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Maighread Ní Dhomhnaill – “Gan Dhá Phingin Spré No Dowry”

pop rock >> quarta-feira, 17.02.1993
WORLD


Maighread Ní Dhomhnaill
Gan Dhá Phingin Spré No Dowry
Gael-Linn, distri. VGM



Os Dhomhnaill são uma espécie de versão irlandesa dos portugueses Melo e Castro. Quer dizer, família de artistas. Os Dhomhnaill levam vantagem e Maighread não se chama Eugénia. Nem a sua irmã Triona, aliás, cantora e cravista de reconhecidos méritos conquistados nos Bothy Band, Relativity e Touchstone, e um pouco desbaratados nos “newagers” Nightnoise. Falta o irmão Michéal, também ele tornado ilustre nos Bothy Band e guitarrista de primeira apanha. Agora, chegou a vez de Maighreadlha tentar a sua sorte, com a ajuda da restante prole, incluindo o pai Aodh, colecionador de canções, e a tia Neili, fonte de inspiração. Antes desta aventura mais ou menos a solo, Maighread passou pelos Skara Brae, banda obscura com um álbum gravado, formada pelos três irmãos e Daithi Sproule.
“Gan Dhá Phingin” (“ganda pinguim”, numa tradução não muito literal) recupera a tradição vocal do Donegal. Descontando a prova real do canto solitário, onde a voz de Maighread, de timbre semelhante ao de Triona, não se revela particularmente brilhante, as atenções voltam-se para a parte instrumental, que, por sua vez, se aproxima bastante dos Bothy Band quando tocavam mais devagar. Predominam as sonoridades do cravo e das cordas sintetizadas de Triona, pontuados pelas ressonâncias metálicas da guitarra de Michéal e ocasionais incursões das “uillean pipes” de Lyam O’ Flynn, do “bouzouki” e “bodhran” de Donnal Lunny e do violino de Skip Parenti.
Há faixas excelentes, como “Amhrán pheadar breathnach” (nunca me cansarei de louvar a musicalidade e concisão desta língua…), “A mháithrin dhíleas” e “The green wood lady”, mas outras que, de tão lentas, desoladas e parecidas entre si, acabam por se desvalorizar. Sobretudo porque a voz não as consegue tornar suficientemente personalizadas. Mas a sonoridade cheia e o bom gosto da produção a cargo de Donal Lunny, mais os momentos altos da interpretação, chegam para fazer esquecer os deslizes. Das quatro “Ní” (ligação do nome próprio ao apelido) passadas hoje em revista, Maighread é a que tem mais caminho para andar. (7)

Maighread Ní Dhomhnaill – “Gan Dhá Phingin Spré No Dowry”

pop rock >> quarta-feira, 17.02.1993

WORLD


Maighread Ní Dhomhnaill
Gan Dhá Phingin Spré No Dowry
Gael-Linn, distri. VGM



Os Dhomhnaill são uma espécie de versão irlandesa dos portugueses Melo e Castro. Quer dizer, família de artistas. Os Dhomhnaill levam vantagem e Maighread não se chama Eugénia. Nem a sua irmã Triona, aliás, cantora e cravista de reconhecidos méritos conquistados nos Bothy Band, Relativity e Touchstone, e um pouco desbaratados nos “newagers” Nightnoise. Falta o irmão Michéal, também ele tornado ilustre nos Bothy Band e guitarrista de primeira apanha. Agora, chegou a vez de Maighreadlha tentar a sua sorte, com a ajuda da restante prole, incluindo o pai Aodh, colecionador de canções, e a tia Neili, fonte de inspiração. Antes desta aventura mais ou menos a solo, Maighread passou pelos Skara Brae, banda obscura com um álbum gravado, formada pelos três irmãos e Daithi Sproule.
“Gan Dhá Phingin” (“ganda pinguim”, numa tradução não muito literal) recupera a tradição vocal do Donegal. Descontando a prova real do canto solitário, onde a voz de Maighread, de timbre semelhante ao de Triona, não se revela particularmente brilhante, as atenções voltam-se para a parte instrumental, que, por sua vez, se aproxima bastante dos Bothy Band quando tocavam mais devagar. Predominam as sonoridades do cravo e das cordas sintetizadas de Triona, pontuados pelas ressonâncias metálicas da guitarra de Michéal e ocasionais incursões das “uillean pipes” de Lyam O’ Flynn, do “bouzouki” e “bodhran” de Donnal Lunny e do violino de Skip Parenti.
Há faixas excelentes, como “Amhrán pheadar breathnach” (nunca me cansarei de louvar a musicalidade e concisão desta língua…), “A mháithrin dhíleas” e “The green wood lady”, mas outras que, de tão lentas, desoladas e parecidas entre si, acabam por se desvalorizar. Sobretudo porque a voz não as consegue tornar suficientemente personalizadas. Mas a sonoridade cheia e o bom gosto da produção a cargo de Donal Lunny, mais os momentos altos da interpretação, chegam para fazer esquecer os deslizes. Das quatro “Ní” (ligação do nome próprio ao apelido) passadas hoje em revista, Maighread é a que tem mais caminho para andar. (7)