Police (The) – “Message In A Box: The Complete Recordings” 4xCD box

pop rock >> quarta-feira, 06.10.1993
REEDIÇÕES


PODER DE ENCAIXE

POLICE
Message In A Box: The Complete Recordings
4xCD A&M, distri. Polygram



A saga das caixas parece não ter fim. É o “ai Jesus” actual das editoras, que descobriram a melhor maneira de reciclar produto antigo. Trata-se, neste caso, de encaixar, variando oo formato e a decoração da caixa e metendo lá dentro mais ou menos palha, embrulhada em livrets luxuosos onde vem contada a “história toda” do(s) artista(s) em caixa, quer dizer, em causa. “Message in a box”, contudo, vem com tudo. Nada de palha, só o essencial dos Police, o grupo de sabidos que na explosão de 76 se fez passar por “punk”. E o essencial é neste caixo – apre! – caso, toda, mas mesmo toda, a discografia da banda, mais alguns trocados. O que significa que a mensagem inclui a totalidade dos álbuns “Outlands d’Amour” (1978), “Regatta de Blanc” (1979, que elegemos como o expoente mais alto da banda), Zenyatta Mondatta” (1980), “Ghost in the Machine” (1981) e “Synchronicity” (1983). O material adicional consta de vários lados “B” de “singles”, como “Dead end job”, “Visions of the night” e “Flexible strategies”, temas ao vivo como “Tea in the Sahara”, “Landlord” e “Next to you”, e ainda os instrumentais “How stupid Mr. Bates” e “A kind of loving”, extraídos da banda sonora de Sting. “Brimstone and Treacle”. O formato da caixa é atraente: um livro encadernado ilustrado na capa com o emblema da esquadra de polícia onde trabalharam, à paisana, os três rapazes: Sting, Andy Summers e Stewart Copleand. Depois, sabe-se o que aconteceu quando abriram o livro: deram uma cabazada a concorrência que ainda andava às voltas para aprender a afinar uma guitarra, enquanto eles traziam já na bagagem anos de treino com Zoot Sims, Eric Burdon, Soft Machine, Kevin Ayers (Andy Summers), Curved Air (Stewart Copeland) e Last Exit (Sting) e ideias firmes quanto ao caminho a seguir. Se formos nós a abrir o livro, temos literatura de sobra com que nos entreter, em 65 páginas de texto assinadas por Phil Sutcliffe, com cheirinho a novo, e muitas fotografias, cronologia, capas de discos, postais, cartazes, bilhetes e toda a espécie de quinquilharia que ajuda a encher este género de embalagens e que os fãs indefectíveis vão ler de ponta a ponta. Quanto a nós contentámo-nos com a audição da música: uma síntese explosiva de pop minimal, jazz e reggae traficado, servidos por três excelentes intérpretes e que produziu alguns dos grandes temas da música popular dos últimos anos, do género dos que todos trauteiam: Message in a bottle”, “Can’t stand losing you”, “Bring on the night”, “Walking on the moon” (trauteia-se menos), “Don’t stand so close to me”, “Spirits in the material world”, “Every little thing she does is magic”, “Invisible sun” (trauteiem lá!) e “Every breath you take”, só para citar os mais conhecidos. “Message in a box” satisfaz toda a gente. Para uns é dinheiro em caixa. Para muitos a caixa-forte da melhor polícia do mundo. Tudo por uma boa causa. Por uma boa caixa. (8)

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