Fairport Convention – “Jewel in the Crown” + “Old, New, Borrowed, Blue”

Pop Rock

26 de Junho de 1996
world

O mapa do tesouro

FAIRPORT CONVENTION
Jewel in the Crown (8)
Green Linnet, distri. MC-Mundo da Canção
Old, New, Borrowed, Blue (6)
Woodworm, distri. MVM


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Velhos são os trapos. O adágio cumpre-se uma vez mais, desta feita nos decanos Fairport Convention, pais do “folk rock” e actual instituição em que o único militante da formação dos anos 60 é Simon Nicol, permanecendo Dave Pegg desde “Full House”. Quando exemplos recentes apontavam para que o grupo não conseguisse evitar que a respeitabilidade do seu nome se arrastasse pela lama, não sendo mais do que uma anedota contada infindavelmente até perder qualquer réstia de graça, eis que este grupo de anciãos se encheu de brios e, como por um passe de mágica, recuperou a magia de tempos passados. Talvez porque numa editora como a Green Linnet não se brinca, sendo que “Jewel in the Crown” é o primeiro álbum da banda inglesa gravado com este selo de prestígio. Os Fairport Convention recuperaram o seu orgulho e, mais importante ainda, a confiança e a convicção que lhes permitiram sair do marasmo em que se encontravam. Percebemos nesta jóia da coroa a energia de antiguidades de enorme valor como “Full House” ou “Babbacombe Lee”, em preciosidades esquecidas no baú como “Slip jigs and reels” (que, ao contrário do que o título indica, é uma canção, escrita pelo menosprezado Steve Tilston) e “Kind fortune”, com a banda no seu melhor de sempre, onde até um malabarista como Ric Sanders parece ter por fim aprendido onde se escondiam os segredos do violino de Dave Swarbrick. Por onde andava o grupo que voltou a conquistar a alegria e o espírito “folky” de antanho num tema como “The naked highwayman” ou no instrumental “The youngest daughter” (de novo com Sanders em grande), “Travelling by steam”, de Huw Williams? O mesmo grupo que teve a coragem de se aventurar de novo pelo registo épico, em “The islands”, de Ralph McTell, outro dos grandes momentos de “Jewel in the Crown”, ou pela tristeza despojada do maravilhoso “She’s like the swallow”. Além dos tradicionais, Jez Lowe, Clive Gregson e Leonard Cohen, este numa leitura “country” de “Closing Time”, são outros compositores aos quais os Fairport Convention souberam acrescentar as virtudes da sua “ressurreição”. Noutro registo, posterior a “Jewel”, em “Old, New, Borrowed, Blue”, o grupo recuperou o seu lado acústico numa série de inéditos na via instrumental de “Expletive Delighted”, terminando com versões ao vivo de clássicos como “Genesis hall”, “The deserter”. “Crazy man Michael” e “Matty groves”, cujo maior defeito é fazer lembrar que nunca a voz de Simon Nicol conseguirá substituir as interpretações imortais de Sandy Denny.



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