Klankrieg – Radionik

30.10.2001
Klankrieg
Radionik
Cling Film, distri. Matéria Prima
8/10
Ultrapassado o obstáculo inicial que é conseguir (literalmente) destruir o invólucro de borracha que sela o CD, “Radionik” constitui um bom exemplo da vertente electrónica mais conotada com o industrialismo “kraut” de nomes como Asmus Tietchens ou Conrad Schnitzler. É também a revelação do lado mais conceptual e experimentalista de Felix Kubin, que nos habituámos a ver como genial “jongleur” da electrónica “nonsense” como é praticada para os lados da editora Stora. O som dos Klankrieg – Kubin e Tim Buhre – joga-se no campo oposto, dos sons escuros, dos circuitos (mal) integrados, dos testes de frequências e da maquinaria feroz. Não são já, sequer, as fábricas românticas onde trabalhavam os Cluster, mas armazéns abandonados, contaminados por lixos tóxicos, que os Klankrieg percorrem, armados com os seus instrumentos de análise e disseminação de ruído. A samplagem de uma fuga de gás no tema inicial, “Gas”, serve de introdução a este cenário pós-apocalíptico onde a desolação escorre através de um labiríntico sistema de oleodutos residuais.

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