Fennesz, O’Rourke, Rehberg – “The Magic Sound of Fenno’Berg”

24 de Março 2000
POP ROCK


Fennesz, O’Rourke, Rehberg
The Magic Sound of Fenno’Berg (8/10)
Mego, distri. Matéria Prima



Está a tornar-se verdadeiramente fascinante assistir ao desenvolvimento das correntes mais liberais da música electrónica actual. O mais recente capítulo de uma saga que parece interminável é “The Magic Sound of Fenno’Berg”, realização colectiva com base em improvisações “separadas e depois coladas” de Christian Fennesz, Jim O’Rourke e Peter Rehberg. Sentem-se, descontraiam-se e gozem tanto quanto puderem esta sequência verdadeiramente notável de ideias postas em prática segundo um método que alia a lógica à loucura mais desalinhada. São filmes em 3D e som “sensaround” de uma civilização distante onde tudo é possível e lícito, e a surpresa e o risco acontecem a todo o momento. A electrónica junta-se à música electro-acústica, de acordo com uma atitude próxima da dos Faust e de experiências do tipo que a canadiana Diane Labrosse tem levado a cabo na editora Ambiances Magnétiques. O tema final, “Fenn O’Berg theme”, é um mundo à parte dentro da sucessão de mundos de “The Magic Sound of Fenno’Berg”: uma superprodução de Hollywood, em reverso de easy-listening, realizada por um Cecil B. de Mille transformado em zombie, onde samples de “Moonraker” de John Barry formam o sustentáculo de uma banda sonora composta por uma simbiose mutante dos High Llamas, Stereolab e Holger Czukay num passeio de sonâmbulos à meia-noite no túnel do terror. Um álbum difícil. Um álbum “sexy”. Um álbum mágico. Um álbum de aventuras.

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