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Steve Howe – “Beginnings”

Pop Rock

18 de Janeiro de 1995
álbuns poprock

Steve Howe
Beginnings

ATLANTIC, DISTRI. WARNER MUSIC


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Estava Steve Howe tão bem nos Yes quando lhe deu para embarcar na “ego trip” que tanta e tão boa gente vitimou nos idos de 70. Em pleno apogeu de “Close to the Edge”, “Tales from Topographic Oceans” e “Relayer”, onde se encontra a melhor música dos Yes, Steve Howe, maestro da guitarra, resolveu seguir as pisadas dos seus colegas Jon Anderson (“Olias of Sunhillow”), Chris Squire (“Fish out of Water”) e, na altura, Patrick Moraz (“The Story of ‘I’”), já para não falar das megalomanias conceptuais de Rick Wakeman, e mostrar que também ele era uma entidade autónoma. Ficou provado que não era. “Beginnings” é, entre os álbuns atrás citados, o mais fraco. Em termos técnicos não há reparos a fazer. Howe deu, na altura, o que se chama um banho à concorrência, nem sequer se esquecendo de incluir a faixa curta na linha de “Mood for a day” e “The clap”, aqui intitulada “Ram”, onde deixava bem vincadas as suas capacidades de executante, neste caso no “dobro”, no banjo e na “steel guitar”. Na maior parte do tempo o álbum não difere em demasia da obra dos Yes, faltando-lhe porém a força do colectivo, embora Patrick Moraz e Alan White estivessem presentes, bem como Bill Bruford e, em “The nature of the sea”, três elementos dos Gryphon. Mas o que estraga de facto “Beginnings” são as vocalizações, medíocres, de Steve Howe, que se deve ter convencido que também era capaz de cantar. Teria sido bem melhor ter convidado alguém para o fazer. Assim, a voz estraga temas como “Doors of sleep”, “Australia” ou “Will O’ the Wisp”, enquanto os instrumentais “The nature of the sea” e “Beginnings” (este um pequeno exercício com pretensões sinfónicas, na linha do que mais tarde, e de forma radical, fizeram os The Enid) ilustram bem o espírito da época e se deixam ouvir como se fossem peças deixadas de lado pelos Yes. Steve Howe não voltou a repetir a experiência, comprovado que ficou que o seu talento como guitarrista não se estendia à composição. Apesar de tudo um álbum curioso. (5)



Jon & Vangelis – “Page Of Life” + Steve Howe – “Turbulence”

Pop Rock

 

2 OUTUBRO 1991

 

Jon & Vangelis

Page of Life **

LP/CD/MC, Arista, distri. BMG

Steve Howe

Turbulence ***

LP/CD/MC, Relativity, distri. Sony Music

JV

 

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Quarto álbum da dupla, após “Short Stories”, “The Friends of Mr. Cairo” e “Private Collection”, “Page of Life” não difere em nada dos seus antecessores, sendo mais uma apologia da “nova idade” que teima em não chegar. Para o vocalista dos Yes não há mal no mundo que não se cure com uns exercícios de ioga ou num “om” entoada com convicção. Tudo se resume a levitar um pouco ou a cantar as virtudes da sabedoria e da alimentação macrobiótica. A mensagem essencial diz que o mundo pode ser um lugar maravilhoso. Depende da maneira de olhar. Vangelis acena a tudo que sim, produzindo os sons celestiais do costume, enquanto vai pensando na encomenda para um próximo filme. É bonito. Agradável de se ouvir. Dispõe bem. Uma das mil e uma maneiras de cantar o céu.

Com Steve Howe a história é outra. Apostado em demonstrar que as suas qualidades de guitarrista de mantêm intactas, após mais de duas décadas fiel aos Yes, dá tudo por tudo num álbum que recupera a energia e a complexidade de arranjos de “Tales from Topographic Oceans” e “Relayer”. Como se tudo começasse de novo,
à descoberta do que poderiam ser os Yes, despojados da pureza e da visão do vocalista.

page of life
turbulence