Kronos Quartet – Kronos Caravan

02.06.2000
Kronos Quartet
Kronos Caravan (7/10)
Elektra Nonesuch, distri. Warner Nusic

kronoscaravan

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O quarteto de cordas mais “in” de sempre da música contemporânea assestou desta vez as suas baterias no imaginário musical da antiga região conhecida como Pannoni, terra de convergência da Europa de Leste, do Mediterrâneo e do Oriente. “Kronos Caravn” é o veículo de união que faz passar pelos quatro instrumentos de corda a música de um filme indiano, um tema cigano da Roménia com a participação dos Taraf de Haidouks, canções do Irão, Hungria e do Mundo Árabe mas também uma marcha funerária do minimalista Terry Riley, uma peça mexicana escrita pelos Café Tacuba e, com acrescido interesse para o público português, duas composições de Carlos Paredes, a “Canção dos Verdes Anos” e “Romance Nº 1”. Todos os arranjos são assinados pelo argentino Osvaldo Golijov (que já colaborara com o quarteto em “K’Vakarat”). Entre os músicos convidados, além dos Taraf de Haidouks, encontramos também o percussionista indiano Zakir Husain, o tocador de “kamancheh” (família dos violinos) iraniano Kayan Kalhor e o libanês Ali Jihad Racy, em “nay” (flauta). A esta diversidade de fontes responderam os Kronos Qaurtet com o virtuosismo e a versatilidade habituais, mais longe do que nunca do formato “música de câmara étnico-chique” no último tema, “Misirlou Twist”, com a bateria de Martyn Jones a conferir à música um cunho popularucho equivalente às adaptações tecno da música cigana de Goran Bregovic. Quanto a Carlos Paredes, está bem tocado, as melodias soam bonitas mas o “bonito” não se compadece com a beleza convulsiva do mestre português que os americanos definem como uma “casa”, querendo dizer um “caso” à parte, uma “personalidade única”. Nisto têm razão, quanto ao resto, louve-se a intenção, a técnica e o esforço.

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