28.01.2000
Deep Purple
In Concert With The London Symphony Orchestra (1/10)
2xCD Eagle, distri. Música Alternativa
Perguntar-me-ão vocês: porquê escrever, no ano 2000, sobre um disco dos Deep Purple, espécime sobrevivente do período jurássico? Boa pergunta. Porque é que estou a escrever sobre um disco dos Deep Purple? Ah, sim, porque o grupo foi importante há três décadas atrás, constituindo uma reserva moral para as novas gerações de heavy metal, e porque este novo álbum celebra o 30º aniversário de um outro disco com título semelhante, “Concerto for Group and Orchestra”, que, em 1970, juntou pela primeira vez uma banda de hard rock e uma orquestra sinfónica. A orquestra, a London Symphony Orchestra, era a mesma nesse e neste disco, a sala, o Royal Albert Hall, em Londres, também. Só a música é que envelheceu, apesar da formação clássica composta por John Lord, Ian Gillan, Roger Glover, Ian Paice e um elemento mais recente, Steve Morse, com a companhia do convidado Ronnie James Dio. Sem a chama de outros tempos (que, apesar de tudo ainda ardeu no recente e único concerto do grupo em Portugal) que fez dos Deep Purple pioneiros do hard rock, em álbuns seminais como “Deep Purple in Rock” e “Diamond Head”, este pastelão rumina baladas e arrota orquestrações balofas, recuperando no segundo CD o “Concerto for Group and Orchestra” que serviu de pretexto à feitura do disco. Servidos por um som sem impacto, cansados, sem ideias, os Deep Purple não passam hoje de um nome, outrora venerado. Nem a despedida, com “Smoke on the Water”, consegue despertá-los de novo para a vida. Lamentável.