Circadian Rhythms – Internal Clock

20.02.1998
Circadian Rhythms
Internal Clock (7)
Word, distri. Megamúsica

“Electronic jazz” e “digital jazz”são duas designações já utilizadas para descrever a música dos Circadian Rhythms, um projecto liderado por Charles Bullen, antigo elemento dos proto-industriais dos finais dos anos 70, This Heat, com a colaboração de Gwen j, “disc jockey” dos Coldcut, e Jean-Dominique Nkishi, baterista dos pós-rockers germânicos Mouse On Mars. “Internal Clock”, envernizado ainda com citações a Pharoah Sanders e Alice Coltrane, acentua uma tendência recente para a liberalização das “grooves” electrónicas no sentido do que, à falta, por enquanto, de outro termo, se tem chamado “jazz”. É toda a reconversão dos conceitos de fusão, jazz-rock e afro-rock dos anos 70 que aqui são postos em prática, através de sequenciações electrónicas libertinas que tanto podem explorar as florestas de surdina semeadas por Jon Hassell em “Dressing for Pleasure” e o “acid jazz”, na sua depuração máxima, vertido por Brian Eno em “Nerve Net”, como anestesiar o “funky” plastificado e Herbie Hancock e entrar por esquemas rítmicos cuja complexidade não deixa de fazer lembrar os National Health (“Cymbophone” e “Timeslice”). Se a organicidade do “jazz” dos “Circadian Rhythms” é a doença da improvisação ou se, pleo contrário, a demonstração de que a liberdade se confina cada vez mais ao monitor de um aquário de vida artificial, eis uma questão para a qual ainda não é possível adiantar uma resposta concreta. Os Circadian Rhytms desviam-se da tecno, fazem solar os “breakbeats” e deitam água na fervura do “drum ‘n’ bass”. Uma banda “cool”?!…

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