Anja Garbarek – Balloon

16.07.1999
Anja Garbarek
Balloon (7)
RCA, distri. BMG

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Não há que enganar, Anja é mesmo filha de Jan Garbarek, o saxofonista norueguês que começou pelo jazz, derivou para a “new age” e acabou por despejar o açucareiro nos insuspeitos Hilliard Ensemble. E se é verdade que filho de peixe sabe nadar isso não significa que nadem no mesmo estilo. Anja mostra neste seu álbum de estreia estar ao corrente de algumas correntes em voga, distribuindo a sua voz fora do vulgar por um classicismo inspirado em Mathilde Santing, um ambientalismo pastoril regado no jardim de Virginia Astley, a infantilidade simulada de uma Stina Nordensteem e o mesmo culto da originalidade, trabalhada em laboratório, de Björk. Se no tema inicial a voz de Anja sugere a segurança e o mistério de Mathilde Santing, logo a seguir, em “I.C.U”, a cantora norueguesa procede à desmontagem do hip-hop, colorindo-o com uma orquestra de cordas em pano de fundo e uma vocalização onde Anna Homler, Laura Anderson e um anjo de Boticelli se confundem. “Picking up pieces” e “The Cabinet” aliam a herança estética do hip-hop com um experimentalismo sem fronteiras. O primeiro é uma união de “loops”, barulho de máquinas e uma emissão de rádios em ondas-curtas, com Holger Czukay no horizonte. O segundo abre-se em claustros de murmúrios e reverba, lembrando uma banda como os Double-X-Project que volta a intrometer-se no mais jazzístico “She Collects (Stuff Like That)”. “Strange Noises” agradará aos adoradores de Meira Asher e “The Telescope Man Says” leva Virginia Astley num foguetão até uma estação espacial, na mesma órbita do tema final, “Balloon Moon”, lá muito no alto.

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