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Vai de Roda – “Vai De Roda À Galiza” (concertos | notícia)

pop rock >> quarta-feira >> 03.08.1994


Vai De Roda À Galiza

Em rodagem de preparação para o seu novo e muito ansiado novo álbum, cuja edição se prevê para breve, os Vai de Roda, de Tentúgal, vão dar dois espectáculos na Galiza, nos próximos dias 5 e 6 de Agosto, em O Couto (Ponte Ceso) e Zás, na província de A Corunha. Um regresso às verdes terras do Norte depois da minidigressão que so Vai de Roda realizaram na Primavera e os levou a Santiago de Compostela e a O Porrinho. O primeiro concerto, uma iniciativa da Asociación Cultural Monte Blanco, contará unicamente com o grupo português, enquanto em Zás, organizado pela Asociación Cultural Castro Meda e integrado nas Festas da Carballeira, o programa será partilhado pela banda de Tentúgal com os Battlefield Band, da Escócia, e Raparigos, da Galiza.
Também em Agosto, os Vai de Roda deslocam-se a Castela para um concerto, dia 29, em Valladolid. Nestes concertos, a banda portuense apresentará temas do seu último trabalho discográfico, “Terreiro das Bruxas”, bem como composições já do seu próximo disco.
A actual formação dos Vai de Roda é constituída por Tentúgal (voz, sanfona, flautas e percussões), Abílio Santos (voz, braguesa, “cuatro” e harmónica), Cristina Martins (teclados), Jorge Lira (gaita-de-foles e flautas), Eduardo Coelho (guitarras acústica e portuguesa), Sérgio Ferreira (violino), Helena Soares (acordeão). Ana Pinheiro é a vocalista convidada nos espectáculos em Espanha.

Sierra Maestra – “Maestros Do Ritmo” (concertos)

pop rock >> quarta-feira >> 03.08.1994


Maestros Do Ritmo



O grupo cubano Sierra Maestra actua hoje em Melgaço, na Alameda Inês Negra, às 22h30, e amanhã em Moledo, no Ínsua Clube, às 23h. É o fecho de uma mini-digressão pelo país que teve início no passado dia 29, em Vila Nova de Cerveira, e passou pelo Porto e por Melgaço.
Os Sierra Maestra são um dos agrupamentos cubanos mais prestigiados da actualidade. Originários de Havana, cultivam e actualizam o antigo estilo “son” – em que os instrumentos utilizados são o “três”, guitarra, trompete, bongo, “guiro” e voz – praticado nos anos 20 e 30 em Cuba. O “son” surgiu na região oriental de Cuba, onde se situa a serra que dá o nome `banda.
O estudo, a prática e a modernização do “son” ancestral, praticamente esquecido pelas gerações mais jovens, é de resto a principal preocupação dos nove elementos que compõe a actual formação dos Sierra Maestra. À instrumentação característica do “son” atrás mencionada, o grupo acrescentou mais percussões, congas e maracas, ao mesmo tempo que substituiu a antiga “marimbula” pela guitarra baixo. Além disso, os Sierra Maestra aceleraram os tradicionais ritmos “guaracha” de maneira a proporcionar a dança colectiva, em vez dos tradicionais “slows”, que nos anos 20 eram dançados apenas aos pares. A resposta positiva dos mais novos não se fez esperar e eme pouco tempo os Sierra Maestra tornaram-se grupo-sensação em Cuba e presença assídua em festivais anuais nas universidades, tendo ganho o primeiro prémio em três anos consecutivos: 1976, 77 e 78. Em 1978 a banda representou Cuba no Festival Mundial de la Juventud y los Estudiantes, realizado em Havana. No ano seguinte alcançaram o quarto lugar na competição Carifesta, transmitida pela televisão, dedicada à música e aos artistas das Caraíbas.
A discografia dos Sierra Maestra inclui oito álbuns, desde a estreia em 1981 com “Sierra Maestra Llegó com el Guanajo Relleno”, disco de prata, a “Y Son Asi” e “Las Impuras” (banda sonora da série televisiva cubana do mesmo nome; recentemente, a sua canção “A los rumberos de Belen” foi aproveitada para o filme de Robert Redford, “The Milagro Beanfield War”), entre outros.
Entre os géneros tocados pelos Sierra Maestra – uma festa para os amantes da dança – estão, além do “son” (basicamente com a mesma estrutura da “salsa2), a rumba cubana, o bolero, o chachachá, a guaracha, o mambo e a salsa, nas suas diversas variedades: a “plena”, a “cumbia” ou o “tamborito”.
Os Sierra Maestra são Juan de Marcos González Cárdenas (“Tres”, voz, líder da banda), Jésus Amenany (trompete), Carlos González (bongós), Carlos Pisseaux (guiro), Alberto Valdés (maraccas e voz), Luís Bárgaza (voz), José António Rodríguez (guitarra e voz), Eduardo Himely (baixo e tumbadora) e Alejandro Suárez (clave e voz).

Vários – “Quinta Da Atalaia Recebe 18ª Edição – Festa Do ‘Avante!’ Mais Verde”

cultura >> quarta-feira >> 27.07.1994


Quinta Da Atalaia Recebe 18ª Edição
Festa Do “Avante!” Mais Verde


A FESTA do “Avante!”, na sua 18ª edição, nos próximos dias 2, 3 e 4 de Setembro na Atalaia, Seixal, está mais verde e relvada do que nunca. Esta é, de resto, conforme foi declarado em conferência de imprensa realizada ontem na Quinta da Atalaia, uma das principais preocupações da organização: acabar com a poeirada. Outro dos problemas que tem afectado anteriores edições é o barulho proveniente do palco principal que prejudica a audição de música noutros locais. A solução encontrada, posta de parte a hipótese de voltar o Palco 25 de Abril ao contrário, foi a insonorização de vários pontos do recinto, de forma a impedir a propagação sonora disparada pelo PA, com uma potência nunca inferior a 85 mil watts.
Palco 25 de Abril por onde passarão as atracções principais da festa: Johnny Clegg com os Savuka, da África do Sul, os norte-americanos Hollmes Brothers, estrelas da editora Real World, a superbanda folk inglesa Band of Hope, com Roy Bailey, John Kirkpatrick, Martin Carthy e Dave Swarbrick, e o Guajira Habanera, de Cuba. Maria Alice, cantora de mornas cabo-verdiana, e o saxofonista brasileiro Geová Nascimento representam os PALOP, sendo a delegação portuguesa formada por Carlos do Carmo, UHF – dois regressos -, Sétima Legião com os Gaiteiros de Lisboa, Ala dos Namorados, Peste & Sida, Jorge Palma com Flak, João C. Bom, um grupo de guitarras de antigos estudantes de Coimbra e o projecto “Tocar (no) Zeca”, do saxofonista Carlos Martins, sobre canções de José Afonso. A par dos habituais “stands” nacionais e internacionais, desporto, teatro e gastronomia, estão previstas uma exposição documental, “Sementes de Abril – Os Prelos da Liberdade”, e outra, de artes plásticas, de genérico “Que Viva Abril”, onde estarão representados 44 artistas, portugueses e estrangeiros, ambas no âmbito das comemorações dos 20 anos do 25 de Abril. Cuba será objecto de especial atenção, com a realização de vários debates sobre o mais recente bloqueio económico, além de uma campanha de solidariedade com o objectivo de angariar fundos destinados à aquisição de matérias-primas para o fabrico de medicamentos nos laboratórios cubanos.
Postas de parte estão, garante a organização, quaisquer iniciativas que visem o aproveitamento político da nova portagem, anunciada publicamente no passado domingo, na ponte sobre o Tejo, ponto de acesso privilegiado `Festa do “Avante!”. Mesmo assim, o PCP classificou o anúncio do Governo como um “recuo coxo”, ao mesmo tempo que manifestou o seu “total desacordo” com a nova taxa de solidariedade com os protestos dos utentes.