Neil Young – Silver & Gold

05.05.2000
Neil Young
Silver & Gold (6/10)
Reprise, distri. Warner Music

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Repensado várias vezes antes de passer a rodela de CD, “Silver & Gold” substituiu um primeiro projecto, de genérico “Acoustica”, descrito pelo músico canadiano como “kind of out of tune and funky sounding but with something going on it”. Nunca saberemos o que seria esse “something going for it”, mas de certeza que pelo menos duas canções de “Silver & Gold” eram para fazer parte desse projecto: o título-tema e “Wothout Rings”. “Buffalo Springfield again” (menção ao grupo do qual Young fez parte nos anos 60) e “The Great divide” resultaram, por seu lado, de uma nova inflexão do músico, do solo absoluto para uma sessão colectiva. De toda esta indecisão acabaram por sair quatro canções para o álbum de ressurreição dos Crosby, Stills, Nash & Young “Looking Forward” e, finalmente, a presente versão número 3 que dá pelo nome de “Silver & Gold”. Registo caseiro, constituído por canções como de costume autobiográficas, “Silver & Gold” recupera o lado mais country (onde nem sequer faltam os apoios vocais de Emmylou Harris e Linda Ronstadt) do autor de “After the Goldrush”, dando a ouvir melodias recicladas de álbuns anteriores, uma harmónica que já vai ficando gasta, uma insistência nos “mid-tempos” e, no geral, a visão do “loser” eternamente em deambulações através do trauma e da desolação. “On the road, there’s no way like home”, canta pela enésima vez, em “Razor love”. Para um indefectível, é mais uma oportunidade de confirmação do génio do mestre. Para os outros soará mais como uma lengalenga ou um passeio a cavalo pelo rancho a cantar “Amazing Grace”. Ao contrário de anteriores e recentes momentos de perigo e exaltação, “esta noite não é a noite!”

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