Beverley Craven – “Love Scenes”

pop rock >> quarta-feira, 06.10.1993
NOVOS LANÇAMENTOS POP ROCK


Beverley Craven
Love Scenes
Epic, distri. Sony Music



Vinte valores para a carinha dela. Outros tantos para o que se adivinha do resto que a capa mostra. Beverley Craven canta as suas cenas de amor envergando, segundo reza a foto da frente, um traje e um “look” anos 70, calças em boca de sino, “pullover justo”, mulher fatal com o cérebro a trabalhar. “Love Scenes” resume-se a esta imagem, cuidados extremos na produção, uma bela voz e canções que deslizam pelo ouvido (nem sequer chegam a tocar o coração) sem deixar marca. Vulgar “mainstream” em forma de baladas boas para derreter corações, sem dúvida, mas de chocolate. Ainda assim Beverley aprofunda um pouco e canta como Mathilde Santing, em “Feels like the first time”, molha o pãozinho no leite no resto dos temas e o que sobra de interessante é o sopro repentino de vida tratada pela secção de metais que Lenny Pickett (dos Borneo Horns) arranjou para “Blind Faith” e a versão de homenagem aos Abba, “The winner takes it all”, impulsionada por uma guitarra baixo cantante. Bastante pouco para um disco que recorreu a mão-de-obra de qualidade: Jeff Beck (também requisitado por Kate Bush, no recente “The Red Shoes”), Nana Vasconcelos e os dois Fairport Convention, Simon Nicol e Martin Allock. Além do escocês Billy Jackson, dos Ossian, de quem mal se dá por ele a tocar “tin whistle” em “In those days”. Fiquemo-nos, então, a mirar o ar saudável da menina e a sonhar com o dia em que ela aprenderá a compor canções pelo menos tão atraentes como a sua figura. (5)

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