#50 – “Folk, Los Hermanos, Lord of the Rings… (FM)”
Fernando Magalhães
11.12.2001 160428
Não tenho aparecido aqui devido ao excesso de trabalho e à irritante lentidão do meu computador – é preciso justificar estas coisas, não vá aparecer logo alguém a falar em “desaparecimento”…
Tenho ouvido algumas novidades folk (no Y de 21/12 deverá sair um artigo com várias críticas).
Kepa Junkera (“Maren”) – Folk bastante comercial, apesar da lista de convidados incluir gente como Hughes de Courson (ex-Malicorne), Ibon Koteron, vozes búlgaras, etc…
A produção normalizou-se, a própria execução instrumental de KJ parece ter estagnado num som mais “liso” e apelativo.
UXIA (“Danza das Areas”) – Apenas consegui ouvir os primeiros três temas, todos execráveis. Música de variedades. Muitos convidados portugueses: Dulce Pontes, João Afonso, Filipa Pais…
KORNOG (“Kornog”) – Este sim, vale a pena. O regresso em força nos anos 90 de uma banda bretã dos 80, pouco conhecida.
TARRAS – álbum novo na Topic. Folk rock leve, bem executado, entre um certo som “americanizado” e referências acústicas aos Magna Carta.
BRASS MONKEY – novo álbum (isto lembrar-me dos títulos, está quieto!) – excelente, como todos os álbuns anteriores deste grupo. Martin Carthy é o músico inglês mais importante das últimas décadas, já o escrevi e repito. O legado das ancestrais danças “morris” adaptadas com brilhantismo aos novos tempos. Os Brass Monkey são uma espécie de Gaiteiros de Lisboa ingleses, passe a heresia (M. carthy começou a gravar no início dos anos 60…).
Também ouvi algumas coisas interessantes da editora Fono, húngara, Voltarei a falar destes discos quando os ouvir com mais profundidade.
Do Brasil:
Los Hermanos lançaram o álbum “Bloco do Eu Sozinho”. Rock (por vezes pós-rock…) brasileiro (Moog + guitarras + secção de metais) que lembra de forma inequívoca o som dos Eels, introduzindo-lhes uma criatividade muito especial, em temas que passam pelo reggae, MPB mais clássica, punk e mesmo rock FM. A diferença está no talento do grupo para escrever boas canções. O tema inicial, então, “Todo carnaval tem seu fim”, é daqueles que se colam ao ouvido e é impossível deixar de cantar!
CINEMA
Já vi o “Lord of the Rings”!!!!!!! Como fanático do livro, devo confessar que a adaptação desta primeira parte da trilogia (“A Irmandade do Anel”) me satisfez. Falta a dimensão “tempo”, da distância, mas os cenários e os personagens estão fabulosos. Falha maior: O desaparecimento do episódio do encontro na floresta com Tom Bombadil, a personagem mais enigmática de toda a obra (O Peter Jackson que, recorde-se, realizou o “Braindead”, é capaz de ter achado esta parte demasiado “metafísica”…mas, tudo bem…).
FM
O desaparecido