pop rock >> quarta-feira, 08.12.1993
CASTRO & BARIUS
Tributo
Edição Sonovox
Que belo nome para um grupo musical, Castro & Barius! Eles dão uma explicação: Castro porque o seu elemento principal, guitarrista e vocalista, se chama Fernando Castro (tocou com Fernando Pereira), Barius porque a banda costuma tocar em bares, “bários” também porque significa “rapazes”. Os restantes bárius são Paulo mento, baixo, Eduardo Salgueiro, bateria, e Jorge Nascimento, guitarras. Com convidados como José Salgueiro, irmão célebre do Eduardo, em percussões, e Zé Barros, braguesa e cavaquinho, que já passou pelos Romanças e Ronda dos Quatro Caminhos. Ah sim, e o pai do Jorge, que toca acordeão.
“Tributo” é uma homenagem e, como tal, convinha escolher bem o homenageado. Jogando pelo seguro, os Castro & Barius resolveram homenagear três de uma vez, todos valores seguros: José Afonso, Fausto e Vitorino. Bem jogado!
Escolheram-se então, para total segurança, tudo temas fortes, na maioria sobejamente conhecidos: “Mulher da erva”, “A morte saiu à rua”, “Redondo vocábulo” e “A formiga no carreiro”, de José Afonso, “O barco vai de saída”, “Lusitana” e “Navegar, navegar”, de Fausto, “Menina estás à janela” (popular), “Queda do Império”, “Tragédia da Rua das Gáveas” e “Leitaria Garrett”, de Vitorino. Mais um punhado de poemas populares como “Maria Faia” e “Rouxinol”.
Como forma de homenagear os visados (que, comovidos, agradecem, sobretudo Vitorino, que se comove por todo e por nada), os Castro & Barius optaram por “vestir” os temas com “roupagens novas”, para “poder agradar a todos”. Decerto que sim, até porque o som é agradável e sem sobressaltos, muito “music-hall”. Música que, embora “recuperada em toda a sua beleza melódica”, deverá ser “ouvida devagarinho”. Sem dúvida, para aí três segundos de cinco em cinco anos. Força Barius! (2)