pop rock >> quarta-feira, 03.02.1993
NOVOS LANÇAMENTOS
Vários
The Impressionists
CD Windham Hill, distri. BMG
O termo “impressionista” começou por ser ofensivo antes de ser arte. Os impressionistas eram artistas que nunca diziam nada de forma directa. Jogavam com a subjectividade da percepção. Pintavam e compunham a partir de pontos, manchas, luz. Em suma, não mostravam “coisas” mas sim “impressões”, como a designação deixa entender. Um grupo de músicos da editora Windham Hill, das primeiras a lançar o termo “new age”, jugou que tinha uma palavra a dizer sobre o assunto. Reuniram-se as hostes, os pianos, as guitarras acústicas e as cordas sintéticas, acenderam-se os paus de incenso e deitou-se mãos a peças de Gabriel Fauré, Claude Debussy, Maurice Ravel e Erik Satie. O resultado, semelhante ao que Waldo de Los Rios fez com Vivaldi, mas mais lento, é bastante soporífero. As “Sicilienne”, “Pavane” e “Sontine” transformaram-se em “sprays” de Brise e romances de cordel. Faz pena ver as “Gimnopédies” de Satie serem assassinadas por Tim Story e Alex de Grassi, e confusão os manos Triona e Micheál O’ Dhomhnaill (ilustres da folk irlandesa) metidos nestas andanças, com os Nightnoise. Graças à Windham Hill, “impressionista” volta a ser um insulto. (3)