2190 – U Totem (Cuneiform, 1990) – Jun.97 – 62.25
2039 – Strange Attractors (Cuneiform, 1994) – Mai.97 – 46.50

5 UU’S

1518 – Bel Marduk & Tiamat (Cuneiform, 1984) – Fev.98 – 73.29
– Elements (1988) – Nov.88
1686 – Hunger’s Teeth (RéR, 1994) – Out.95 – 43.54
0500 – Crisis in Clay (RéR, 1997) – Set.98 – 51.17

VISNA MAHEDI ENSEMBLE

2353 – Unintentional Beauty (Lowlands, 1998) – Abr.98 – 43.56

VLADIMIR ESTRAGON

1086 – Three Quarks for Muster Mark (Tip Toe, 1989) – Out.91 – 38.15

VOGËL EUROPAS (DIE)

1021 – Best Before: (Creative Works, 1989) – Mar.91 – 39.55
1668 – Short Stories (Z.O.O., 1993) – Out.95 – 40.40

WIGWAM

2405 – Hard n’Horny (Love, 1969) – Jul.98 – 76.51
– Tombstone Valentine (1970)
1941 – Being (Love, 1973) – Out.99 – 38.22
1937 – Nuclear Nightclub (Virgin, 1975) – Dez.96 – 62.13
2806 – Lucky Golden Stripes and Starpose (Love, 1976) – Abr.01 – 36.40

WORLDS OF LOVE (THE)

2626 – The Worlds of Love (Review, 1989) – Jun.89, Jan.01 – 64.38

ZERO POP

0505 – All the Big Mystics (Rec Rec, 1988) – Nov.88, Dez.96 – 72.13
– Glows in the Dark (1992)

Z N R

0504 – Barricade 3 (Recommended, 1977) – Nov.88, Nov.94 – 45.12
0779 – Traite de Mecanique Populaire (Torak, 1977) – Nov.92 – 33.43

E…..SEMANTICS, ORTHOTONICS, PFS, GIANNI VENOSTA, FERDINAND RICHARD, NO SECRETS IN THE FAMILY, DOUBLE-X-PROJECT, DAVID FULTON, STEVE MOORE, WHA HA HA, WONDEUR BRASS, LES POULES; POPULAR MECHANICS…

Os discos de STEVE MOORE, WHA HA HA, WONDEUR BRASS, LES POULES; POPULAR MECHANICS são todos acima de 8,5/10 alguns deles são mesmo 10/10 (S. MOORE, (“A Quiet Gathering”) WHA HA HA (“Wha Ha Ha”); POPULAR MECHANICS “Insect Culture”).
Estupidamente desfiz-me dos vinis e, até à data, nenhum destes discos foi reeditado em CD… Mas sei quem os tem… eheh…

Robert Wyatt, Faust, Negativland são artistas “amigos” da Recommended

FM