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Oskar Sala – Elektronische Impressionen

15.01.1999
Oskar Sala
Elektronische Impressionen (8)
Erdenklang, Distri. Megamúsica
Sala De Operações


os

A 20 de Junho de 1930, foi apresentado no Grande Auditório da Universidade de Música de Berlim um concerto de música electrónica onde foram interpretadas as várias “Triostücke” (“Peças para trio”) compostas por Paul Hindemith (1895-1963) para um instrumento musical inventado por Friedrich Trautwein, o “trsutonium”. Hindemith tocava as partes mais altas, o seu aluno e colaborardor de Trautwein, Oskar Sala, encarregava-se das partes médias, enquanto o profesor de piano Rudolph Scmidt executava as linhas de baixo. A presente reedição (já anteriormente apresentada, embora num contexto menos apelativo, pela editora Fax, de Pete Namlook) inclui uma nova versão de “Triostücke”, que Oskar Sala idealizou, em 1977, para ser executada em solo no seu próprio “mixtur-trautonium”, um desenvolvimento sofisticado do “trautonium”. Os anteriores desempenhos podem ser agora escutados e identificados no canal esquerdo (Sala), no centro do palco sonoro (Hindemith) e no canal direito (Rudolph Schmidt). Outra composição original de Paul Hindemith, “Konzertstück für Trautonium mit Begleitung von Streichorchestra” (“Peça de Concerto para Trautonium com Acompanhamento de Orquestra de Cordas”) foi igualmente adpatada por Sala, em 1976/77, para “mixtur-trautonium” solo (sendo ele o solista) com o acompanhamento da Orquestra de Câmara de Munique, tendo as gravações sido efectuadas nos estúdios da Rádio da Baviera. O CD completa-se com as “Elektronische Impressionen” do próprio Oskar Sala, um ciclo de peças que resultam da interacção estreita entre as técnicas de estúdio e a exploração exaustiva das capacidades musicais do “mixtur-trautonium”.
São nítidas as diferenças sonoras entre as composições de Hindemith e as do seu discípulo, Oskar Sala. As primeiras reflectem ainda o classicismo, a noção de sonata e o intimismo da música de câmara, com o “mixtur-trautonium” a ser utilizado essencialmente como reprodutor de instrumentos (ou naipes de instrumentos) acústicos, o que Sala executa de forma superlativa, seguindo processos não muito distantes dos usados por Isao Tomita nas suas diversas recriações de temas clássicos. Trabalho de mestre alquimista que respeita a pauta original, embora acrescentando-lhe um tipo de expressividade mais consentâneo com modos de produção contemporâneos. Já as nove “impressões electrónicas” de Sala são um típico produto em que o estúdio constitui parte integrante do método de composição. Nelas primam as formas abstractas, o confronto de texturas, a escultura de frequências e timbres e uma noção arquitectónica que as aproxima quer da escola francesa dos Parmegianis, Bayles, Teruggis e Zanesis, quer de conceptualistas alemães como Conrad Schnitzler ou Asmus Tietchens.