pop rock >> quarta-feira >> 12.05.1993
WORLD
Sharon Shannon
Sharon Shannon
CD Solid, import. VGM
Alegrem-se os fanáticos do acordeão! “Perpetual Motion”, de Mairtin O’Connor, encontrou um contendor à altura. E de saias. Chama-se Sharon Shannon e foi antiga companheira de Mike Scott nos Waterboys. Agora atirou-se de caras, botões e fole à música tradicional e o resultado é um espanto. À semelhança de “Perpetual Motion”, o álbum de estreia da senhora é um autêntico “tour de force” do acordeão. Sharon vai, de coração aos pulos e sensibilidade à flor da pele, dos tradicionais irlandeses ao “cajun” do Louisiana, passando por um corridinho (adulterado para “coridinio”) algarvio. É possível escutar ainda um tema dos canadianos La Bottine Souriante, um “reel” oferecido por outro “virtuose” do acordeão, o escocês Phil Cunningham, dos Silly Wizard e uma versão de “Music for a fond harmónium”, dos Penguin Café Orchestra – tema que parece ter caído no goto da gente da folk (de memória, recorda-se as versões dos Patrick Street e dos Matto Congrio). Técnica assombrosa, variedade de ritmos e ambientes, entre os quais um explosivo “The munster hop”, escrito durante uma digressão dos Waterboys, fazem deste álbum homónimo da acordeonista – e, nalguns temas, violinista – um autêntico manjar. Para tal contando ainda com uma lista de convidados de luxo, onde pontificam os nomes de Donnal Lunny, cujo “bouzouki” rubrica, em “Tickle her leg”, uma conversa de sonho com o acordeão, Tommy Hayes (percussionista “sui generis” que, no seu muito recomendável álbum a solo “Na Rás”, alinha os tradicionais irlandeses a John Coltrane e Paco de Lucia), Gerry O’Beirne (ex-Patrick Street, Skylark, La Lugh) e Mike Scott. (8)