Arquivo de etiquetas: Brass Monkey

Brass Monkey – “The Complete Brass Monkey”

pop rock >> quarta-feira, 14.04.1993
REEDIÇÕES WORLD


MORRIS DE METAL

BRASS MONKEY
The Complete Brass Monkey
Topic, distri. MC – Mundo da Canção



Uma reedição histórica que reúne os dois únicos álbuns gravados por uma das bandas que revolucionaram a folk inglesa: “Brass Monkey”, de 1983, e “See how It Runs”, de 1986. A liderá-la, dois dos pilares da “british folk”: Martin Carthy e John Kirkpatrick. O primeiro é sobretudo conhec ido como um dos fundadores, com Ashley Hutchings, dos Steeleye Span. Os primórdios da sua carreira, iniciada em 1963, foram assumidos como influências por Bob Dylan e Paul Simon. Gravou e continua a gravar regularmente álbuns de parceria com o mago do violino, Dave Swarbrick. Passou, como quase toda a gente importante, pela superbanda Albion Band. Cantou e gravou com o mítico grupo vocal The Watersons. Guitarrista e vocalista de excepção, o seu estilo inconfundível pode ser apreciado nos magistrais álbuns a solo “Out of the Cut” e “Right of Passage” (circula perdido por algumas discotecas). Quanto a John Kirkpatrick, “virtuose” da concertina e do acordeão (escutem-no urgentemente, ao lado de Kepa Junkera e Ricardo Tesi, em “Trans Europe Diatonique”), apresenta um currículo não menos impressionante: três álbuns fundamentais com Sue Harris, “Shreds and Patches”, “Facing the Music” e “Stolen Ground”, este último, ao que parece, já editado em compacto. Presenças nos Albion Band, claro, e nos Umps & Dumps, ainda em acção. Tocou praticamente em todos os álbuns de Richard Thompson. É um dos grandes divulgadores da dança “morris” inglesa, que pode ser apreciada num dos seus trabalhos a solo, “Plain capers”, já com distribuição portuguesa. O que faz a originalidade do som dos Brass Monkey, cuja existência “oficial” decorreu entre 1983 e 1987, sempre com carácter esporádico, é a utilização e os intrincados arranjos de uma secção de metais – saxofone, trompete e trombone – numa fórmula instrumental que apenas encontrou paralelo noutra das múltiplas extensões dos Albion Band, os Home Servive, conhecidos entre nós pelo álbum “Alright Jack” (também já reeditado em CD). Seria pois injusto não mencionar os nomes de Howard Evans, trompete, Martin Brisnford, sax, e Roger Williams, este substituído por Richard Cheetham, em “See how It Runs”, no trombone, cujo passado entronca nos Albion Band e, no caso do trompetista, nos Old Swan Band e Edward II. Prolongamento lógico da modernização e electrização da “morris dancing” operada no seminal “Morris on” (para o qual contribuíram tanto Carthy como Kirkpatrick, ao lado do omnipresente Ashley “Tiger” Hutchings), “Brass Monkey” e “See how It Runs” reformulam por completo a rítmica característica da “morris” (o trombone fazendo a vez do baixo, por exemplo), constituindo um exercício salutar de reformulação de uma linguagem que, como diz Martin Carthy, é “intemporal”, continuando “a falar às pessoas de hoje, tão alto e claro como sempre”.
Imprescindível. (9)

Brass Monkey – “The Complete Brass Monkey”

pop rock >> quarta-feira, 14.04.1993

REEDIÇÕES WORLD

MORRIS DE METAL


BRASS MONKEY
The Complete Brass Monkey
Topic, distri. MC – Mundo da Canção



Uma reedição histórica que reúne os dois únicos álbuns gravados por uma das bandas que revolucionaram a folk inglesa: “Brass Monkey”, de 1983, e “See how It Runs”, de 1986. A liderá-la, dois dos pilares da “british folk”: Martin Carthy e John Kirkpatrick. O primeiro é sobretudo conhec ido como um dos fundadores, com Ashley Hutchings, dos Steeleye Span. Os primórdios da sua carreira, iniciada em 1963, foram assumidos como influências por Bob Dylan e Paul Simon. Gravou e continua a gravar regularmente álbuns de parceria com o mago do violino, Dave Swarbrick. Passou, como quase toda a gente importante, pela superbanda Albion Band. Cantou e gravou com o mítico grupo vocal The Watersons. Guitarrista e vocalista de excepção, o seu estilo inconfundível pode ser apreciado nos magistrais álbuns a solo “Out of the Cut” e “Right of Passage” (circula perdido por algumas discotecas). Quanto a John Kirkpatrick, “virtuose” da concertina e do acordeão (escutem-no urgentemente, ao lado de Kepa Junkera e Ricardo Tesi, em “Trans Europe Diatonique”), apresenta um currículo não menos impressionante: três álbuns fundamentais com Sue Harris, “Shreds and Patches”, “Facing the Music” e “Stolen Ground”, este último, ao que parece, já editado em compacto. Presenças nos Albion Band, claro, e nos Umps & Dumps, ainda em acção. Tocou praticamente em todos os álbuns de Richard Thompson. É um dos grandes divulgadores da dança “morris” inglesa, que pode ser apreciada num dos seus trabalhos a solo, “Plain capers”, já com distribuição portuguesa. O que faz a originalidade do som dos Brass Monkey, cuja existência “oficial” decorreu entre 1983 e 1987, sempre com carácter esporádico, é a utilização e os intrincados arranjos de uma secção de metais – saxofone, trompete e trombone – numa fórmula instrumental que apenas encontrou paralelo noutra das múltiplas extensões dos Albion Band, os Home Servive, conhecidos entre nós pelo álbum “Alright Jack” (também já reeditado em CD). Seria pois injusto não mencionar os nomes de Howard Evans, trompete, Martin Brisnford, sax, e Roger Williams, este substituído por Richard Cheetham, em “See how It Runs”, no trombone, cujo passado entronca nos Albion Band e, no caso do trompetista, nos Old Swan Band e Edward II. Prolongamento lógico da modernização e electrização da “morris dancing” operada no seminal “Morris on” (para o qual contribuíram tanto Carthy como Kirkpatrick, ao lado do omnipresente Ashley “Tiger” Hutchings), “Brass Monkey” e “See how It Runs” reformulam por completo a rítmica característica da “morris” (o trombone fazendo a vez do baixo, por exemplo), constituindo um exercício salutar de reformulação de uma linguagem que, como diz Martin Carthy, é “intemporal”, continuando “a falar às pessoas de hoje, tão alto e claro como sempre”.
Imprescindível. (9)