Robin Williamson – The Seed-at-Zero

06.10.2009
Robin Williamson
The Seed-at-Zero (7/10)
ECM, distri. Dargil

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As voltas que o mundo dá! Quem diria que um velho “hippie” e viajante do LSD como Robin Williamson viria um dia a aterrar na ECM. Robin Williamson foi um dos cérebros (com Mike Heron) de uma das bandas mais originais e pioneiras dos anos 60 e 70, os Incredible String Band – os inventores da “world music” de sinal céltico, os folkers mais passados do universo, os criadores das mais absurdas e mágicas histórias com base no ácido lisérgico e na literatura e lendas fantásticas da velha Britânia. Depois dos ISB, Robin Williamson gravou a solo o belíssimo “Myrrh”, deixou crescer a barba, aprendeu a tocar harpa céltica e fundou os The Merry Band, até se tornar num bardo encarado nos meio sfolk como um lunático que nunca encaixou veradeiramente na ortodoxia. Foi nos The Merry Band, em álbuns como “A Glint at the Kindling” que Robin – poeta louco nos ISB – desenvolveu a sua faceta de contador de histórias, na velha tradição dos jograis e trovadores da Idade Média, incluindo longos temas declamados, com escasso ou nulo acompanhamento instrumental. Mas a plasticidade, um dramatismo “sui generis” e o acento escocês da sua voz supriam esta ausência, através de um talento inato para revelar o sortilégio e o poder mágico das palavras. É o Robin Williamson contador de histórias que pode ser ouvido em “The Seed-at-Zero”. A voz sem rede ou acompanhada por uma harpa, uma guitarra acústica e um bandolim. Os poemas são, na sua maioria, seus e de Dylan Thomas. Com a memória dos ISB impressa em temas como “The seed-at-zero” ou “In my craft or sullen art”. Um álbum de silêncios e ecos. Afinal, e por este motivo, adequado a uma editora como a ECM.

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