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Fernando Magalhães no “Fórum Sons” – Intervenção #144 – “Novos CARNIVAL BAND, PRÉSENT… (FM)”

#144 – “Novos CARNIVAL BAND, PRÉSENT… (FM)”

Fernando Magalhães
07.01.2002 170527

Ainda com data de 2001, já se encontra disponível na FNAC (vou recebê-lo na 4ª feira, juntamente como o da June Tabor, finalmente…) o novo de MADDY PRIOR com os THE CARNIVAL BAND: “Gold, Frankincense & Myrrh”, inspirado no tema dos Reis Magos e, numa espécie de apêndice, três temas sobre o bestiário natalício, segundo me pareceu…

Já ouvi foi “High Infidelity” dos belgas/americanos PRÉSENT, grupo que já vem do final dos anos 70 e da chamada estética do “rock de câmara” que fez (e faz) escola na editora Recommended.
O grupo é liderado pelo guitarrista belga Roger Trigaux (que também já passou por uma das primeiras formações dos também belgas e fundamentais UNIVERS ZERO).
“High Infidelity” é preenchido por três temas, incluindo uma longa suite introdutória dividida em vários andamentos, numa linha próxima dos U.ZERO e de certas coisas dos A. ZOYD do início, verdadeira música de câmara, por vezes tétrica, para o séc.XXI. Há também uma tenebrosa “canção” que repõe “toda a verdade desconhecida” sobre o Pai-Natal. Crime, mistério, horror…

FM

Present – Nº 6 (conj.)

26.05.2000
Hardscore
Surf, Wind & Desire (8/10)
Present
Nº 6 (8/10)
Carbon 6, distri. Sabotage


present

Na transição dos anos 70 para os 80, “Trikaidekaphobie” e “Le Poison qui Rend Fou” foram dignos representantes do chamado “new chamber rock”, apadrinhado pela editora Recommended. Assinavam estes dois discos “progressivos” e sombrios, os belgas Present, liderados por Roger Trigaux, guitarrista da formação original dos seus compatriotas Univers Zero, com os franceses Art Zoyd, um dos expoentes do movimento. “Nº 6” mantém intactas as características dos primeiros discos, com longas “suites” como “The limping little girl” e “Ceux d’en bas”, construídas em vários andamentos harmónicos e rítmicos de extrema complexidade e densidade. Dos Magma a Bartok, da escola Rock In Opposition (monitorizada pelos Henry Cow) aos King Crimson (“Le rôdeur”, um tormento de terror frippiano) e às aequitecturas BD fantástico-monumentais da dupla Schuiten/Peeters, “Nº 6” é um garante de solidez de uma cidadela cujos dois pilares principais são hoje os 5Uu’s e os Motor Totemist Guild (cujo último álbum, “City of Mirrors”, incluo nos melhores do ano passado). “Surf, Wind & Desire” parte dos mesmos pressupostos para chegar a lugares menos sinistros que os dos Present. Em vez de “rock de câmara”, os também belgas Hardscore (com Frank Wuyts, dos Aksak Maboul) fazem “canções de câmara”, não rebegando a electrónica nem uma voz feminina para se divertirem com um jazz Frank zappiano, com citações aos jogos vocais do autor de “Hot Rats” mas também aos barrocos Gentle Giant, numa pop exótico-experimental da escola dos Non Credo e No Secrets in the Family. Dois álbuns “fora-de-série” e do circuito das modas.