Pop Rock
8 MAIO 1991
TOYAH WILLCOX
Ophelia’s Shadow
LP e CD, E.G., distri. Edisom
Actriz, cantora e casada com Robert Fripp, Toyah passou em pouco tempo de “punk” mal amanhada a dama do “music-hall”, ou quase… O actual marido pegou-lhe na carreira e deu-lhe a volta. O pior é que, por mais voltas que lhe dê, a carreira da senhora teima em avançar devagarinho, sobretudo em termos de vendas de álbuns, já que os singles lá vão conseguindo chegar aos tops. Vai-se mudando o estilo até encontrar a receita mágica. No álbum estreia (“The Blue Meaning”) era a poesia, longas histórias de encantar adultos (o título sugere os “blues minnies” do desenho animado “Yellow Submarine”), pontuadas pelas “frippertronics” do marido. “Prostitute” procurava ser experimental e ao mesmo tempo fazer dançar. Não era mau disco. “Ophelia’s Dream”, de ressonâncias shakespeareanas, a recordar tempos passados, opta pelo meio termo, com nítida influência da vertente discretamente equilibrada e muito “crafty guitarists” de Fripp (que co-assina dois temas) e procurando a todo o custo uma aura de mistério e sensualidade. Refira-se, a propósito, que a voz de Toyah cada vez mais se vai tornando, em todos os aspectos, uma cópia muito perfeita da de Kate Bush. Sobra-lhe em mimetismo o que lhe escasseia em originalidade. Como será a fase seguinte? **