Cultura >> Sábado, 19.09.1992
Folk Portuguesa Promove Associativismo
OS JIG, banda portuense especialista no reportório celta, actua hoje, às 19h30, no teatro Rivoli, no Porto, num espectáculo que marca o início da campanha de promoção ao associativismo juvenil, organizada pela Federação de Associações Juvenis do distrito do Porto. A primeira parte é preenchida pelos Frei Fado Del Rey. Integrado na mesma iniciativa, realiza-se no mesmo dia e local, pelas 14h30, um café-concerto no qual será inaugurada uma exposição sobre o tema do associativismo juvenil neste distrito.
Considerados pela crítrica a banda revelação do Festival Intercéltico do Porto de 1990, os Jig dedicam-se à interpretação de temas recolhidos da tradição celta, nomeadamente as danças e baladas típicas irlandesas, contando para tal com a boa voz de Isabel Leal e uma já razoável mestria instrumental dos restantes elementos: Alfredo Teixeira, bandolim, Arlindo silva, violino, Manuel Apolinário, flautas, Manuel Salselas, baixo, Paulo Pires, bateria e Serafim Lopes, guitarra. As suas actuações terminam por norma em dança colectiva, como aconteceu na última Festa do “Avante!”, graças ao entusiasmo que sempre pôem em cada apresentação. O resultado discográfico deste trabalho, iniciado em 1985, pode ser apreciado no CD, intitulado simplesmente “Jig”, que a editora Numérica acaba de lançar no mercado.
Com dois anos de existência e por enquanto pouco conhecidos, os Frei Fado Del Rey partem das raízes populares trovadorescas para a criação de temas originais compostos pelos membros do grupo, onde a ênfase é dada à melodia, servida por uma instrumentação exclusivamente acústica. Foram semifinalistas do 1º concurso de música moderna da Câmara Municipal de Lisboa e conseguiram bons resultados nas eliminatórias do concurso Yamaha-Mit, organizado pela EMI-Valentim de Carvalho. Carla Lopes, voz, Cristina Bacelar, guitarra clássica, José Martins, baixo acústico, Luís Sousa, percussão, e Ricardo Costa, guitarra clássica, têm agora a oportunidade de mostrar aquilo que valem fora de competição. A nova geração de grupos folk portugueses começa a ter pernas para andar.