Peter Hammill – “Clutch”

22.11.2002

Peter Hammill
Clutch
Fie, distri. Megamúsica
8/10

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Concebido e executado na guitarra acústica, “Clutch” é o enésimo exercício de visão daquele que a revista “Mojo”, numa das suas últimas edições, considerou um dos génios artísticos do nosso tempo. Hammill é o poeta, o profeta e o visionário e “Clutch2 será tanto melhor compreendido quanto mais se conhecer a sua história passada. Aqui, o tempo e a memória desdobram-se uma vez mais em microssinfonias de vozes em diálogo consigo mesmas, de concertos e desconcertos da alma, em guitarras em sangue. Hammill entra em “The Ice Hotel”, onde o mundo e o amor congelam, lança um derradeiro beijo a uma das suas filhas, na melancolia da infância perdida, em “Once you called me”, sem desistir, com a lucidez e a paixão de sempre, da revelação, em “Driven”, mesmo que a religião seja, uma vez mais, posta em causa, em “This is the fall”. David Jackson, nos saxofones e flauta, faz a ligação ao som “Van Der Graaf”, enquanto o violino de Stuart Gordon confere um inusitado tom folk a “Crossed wires”. Tanto para os “iniciados” como para os “neófitos”, “Clutch” é um daqueles álbuns que cresce, ou sobe, a cada audição. Cuidado, que não há tecto.

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