Arquivo de etiquetas: Sally Oldfield

Sally Oldfield – “Natasha”

Pop-Rock 23.01.1991


SALLY OLDFIELD
Natasha
LP, MC e Cd, Sony International


Em princípio, não está errado cantar canções como “Keep The Fire Burning”, “Clear Light” ou “In The Presence of the Spring”, cujos títulos, só por si, nos fornecem de imediato indicações claras quanto aos respectivos conteúdos. Fala-se do amor, da Natureza, das estações do ano, do dia e da noite, das estrelas e a da Lua, enfim, do lado aprazível do Universo. Se bem que, por vezes, as palavras forcem em demasia a faceta esotérica – não é sem uma certa dificuldade que se consegue entender o sentido de versos como “Oolah-Kalu-Kalu-Kalandeya” ou “Ella Kielessa Nyovya Lo”, respectivamente de “My Drumbeat Heart” e “Songo f the Mountain”. O que não se pode deixar passar em claro é a total incapacidade de Sally Oldfield em abandonar, por um segundo que seja, a lamechice e os lugares-comuns típicos de um género que facilmente descamba em pieguice, a coberto da etiqueta “new age”, cómoda para abrigar todo o tipo de mediocridades. Mike Oldfield toca no tema de abertura. Os ritmos frequentemente imitam os batuques étnicos habitualmente utilizados por ele. Infelizmente o resultado final assemelha-se mais aoas Abba que aos momentos de inspiração do autor do recente (e excelente) “Amarok”. Quem sai aos seus, por vezes degenera.
*

Sally Oldfield – “Natasha”

Pop-Rock 23.01.1991


SALLY OLDFIELD
Natasha
LP, MC e CD, Sony International


Em princípio, não está errado cantar canções como “Keep The Fire Burning”, “Clear Light” ou “In The Presence of the Spring”, cujos títulos, só por si, nos fornecem de imediato indicações claras quanto aos respectivos conteúdos. Fala-se do amor, da Natureza, das estações do ano, do dia e da noite, das estrelas e a da Lua, enfim, do lado aprazível do Universo. Se bem que, por vezes, as palavras forcem em demasia a faceta esotérica – não é sem uma certa dificuldade que se consegue entender o sentido de versos como “Oolah-Kalu-Kalu-Kalandeya” ou “Ella Kielessa Nyovya Lo”, respectivamente de “My Drumbeat Heart” e “Songo f the Mountain”. O que não se pode deixar passar em claro é a total incapacidade de Sally Oldfield em abandonar, por um segundo que seja, a lamechice e os lugares-comuns típicos de um género que facilmente descamba em pieguice, a coberto da etiqueta “new age”, cómoda para abrigar todo o tipo de mediocridades. Mike Oldfield toca no tema de abertura. Os ritmos frequentemente imitam os batuques étnicos habitualmente utilizados por ele. Infelizmente o resultado final assemelha-se mais aoas Abba que aos momentos de inspiração do autor do recente (e excelente) “Amarok”. Quem sai aos seus, por vezes degenera.
*

Legenda:
. Imperdoável
* Mau Mau
** Vá Lá
*** Simpático
**** Aprovado
***** Único

Sally Oldfield – “Three Rings”

Pop Rock

25 de Maio de 1994
ÁLBUNS POPROCK

Sally Oldfield
Three Rings

MSM Music, distri. BMG


so

Que têm em comum Enya, Loreena McKennitt, Mae McKenna, Maggie Reilly e Sally Oldfield? Resposta: a música de todas elas (a que poderíamos acrescentar os actuais Clannad e Capercaillie, grupos nos quais pontificam vocalistas femininas que se tornaram do mesmo quilate) é chata. Chata, enjoativa e, na pior das hipóteses, pretensiosa. Todas elas se embrulham nas farpelas coloridas da “new age” e o “céltico”. Todas elas não fazem ideia do que pode e deve ser cada uma destas referências. Sally Oldfield, portanto, pertence ao grupo das chatas. Em “Three Rings”, aflora como seria de esperar, a sua veia mística, apesar de, na capa, a mana de Mike Oldfield se deixar fotografar com a roupa interior bem à vista. Mas o misticismo não é também isto mesmo, a revelação do interior? Bem, logo no tema de abertura somos siderados pela poesia: “Do caos vem a força, o azul ofuscante e sem medo da vida e do amor, e a luz infinita do espírito que és tu.” O final é uma caixinha de música num instrumental sobre o mago Merlin. O resto é tudo menos uma caixinha de surpresas: previsível e amorfo, na tradição do pior “MOR” (“middle of the road”). Sintetizadores envernizados, harpas de plástico, vocalizações todas elas ternura e bichinhos de peluche. Sally Oldfiel aprendeu também, claro, a ser “étnica”. Daí haver um refrão numa língua qualquer mágica e um tema chamado “Survival” em que as percussões são praticamente iguais às de uma sequência célebre de “Ommadawn”, um dos (bons) álbuns do mano Mike. O mais espantoso é que a par de uma caramelada intitulada “Summer of love” há em “Three Rings” um outro Verão bem mais apetecível à mão de Sally Odfield, “Summer in my hand”, uma canção simples com o melhor que uma canção pode ter: uma bonita melodia. Sally Oldfield parece não ter compreendido que, no seu caso, mais do que isto é demais. (3)