Pop Rock
30 de Outubro de 1996
poprock
Sheryl Crow
Sheryl Crow
A & M, DISTRI. POLYGRAM
As meninas boas vão para o céu, as outras vão para todo o lado. Há ainda as meninas que se vê que são boas pelos vídeos. As meninas estão a invadir o mercado com os olhos postos nos “charts”. Sheryl Crow, Shawn Colvin, Aimee Mann, Merrill Brainbridge, Susanna Hoffs, Tracy Bonham. A música é comercial em qualquer dos casos. Mas o que distingue a recente produçao “mainstream” do feminino das inocuidades do passado é que é tudo muito bem feito, com bom-gosto e servido em produções sofisticadas, que têm a preocupação de conseguir “um som”. Sheryl Crow tem fortes argumentos para alcançar um lugar ao sol. Não estamos a falar do seu muito bom aspecto geral, mas da voz, que em alguns temas – como “A change” ou “If it makes you happy” – é muito parecida com a de Aimee Mann mas dá na mesma de trazer para casa. Sheryl Crow tem, além disso, o cuidado de parecer preocupada com o mundo e de tocar uma quantidade de instrumentos. Considera mesmo o órgão o instrumento da sua preferência desde os 15 anos de idade, dizendo ser o “mais ‘sexy’ de sempre”. Refere-se, é claro, ao órgão Hammond B-3. Pois, “Sheryl Crow”, segundo álbum desta cantora, depois de “Tuesday Night Music Club”, tem carne e alguma vida, e o tema de abertura “Maybe angels” tem pinta de “hit”, chamando mais vezes a pedir que a ouçam. As meninas boas causam sempre boa impressão. (6)