14.06.2002
Issa Bagayogo
Timbuktu
Six Degrees, distri. Symbiose
7/10
“Timbuktu” é sinónimo de transe. Ali Farka Touré, o mago do “blues” africano, gravou com o transviajante da “world music” Ry Cooder o álbum “Talking Timbuktu”. “Timbuktu” afina pelo mesmo diapasão. É uma música elaborada exclusivamente para fazer dançar, com raiz no Mali e nos rendilhados tímbricos do kamélé n’goni, mas que não dispensa o reforçozito rítmico emanado das programações electrónicas. A pose e a atitude não são novas. Nos anos 80, Hector Zazou e Boni Bikaye foram dos primeiros a aplicar o transe ao “software”, em trabalhos como “Noir et Blanc” e o mais acessível “Mr. Manager”. “Timbuktu” soa, todavoa, mais étnico e “natural”, mas é perceptível que a encenação deste baile ao ar livre é fruto de meticuloso trabalho laboratorial levado a cabo em estúdio. Mas quer Issa Bagayogo vista a bata de técnico ou roupagens tribais, o efeito “dança” chega a ser avassalador.