Nick Drake – Way To Blue (conj.)

23.06.2000
Feitas as Apresentações…

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“An Introduction To…” é uma série de divulgação do fundo de catálogo da editora Island, com ênfase numa década, os anos 70, em que esta rivalizava, sobretudo em matéria de artistas ligados à música progresiva, com a Harvest e a Vertigo. “Way to Blue” é um bom cartão de visita da obra de Nick Drake. Além de uma selecção de temas extraídos da sua discografia oficial, inclui duas canções de “Time of no Reply” e “Black Eyed Dog” (8/10).

Sandy Denny é apresentada através de “Listen Listen”. Sandy, também já desaparecida, foi uma espécie de pólo feminino de Drake. Era melhor cantora do que compositora e os seus extraordinários dotes vocais podem ser apreciados quer nos Fairport Convention quer na sua discografia a solo composta por quatro álbuns, dos quais são extraídas as canções da presente colectânea: “The North Star Grassman and the Ravens”, “Sandy”, “Like na Old Fashioned Waltz” e “Rendezvous” (8/10).

Voltamos a ouvi-la em “What We Did On Our Holidays”, dos Fairport Convention, título que com alguma batota reproduz o do Segundo álbum da banda. “Fotheringay”, o clássico “Who Knows Where The Time Goes” (uma das interpretações clássicas de Denny), “Farewell, Fareweel”, “Tamlin” e “Walk Awhile” são algumas das canções escolhidas para a apresentação da rainha das bandas de folk rock, responsável por álbuns fenomenais como o já citado “what We Did On Our Holidays”, “Unhalfbricking”, “Liege and Lief”, “Full House” e “Babbacombe’ Lee” (8/10).

John Martyn, o tal da voz parecida com a de Nick Drake (de quem era amigo), mostra-se em “Serendipity”. A colectânea bem poderia centrar-se exclusivamente em “Stormbringer”, com Beverley Martyn (o álbum seguinte da dupla, “The Road To Ruin”, infelizmente não figura), e nos três fabulosos trabalhos a solo, “Bless the Weather”, “Solid Air” (obra-prima absoluta deste músico autor de uma original fusão de jazz, pop e folk) e “Inside Out” (um clássico do jazz folk). Tudo o que veio depois é apenas interessante (6/10).

Dos Traffic, onde pontificava a voz “soul” de Stevie Winwood, é passada em revista a sua obra em “Heaven is in your Mind”. Gravaram dois álbuns magníficos, “Mr. Fantasy” e “John Barleycorn must die” e um interessante “The Low Spark of High heeld Boys”. Começaram por ser praticantes de uma fusão de jazz e blues tingidos de psicadelismo (“Mr. Fantasy”), passaram para o jazz rock e acabaram por estiolar num “Adult Orientated Rock” enjoativo. A colectânea não faz distinções de qualidade… (6/10).

John Cale, anunciado, entre outras coisas, como “iconoclasta”, “pensador”, “compositor clássico”, “selvagem do rock ‘n’ roll”, “músico esquizofrénico profissional”, “cyber punk” e “pai”, está bem representado em “Close Watch”. Bastaria a inclusão de “Heartbreak hotel” e “Fear is man’s best friend” para o recomendar aos que ainda ignoram as suas actividades de terrorista (8/10).

Passe-se ao aldo de “Walk in my shadow”, dos Free, banda de hard-rock que se notabilizou por ter lançado o hit “All right now” que nem sequer figura na presente colectânea. Os apreciadores de riffs de guitarra não perderão em deitar um ouvido… (5/10).

Finalmente, Julian Cope é apresentado por “Leper Skin”, que tem a seu favor incluir dois lados B de singles (reunidos em “The Followers of Saint Julian”), de permeio com temas extraídos da sua discografia compreendida entre 1986 e 1992, dos álbuns “Saint Julian”, “My Nation Underground”, “Peggy Suicide” e “Jeovahkill”. Rock e baladas/manifestos desvairados de um músico que faz das pedras a sua profissão. Sejam elas de LSD ou do templo megalítico de Stonehenge. (7/10).

Todos Island, distri. Universal

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