Wibutee – Newborn Thing

21.01.2000
Wibutee
Newborn Thing (7/10)
Jazzland, distri. Universal

wibutee

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Provenientes da Escandinávia, região rica em tradições jazzísticas (que não se esgota na imensa legião recrutada pela editora ECM), os noruegueses Wibutee propõem a fusão deste universo musical com a “soul”, a electrónica e a música de dança, nomeadamente o drum ‘n’ bass, ilustrada pelas vocalizações semi-declamadas da cantora do grupo, Live Maria Roggen – cujas influências assentam na “soul” e na música brasileira mas que amiúde fazem lembrar a revoluciona´ria feminista Annette Peacock -, o saxofone por vezes arrebatador de Hakon Kornstad e os teclados electrónicos de Erlend Skosmvoll. Albert Ayler e Pharaoh Sanders são duas das referências do jazz negro reclamadas pelos Wibutee mas a verdade é que não poderia soar mais europeia e branca a música do grupo. Longe de poder ser considerada uma experiência pioneira neste tipo de fusões, seguindo modelos estéticos já explorados por músicos como Nils-Petter Molvaer, Toshinori Kondo, Bem Neill e Michael Mantler, curiosamente todos trompetistas, ou por grupos como os Pothole, é inegável que “Newborn Thing” evidencia uma incontestável aura de “modernidade” (ou será melhor dizer pós-modernidade?…) à qual não faltam sequer os indispensáveis ruídos de velhos discos riscados cuidadosamente elaborados com o recurso à tecnologia mais sofisticada… Preferiríamos talvez escutar esta música liberta dos maneirismos e dos cambiantes, já muito estafados, de diva de cabaré “lounge”, da Live Maria, mas este será um pormenor de somenos importância que não serve para minimizar a muito interessante “coisa acabada de nascer” dos Wibutee.

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