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Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #37 – “Klankrieg ‘Radionik'”

#37 – “Klankrieg ‘Radionik'”

Fernando Magalhães
09.11.2001 160437

O Felix Kubin passou-me ontem o novo álbum (“Radionik”) dos KLANKRIEG (infelizmente não pude ir ao concerto no Lux que, segundo o próprio FK, correu bastante bem, com uma parte da assistência a sair esbaforida mal começaram a tocar!…)

Do que já ouvi do disco, será um dos mais estranhos álbuns de electrónica dos últimos tempos (o CD tem data de edição de 1999). Frequências sónicas bizarras, o som de uma fuga de gás (literalmente falando, conforme o próprio FK também explicou), ruídos de insectos, maquinismos pesados em delírios psicotrópicos.
O álbum deverá ter distribuição pela Matéria Prima.

FM

PS-Peço perdão pelo teor sério desta mensagem, apesar de já passar das 16h.

Klankrieg – Radionik

30.10.2001
Klankrieg
Radionik
Cling Film, distri. Matéria Prima
8/10
Ultrapassado o obstáculo inicial que é conseguir (literalmente) destruir o invólucro de borracha que sela o CD, “Radionik” constitui um bom exemplo da vertente electrónica mais conotada com o industrialismo “kraut” de nomes como Asmus Tietchens ou Conrad Schnitzler. É também a revelação do lado mais conceptual e experimentalista de Felix Kubin, que nos habituámos a ver como genial “jongleur” da electrónica “nonsense” como é praticada para os lados da editora Stora. O som dos Klankrieg – Kubin e Tim Buhre – joga-se no campo oposto, dos sons escuros, dos circuitos (mal) integrados, dos testes de frequências e da maquinaria feroz. Não são já, sequer, as fábricas românticas onde trabalhavam os Cluster, mas armazéns abandonados, contaminados por lixos tóxicos, que os Klankrieg percorrem, armados com os seus instrumentos de análise e disseminação de ruído. A samplagem de uma fuga de gás no tema inicial, “Gas”, serve de introdução a este cenário pós-apocalíptico onde a desolação escorre através de um labiríntico sistema de oleodutos residuais.