Pop Rock
26 Fevereiro 1997
reedições
Amon Düül II
Yeti
MANTRA, DISTRI. MEGAMÚSICA
“Kraut rock”. O termo incha à medida que vai servindo de alimento a um número cada vez maior de bandas genericamente encaixotadas no pós-rock. Nos anos áureos do “kraut rock”, entre 1970 e 1974, os Amon Düül II estiveram sempre um bocado à margem das principais correntes surgidas durante este período na Alemanha, faltando-lhes em disciplina e orientação programática o que lhes sobrava em liberdade e alienação.
“Yeti”, editado originalmente em 1970, em álbum duplo, sucede às desbundas ácidas de “Phallus Dei”, organizando as típicas “space jams” herdadas das bandas californianas (Grateful Dead, Jefferson Airplane) em moldes mais elaborados e inconfundivelmente europeus. Utilizando um esquema que se repetiria no álbum seguinte, o também duplo “Tanz der Lemminge” (mais divulgado na edição inglesa, “Dance of the Lemmings”), “Yeti” divide-se numa parte “escrita”, preenchida por temas de uma solenidade cinematográfica, e outra onde predominam as longas improvisações, oscilando entre o brilhantismo e a total incongruência, conforme batia o LSD. Álbum de transição, marcado pela distorção e violência das guitarras e por efeitos de electrónica ainda relativamente discretos, contém já os genes de onde nasceriam as duas obras-primas do grupo, o já citado “Tanz der Lemminge” e “Wolf City”, ambos referências absolutas do rock alemão. (8)