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The Kingsbury Manx – The Kingsbury Manx

13.10.2000
The Kingsbury Manx
The Kingsbury Manx (6/10)
Overcoat, distri. EMI-VC

thekingsburymanx

LINK [Ascenseur Ouvert! (2009)]

Publicações como o “New Musical Express”, “Melody Maker”, “Time Out”, “Q”, “Music Week”, “The Guardian”, “DJ magazine”, “The Wire” e “Sleaze Nation” embandeiraram em arco com a estreia dos Kingsbury Manx para a nova subsidiária pop da City Slang. No meio de tamanha unanimidade, fizeram-se comparações com os Beta Band e os Mercury Rev, inventaram-se bucolismos do outro mundo, “piscinas límpidas de som, tão cálido que só apetece tirar as roupas e atirarmo-nos lá para dentro”, canções “angélicas” de uma “majestosidade calma” e até que a música do grupo é capaz de “convencer o criminoso mais endurecido a tornar-se num orgulhoso cultivador de rosas”. Mais pragmático, o pessoal da editora alinha influências: Simon & Garfunkel, Beach Boys, Pink Floyd, The Association, Velvet Underground e The Byrds. Ora bem, quem são afinal estes rapazes capazes de levantar tantas ondas? São quatro, não se chamam Roger Waters, David Gilmour, Rick Wright e Nick Mason e a música que apresentam neste seu álbum de estreia é uma pop de tias, amaciada pelo espírito de banda de colégio, como só as bandas inglesas conseguem ser (estou a lembrar-me dos geniais The Monochrome Set), e de todas as influências atiradas ao ar, além dos dez segundos vocalizados “a capella” de “Hawai in tem seconds” que não chegam para se poder falar nos Beach Boys, só a dos Pink Floyd faz sentido. São canções dolentes vocalizadas nas nuvens de “Meddle” e “Wish you were here” elaboradas com a frescura e o entusiasmo dos principiantes. Guitarras, teclados e batidas calmas enchem a tal piscina com um vagar que se pode tornar hipnótico. A capa, da autoria do baixista e teclista, é psicadélica q.b. Estarei a ser mau, mas a verdade é que, se estou, não fiquei com a mínima vontade de plantar rosas.