Tjak – “Viajando”

(público >> y >> portugueses >> crítica de discos)
28 Novembro 2003


TJAK
Viajando
Ed. e distri Última
6|10



Victor Bandeira, Pedro Sotiry e Gabriel Gomes armaram-se com samplers e sintetizadores para esta viagem de fusão que tomou como ponto de partida as recolhas efectuadas por Bandeira na África, América do Sul, Sudeste Asiático e Nova Guiné. São quatro temas longos, inspirados em sons e rituais primitivos como uma invocação a Buda, cantos dos Dogons do Mali e dos índios Karajás, da Ilha do Bananal, no Brasil, ou uma cerimónia religiosa tibetana. Juntam koras, flautas, vozes de Pai de Santo e de pássaros, registados em arquivo, a “grooves”, glissandos de sintetizador e programações, mais próximos do etnotrance dos Trance Mission, Sabres of Paradise e Banco de Gaia que do conceptualismo de Musci/Venosta ou dos Lights in a Fat City, Tuu e O Yuki Conjugate – todos pertencentes a uma família que integra ainda Loop Guru e Transglobal Underground. Infelizmente, a par da correcta utilização dos sons samplados, os temas pecam por alguma facilidade rítmica, como numa ”A orientação perfeita”, regulada pela bússola de Jean-Michel Jarre, ou um “Caminho africano” que após uma irresistível dança de Kora descamba para coros e batida vulgares. Entre a “new age” exótica e ideias a pedir mais ousadia, “Viajando” não se atreve a ir ao âmago dos lugares que visita.



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