Grupo Didactico-Musical Do Obradoiro – “Instrumentos Musicais Populares Galegos”

Pop Rock

23 JUNHO 1993
WORLD

A QUIMERA DO OURO

GRUPO DIDACTICO-MUSICAL DO OBRADOIRO
Instrumentos Musicais Populares Galegos

2xCD Sonofolk, distri. Etnia


obradoiro-300x300

Aleluia! Hossana! Avé! Eia, eia! be-bop a-lula!… e todas as exclamações de saudação e júbilo que houver. Não é caso para menos. A obra em questão, um documento fascinante sobre a música e instrumentação tradicionais da Galiza, sob a forma de uma caixa com três discos, livro e colecção de “slides”, que há cerca de dois anos nos fez perder a cabeça (a mim e, por opostas razões, a muita gente que não lhe conseguiu pôr os olhos, muito menos as mãos, em cima) está agora disponível no formato compacto. Não poderia vir mais a propósito, já que está a decorrer em Caminha, até ao próximo dia 4 de Julho, uma exposição de instrumentos tradicionais galegos, organizada precisamente por estes Obradoiro.
Mas nem tudo são boas notícias. Como tem acontecido noutros casos, a primeira remessa a chegar ao nosso país foi escassa e o mais certo é que na altura em que estiverem a ler este artigo já a caixa deve ter desaparecido na voracidade dos que, mais sortudos, o conseguiram apanhar nas bancas, aos primeiros segundos de exposição. Que ninguém desespere, porém. Não se trata de uma quimera, porque desta vez sabe-se de onde vem a pepita e só é preciso ter alguma paciência e esperar a vez.
“Instrumentos Populares Galegos”, para quem ainda não sabe, ensina e mostra tudo o que interessa saber sobre a música tradicional da Galiza. Os mestres são os músicos e artesãos da Escola de Gaitas e Zanfonas da Universidade Popular do Concello de Vigo, especialistas na construção de gaitas-de-foles e sanfonas. O livro explica, com textos e ilustrações completíssimas. O disco exemplifica, primeiro com a demonstração de várias afinações e escalas das “gaitas”, sanfonas e “pitos” (flautas de bisel pastoris), depois com música, das típicas “alboradas” e “muiñeiras” até à música barroca de Vivaldi. Nas interpretações dos próprios Obradoiro (onde então figurava o menino-prodígio da “gaita”, o nosso conhecido Carlos Nuñez) e de convidados como a banda de “gaitas” Xarabal, uma ramificação da escola-mãe, com direcção de Antón Curral, da qual fazia parte o lendário e recentemente falecido Ricardo Portela. Em relação à edição original, há apenas a lamentar o desaparecimento da colecção de “slides”, devido às limitações de embalagem do novo formato.
Há dois anos, como hoje, fica a sugestão para os conselhos directivos das nossas escolas adquirirem um exemplar. Porque ena escola e através da audição da música, a par do contacto com as formas e técnicas da sua feitura, que se aprende a gostar e a amar o passado cultural e anímico que nos deu origem. Mas não há meio de aprendermos… (10)



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