POP ROCK
9 MARÇO 1994
Pedro Barroso
Cantos D’Antiga Idade
Strauss
Não se nega a Pedro Barroso a integridade. Agora, não se lhe peça mais do que aquilo que ele pode dar. De álbum para álbum, o cantor que o Zip Zip deu a conhecer ao público vem repetindo uma fórmula que já não parece ter muitos frutos para dar: a balada, numa vertente que hesita entre o popular e a “patine” da erudição. Brel, Moustaki, Brassens e a chamada “chanson française” em geral continuam a ser a matriz da qual o compositor tão cedo não se conseguirá, nem porventura quererá, libertar. A apropriação da poesia medieval de expressão galaico-portuguesa e, em particular, das cantigas de amigo medievais, por muito que o compositor se tenha envolvido nelas, resulta neste disco em canções por de mais banais e previsíveis, sem que se vislumbre a criatividade ou o rasgo que justificassem o empenhamento. Os apreciadores da música de Pedro Barroso – que, sinceramente, não sei quem são – vão decerto ficar contentes com estas cantigas (não é assim que eles dizem?) da meia, perdão, da antiga idade e reconhecer-se na voz grave e no estilo familiar e coloquial do cantor. Um daqueles discos que não aquecem nem arrefecem. (5)