Arquivo de etiquetas: Fórum Sons

Conversas no Fórum Sons: Fernando Magalhães vs. … + Listas

uma conversa, em três tempos, sobre nomes da electrónica contemporânea que o FM teve com alguém do fórum.

os comentários certeiros são inconfundíveis.

ANDREI SAMSONOV : Void in (Mute) – Já falei sobre este disco, recentemente. – 8,5/10

ANDREW POPPY – The Beating of Wings (ZTT, 1985) – Minimalismo. Original. O 1º (longo) tema tem um crescendo que é o mais próximo do cântico dos anjos que consigo imaginar, antes da queda. “Do outro lado” há percussões obsessivas que só obliquamente evocam peças de S. Reich também p/percussão. Digamos que A. Poppy é um minimalista desalinhado (chegou a colaborar com os COIL…) – 8/10

ANTHONY MANNING – Chromium Nebulae (Irdial, 1995) – Compra recente. Vou ter que ouvir com mais calma.

ARNE NORDHEIM – Electric (Rune Grammofon, 1974) – um mundo de sons particular que seduziu Geir Jenssen – crítica no Y – 8/10

BERNARD PARMEGIANI – Pop’Eclectic (Plate Lunch, 1966 -1973, 1999) – Colagens, música concreta, um sentido lúdico ímpar. Crítica no Y – 9/10

Do mesmo compositor – o monumental “De Natura Sonorum”, “pai” de toda a electrónica actual, cuja edição definitiva bou buscar na próxima 4ªfeira, à VGM!… O nascimento da música – 10/10

CHRISTIAN ZANÉSI – Stop! L’Horizon . Profil-Désir . Courir (Ina.grm, 1990) – manipulações em computador e tape típicas da ina.GRM. Abstracção pura. O prazer do som. Espaço. Exige boas aparelhagens de reprodução para tirar todo o partido do jogo de pormenores… – 8;5/10
– Arkheion (Ina.grm, 1996) – Menos conseguido. As colagens insistem na utilização de vozes (de Stockausen e Pierre Schaeffer), tratadas. – 7,5/10

CONRAD SCHNITZLER & JÖRG THOMASIUS – Tolling Toggle (Fünf und Vierzig, 1991) – Um clássico da música industrial/contemporânea. Dois alemães de cenho cerrado, armados de maquinaria pesada que aligeiram de quando em quando com interlúdios acústicos (cordas, sopros, etc). Schnitzler é um dos nomes mais importantes da electrónica alemã de sempre. Fez parte dos KLUSTER e dos primeiros TANGERINE DREAM, antes de encetar uma vastíssima carreira a solo que o levou até à tal electrónica erudita… – 8,5/10

DANIEL TERUGGI – Syrcus/Sphaera (Ina.grm, 1993) – Mais abstracções made in ina.GRM. Neste caso com ênfase nas percussões electrónicas elaboradas num sistema especialmente criado para o efeito. – 8/10

DAVID BEHRMAN – Leapday Night (Lovely Music, 1991) – Inclassificável. Loops digitais. Deformações progressivas. Ondas de frequências em permanante mutação. – 8,5/10

EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH – The Köner Experiment (Mille Plateaux, 1997) – com Thomas Koner, o homem dos “silêncios polares” de “Nunatak Gongamur”
– Millenium Music, a Meta-Musical Portrait (Atavistic, 1997) – O som comestível, cru, brutal, carnal, apelativo . o mundo da pré-história traduzido em massas sonoras igualmente primitivas. Os EAR são uma das bandas mais importantes da electrónica actual. – 9/10

HARALD WEISS

1794 – Die Anders Paradies (Gingko, 1995) – Imaginem o universo dos POPOL VUH num conetxto contemporâneo. A magia das civilizações ancestrais contida em sinfonias para percussão e electrónica. – 8,5/10

INGRAM MARSHALL

0926 – Three Penitential Visions/Hidden Voices (Elektra Nonesuch, 1990) – 8/10
– Alkatraz (New Albion, 1991) – 8/10
Piano e electrónica austera. Sombria. Marshall é obsecado pelo ambiente das prisões. Há pormenores e sons assustadores, como a gravação do ruído da porta principal de Alkatraz a fechar-se…

ISTVÁN MÁRTA – Támad Aszél (The Wind Rises) (Recommended, 1987) – Compositor húngaro importante. Outro mundo à parte. Referências étnicas, cânticos obscuros, electrónica ora “naif” ora rebuscada. 8,5/10

JOCELYN ROBERT

1051 – Folie/Culture (Recommended, 1991) – Quase silêncio. Ar puro. Muita luz. Electrónica como pássaros ou insectos. Longos intervalos sem qualquer som, interrompidos por “found sounds” da rua, de uma floresta, de uma janela aberta… – 8/10
– La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993) – o oposto. Corrente eléctrica a passar. Zumbidos e curto-circuitos. Infatigável. Pode constituir uma experiência auditiva algo dolorosa…

KLANKRIEG

– Radionik (Cling Film, 1999) – Crítica recente no Y – 8/10

KONRAD KRAFT

– Alien Atmospheres (Elektro-Smog, 1996) – Outro clássico – desconhecido. Programações de arame farpado, cimento e metal. Computações abrasivas, esmagadoras. na linha de uns L@N, mas mais “composto” e trabalhado. – 9/10

MANUEL GÖTTSCHING

– E2-E4 (Racket, 1984) – Um único tema de 50 min que leva o termo minimalismo ao absurdo. Manuel Gottsching constrói com a guitarra e electrónica “schulziana” um mantra infinito onde, sem o devido cuidado, nos podemos perder. Clao que, se ouvido de ânimo leve, pde soar apenas repetitivo… – 8/10

MICHAEL WINNERHOLT

– Tjugofyra (Multimood, 1995) – Pequenas e saborosas vinhetas em sintetizadores analógicos, algures entre uns Cluster nórdicos (Winnerholt é sueco…) e uma pesquisa de contrastes – gotas, pequenas sirenes, placas em colisão, falsos loops em carrocel… – 8/10

MICHEL REDOLFI

– Desert Tracks (Ina.grm, 1988) – 8,5/10
– Appel d’Air (Ina.grm, 1993) – 9/10
A música de Redolfi captura a Natureza. “Appel D’Air” leva-nos numa viagem sobre o planeta ensinado-nos a ouvir o vento e o segredo dos átomos. Outro clássico. – 9/10

Outside the Dream Syndicate” (e não “Beyond”) é um disco de TONY CONRAD (discípulo de LaMonte Young), e não Terry Riley, com os FAUST.
É considerado um clássico do que eu chamo “minimalismo do martelo” Já vi o sr. Conrad ao vivo, recentemente, em Serralves, é um verdadeiro cromo!
A audição de “Outside the Dream Syndicate” (TC gravou, já nos anos 90, várias “sequelas” desta obra…pitagórica) pode ser massacrante, da mesma forma que é massacrante o “Metal Machine Music” do Lou Reed.
No caso é um massacre de violino mal tocado (ainda pior do que outro ex.colaborador e LMYoung, John cale, de quem Conrad é, aliás, amigo) acompanhado pela secção rock ultra-repetitiva dos Faust! Mas provoca os seus efeitos…

Do MORTON SUBTNIK vendi, desgraçadamente, há anos (na esperança, vã, de que o CD seria rapidamente editado…) um álbum intitulado “Return of the Comet” (creio que era este o título…).
Mas o clássico dele é mesmo “Silver Apples of the Moon” (onde é que pensam que os SILVER APPLES se inpiraram para o nome?) que tenciono adquirir em breve na Ananana.

O “Beaubourg”, do VANGELIS, é, de facto, um dos meus preferidos deste compositor grego capaz do melhor e do pior.
Também gosto – bastante mesmo – do “China” e acho piada à pomposidade (apesar de tudo bem conseguida) de “Heaven and Hell”, com a voz belíssima da soprano lírico Vera Veroutis.

MICHEL REDOLFI: Esse espectáculo subaquático já foi montado em Portugal.
Eu vi outro concerto multimédia dele, na Estufa Fria, com o percussionista (e multinstrumentista…) STEVE SHEHAN, outro compositor a merecer referência (tenho 4 ou 5 CDs dele belíssimos, começando pela estreia na Made to Measure, “Arrows”)

AMOND DÜÜL
[FM, eles chamam a atenção para a primeira encarnação dos Amon Düül, embora depois tb refiram o Phallus Dei e o Yeti, dos AD II] – Mas os Amon Duul I são uma freakalhada infernal. Os tipos não sabiam tocar, passavam o tempo a charrar a tocar bongos e a fornicar indiscriminadamente e os álbuns reflectem tudo isto. Claro, há quem ache o som muito “free” e anarca e tudo isso mas eu passo. Apenas tenho um álbum deles.

•ASH RA TEMPEL – a banda de space rock alemã por excelência, com o guitarrista e sintetista MANUEL GOTTSCHING aos comandos. Gravaram com o próprio Timothy Leary (“Seven-Up”), as suas desbundas de ácido + gravação de discos em simultãneo fizeram história em Berlim, na primeira metade dos anos 70.
Ainda mais “out” eram as sessões com os COSMIC JOKERS, do qual faziam parte também o Klaus Schulze e o Harald Grosskopf, dos Wallenstein… Também gravaram com um místico suíço que vivia nas montanhas (sempre tudo alimentado a LSD…), chamado SERGIUS GLOWIN e com um cigano/poeta/designer de um tarot, o WALTER WEGMULLER. Álbuns clássicos (mas altamente desbundantes e desconcertantes onde se misturava tudo, rock & roll, kosmischmuzik, improvisação, spoken word…) do krautrock.

•HARMONIA
[Caramba… destes gajos é que tenho de arranjar coisas…] – Eram os CLUSTER + o MICHAEL ROTHER, dos primeiros NEU!. Gravaram dis clássicos (10/10): “Muzik von Harmonia” e “DeLuxe”. recentemente saiu “Tracks & Traces” que recupera sessões originais com o BRIAN ENO.

•LA DÜSSELDORF – motorikamotorikamotorika + …música romântica alpina (Richard Clayderman!!!) – ou se ama ou se detesta. O 1º álbum é o melhor. O projecto – de Klaus Dinger e Thomas Dinger, os dois irmãos dos NEU!, estendeu-se pelos anos 90 com a nova designação de La! Neu?

•POPOL VUH – o grupo do pianista FLORIAN FRICKE. os primeiros álbuns, sobretudo a estreia, “Affenstunde”, é electrónica pura e bruta, um marco da música cósmica alemã. A partir daí o tipo enveredou por um misticismo de raiz egípcia/cristã (!!!), abandonou os sintetizadores e passou a tocar exclusivamente piano, de uma forma despojada mas sem dúvida de onde se despreende uma religiosidade indiscutível.
“In den Garten Pharaos”, o 2′ álbum ainda tem electrónica e é um álbum também tido como clássico. A trip proporcionada por esta combinação de Moog + gongos mágicos + piano eléctrico + orgão de igreja pode ser perigosa. Dos álbuns místicos há muito por onde escolher mas são um bocado um “acquired taste”. “Hosianna Mantra” pode soar sublime…

•XHOL CARAVAN
[estes não conhecia… free jazz? rock cósmico?] – Desbunda jazz etno-cósmica. E psicadelismo, claro, sobretudo no primeiro álbum.

•YATHA SIDHRA – Gravaram apenas “A Meditation Mass”, um dos álbuns mais planantes e Zen do krautrock. É uma longa suite em movimentso, de amplas ondas cósmicas, nem sempre muito bem tocado mas com uma aura única. Sintetizadores o mais cósmico possível, guitarras e piano eléctrico, mellotron, percussões, cânticos Ohm pedrados e vibrafone em estado de suspensão mágica.

Uma racha no crâneo

Os discos importados e as interferências da rádio, a bizarria progressiva, o krautrock e o ódio ao punk. Mas o que realmente fica é a revelação de que os perigos que o consumo e audição desenfreados de álbuns podem não ser psicológicos. É o que acontece quando um disco dos Public Image Ltd nos acerta em cheio no crâneo.

O disco que mais me marcou em toda a minha vida foi, sem dúvida, “Metal Box”, dos Public Image Lda. Vinha embalado numa caixa circular em metal. Calhou, numa certa data fatídica, cair da estante em que se encontrava, atingindo-me em cheio no crâneo. Fiquei marcado para sempre. Cinco pontos no occipital mais um trauma profundo que me fez odiar para sempre John Lydon e a música dos PIL. Foi, de qualquer forma, o contacto mais físico que alguma vez tive com um disco.

Mas a minha relação com a música popular e com os discos começara muitos anos antes do acidente. Carregando na tecla “rewind”, chego a 1968, aos 13 anos de idade. Como ainda não possuía gira-discos, ouvia rádio. Aliás, como toda a gente interessada pela música nessa época. Só mais tarde me apercebi dos perigos, não só lesivos da integridade física, como, sobretudo, psicológicos, que o consumo e audição desenfreados de álbuns de música pop/rock implicava.

No início, ouvir música era uma actividade inocente. Fixava o nome de canções, por vezes tomava notas ou elaborava as minhas próprias listas de preferências. Lembro-me de escutar até ao enjoo, quer obras-primas como “The Dock Of The Bay”, de Otis Redding, quer coisas tão prosaicas como “The Legend Of Xanadu”, de Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick and Tich ou “Bonnie & Clide”, de George Fame. “Light My Fire”, escutei-a pela primeira vez na voz de José Feliciano. Quando ouvi o original, dos Doors, senti-me chocado. A voz de Jim Morrison não tremia o suficiente…

Fui passando o tempo desta maneira até que, na transição para a década de 70, a loucura explodiu, tornando-se galopante como o passar dos anos. Um programa da Rádio Renascença fez nascer em mim o gosto pelas músicas bizarras e pelas sonoridades mais retorcidas da então emergente “música progressiva”, esse papão das décadas seguintes. Chamava-se o programa Página Um, com locução e realização de José Manuel Nunes. Abriram-se mundos. Cada audição de ábuns com o selo de editoras, como a Vertigo, Island, Harvest ou Neon constituía uma descoberta: Trees, Savoy Brown, Jethro Tull, Forest, Incredible String Band, Gracious, The Greatest Show on Earth, Warm Dust, Quatermass eram nomes que se me iluminavam na imaginação envolvidos numa mística própria. A música tinha cor e sabor. Nas discotecas (por vezes minúsculas lojas de electrodomésticos) encontravam-se muitos desses discos (invariavelmente com capas de abrir) que hoje são preciosidades para o coleccionador. Comprei uns tantos e desdenhei uma quantidade de outros. “It’s All Work Out In Boomland”, dos T2, “Ben”, dos Ben, “Pre-Flight”, dos Room, “Three Parts Of My Soul”, dos Dr. Z, “The Polite Force”, dos Egg, “Sorcerers” dos Jan Dukes de Grey, entre outras raridades, passaram-me pelas mãos…

Também ganhei o hábito de escutar – em péssimas condições, diga-se de passagem, tal a quantidade de interferências – a Rádio Luxembourg, só por causa de um programa chamado Dimensions. A locução estava a cargo de Kid Jensen, que hoje ganha a vida a fazer anúncios de colectâneas saudosistas no Quantum Channel, mas nessa altura era um guru, concorrente de John Peel. Por vezes passava faixas inteiras, interessantíssimas, de 20 minutos, de bandas desconhecidas. Quem seriam? Terrível expectativa. Quando, finalmente, o Kid se prestava a revelar o segredo, lá vinha a onda de ruído tapar a audição do nome do intérprete. Mas lá fui apanhando uns quantos nomes: Focus, Clarck Hutchinson, Dando Shaft, Mogul Trash, entre dezenas de outros que hoje preenchem o catálogo de reedições em compacto da Repertoire.

Claro que, entretanto, a compra de álbuns já se tornara um imperativo estético e moral (há quem lhe chame vício). Com o “pequeno” senão da mais do que frequente falta de liquidez obstar a aquisição de todos os objectos de desejo. Acabei por descobrir que saía mais barato mandar vir os discos de fora. Através de firmas exportadoras como a Tandy’s e, mais tarde, a COB. Horas e horas de angústia, com as semanas a passar devagar, até a campainha da porta tocar, por fim, de uma forma especial, e aparecer-me pela frente o carteiro segurando nas mãos o mágico embrulho de cartão. Rasgado furiosamente o pacote, seguia-se o prazer da revelação, o manuseamento da capa, terminando na audição de álbuns que muitas vezes encomendava sem nunca os ter ouvido antes, apenas pela foto da capa ou pela leitura de uma crítica mais sugestiva no “Melody Maker”, no “New Musical Express” ou nas revistas francesas “Rock & Folk” e “Best”. Muitas vezes por simples intuição.

Anos de magia, em que parecia dispor de todo o tempo para ouvir um disco, as vezes que quisesse, até conhecer de cor as letras e as melodias. Um, dois por mês, chegavam, a princípio, para me ocupar até à encomenda seguinte. Depois, à medida que as posses iam aumentando, aumentava proporcionalmente o ritmo de compra com o consequente descalabro económico. Era o vício a ditar as suas leis.

Foram esses os anos do deslumbramento, da procura inflamada da criatividade e da diferença que determinariam a partir daí a minha forma de ouvir música.

A aventura continuou por outras descobertas e latitudes. Do “krautrock” (Tangerine Dream, Harmonia, Cluster, Kraftwerk, Neu!, Yatha Sidhra, Release Music Orchestra, Parzival, Klaus Schulze, Eroc, Wallenstein, as edições originais encontravam-se com facilidade…), dos tesouros de Canterbury (Soft Machine, Hatfield and the North, Caravan, Khan, Gong, Gilgamesh, National Health, Kevin Ayers…) das pérolas da Virgin (David Vorhaus, Comus, Henry Cow, Faust…). E ouvia os programas de rádio do António Sérgio. Até ao ano da grande desilusão: 1976. Confesso: odiei o “punk” desde o primeiro momento. Curiosamente, foi o mesmo António Sérgio o primeiro a divulgar a praga em Portugal. Ouvia e amaldiçoava os Sex Pistols, Sham 69, X-Ray Spex, 999, The Damned (apesar de Lol Coxhill tocar num dos seus discos…). A salvação chegou dos Estados Unidos, com os Suicide, Devo, Talking Heads, Pere Ubu. A Inglaterra contribuiu com os Cabaret Voltaire e os Human League, de “Reproduction”, “Travelogue” e do EP “The Dignity Of Labour”.

O passo seguinte foi o mergulho insano nos “industriais” (o que prejudicou grandemente a minha saúde mental). O lema era Einstürzende Neubauten, Test Department e SPK; bidões, Black & Decker e martelos pneumáticos. Mas antes o fogo e metal das fábricas do apocalipse que o pontapé na avó da punkalhada.

Com a chegada dos anos 80, após um flirt com a Made To Measure (Hector Zazou, Daniel Schell, Benjamin Lew & Steven Brown) transferi-me com armas e bagagem para o universo da Recommended Records, onde o espírito do Progressivo adquirira novas formas de beleza e esquizofrenia criativa: Roberto Musci & Giovanni Venosta, Doctor Nerve, Jocelyn Robert, Biota, Steve Moore, Wha Ha Ha, Boris Kovac, Non Credo, Wondeur Brass… Alguém se deve lembrar de uma certa lista dos melhores álbuns dos anos 80 que apareceu publicada, em duas semanas, consecutivas, no jornal “Blitz”… Quando, por fim, já nos anos 90, comecei a escrever sobre música, a razão deu início à sua actividade de médico legista. Mas as autópsias não conseguiram arrefecer a paixão. Foram milhares e milhares de sons sulcados pela agulha do gira-discos e pelo laser do CD que sulcaram igualmente a minha alma.

Discos da minha vida, há vários. Contudo, apenas um me fez chorar, quando o ouvi pela primeira vez: “Pawn Hearts” dos Van der Graaf Generator, onde percebi que a santidade e a loucura podiam ser só uma e a mesma coisa e coexistir num homem só. Fui conferindo a minha própria loucura pelos poemas e pela música de Peter Hammill. Estremeci com “In Camera”, que me fez compreender onde termina uma canção e começa o inferno.

É verdade, e a folk? Essa é outra história. Uma história de amor sem o reverso da medalha. Encetou-se em 1969 quando uma amiga me ofereceu “Liege & Lief” dos Fairport Convention. A partir daí fluiu como um rio com o caudal cada vez mais forte. Até hoje.

Termino com uma lista (não há quem lhes resista) de dez discos cujas primeiras audições, no mínimo, me fizeram acreditar que a música popular pode ser algo mais do que uma maquinação da indústria. Discos que me fizeram sentir o mesmo frémito da “primeira vez”:

“Ummagumma” (o disco de estúdio) (Pink Floyd, 69)
”Acquiring the Taste” (Gentle Giant, 70)
“Magma” (Magma, 70)
“Faust” (Faust, 71)
“Ege Bamyasi” (Can, 72)
“The Henry Cow Leg End” (Henry Cow, 73)
“Rock Bottom” (Robert Wyatt, 74)
“Autobahn” (Kraftwerk, 74)
“Suicide” (Suicide, 77)
“Low” (David Bowie, 77)
“Berlin” (Art Zoyd, 87)

Fernando Magalhães
Supl. Sons, Público
08/01/99

Não sei se alguém já aqui deixou isto…

1963

BEACH BOYS (THE) – Surfer Girl

1964

BEACH BOYS (THE) – Shut down, vol. 2
BEATLES (THE) – A Hard Day’s Night
MANFRED MANN – The Five Faces of Manfred Mann
STAN GETZ & JOÃO GILBERTO – Stan Getz/João Gilberto

1965

BEATLES (THE) – Help!
BEATLES (THE) – Rubber Soul
BYRDS (THE) – Mr. Tambourine Man
BYRDS (THE) – Turn! Turn! Turn!
FRANK ZAPPA – Freak Out

1966

BEATLES (THE) – Revolver
BYRDS (THE) – Fifth Dimension
JOHN MAYALL -John Mayall & The Bluesbreakers
KINKS (THE) – Face to Face
MONKS – Black Monk Time
MUSIC MACHINE (THE) – Turn on
SIMON & GARFUNKEL – Sounds of Silence
SIMON & GARFUNKEL – Parsley, Sage, Rosemary and Thyme

1967

BEACH BOYS (THE) – Pet Sounds
BEACH BOYS (THE) – Smiley Smile
BEATLES (THE) – Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band
BEE GEES – First
BYRDS (THE) – Younger than Yesterday
CREAM – Disraeli Gears
DAVID BOWIE – David Bowie
DONOVAN – Sunshine Superman
DOORS (THE) – The Doors
DOORS (THE) – Strange Days
FRANK ZAPPA – Absolutely Free
FRANK ZAPPA – We’re only in it for the Money
HOLLIES (THE) – Evolution
HOLLIES (THE) – Butterfly
INCREDIBLE STRING BAND (THE) – 5000 Spirits or the Cayers of the Onion
JEFFERSON AIRPLANE – After Bathing at Baxter’s
JEFFERSON AIRPLANE – Surrealistic Pillow
JIMI HENDRIX – Are you Experienced?
JIMI HENDRIX – Axis: Bold as Love
JOHN MAYALL – A Hard Road
JOHN MAYALL – Crusade
KINKS (THE) – Something else
LAURA NYRO – Eli and the Thirteenth Confession
LOVE – Da Capo
LOVE – Forever Changes
MOODY BLUES (THE) – Days of Future Passed
NIRVANA – The Story of Simon Simopath
PINK FLOYD – The Piper at the Gates of Dawn
TIM BUCKLEY – Goodbye and Hello
VELVET UNDERGROUND (THE) – The Velvet Underground & Nico
ZOMBIES (THE) – Odessey & Oracle
+
BEATLES (THE) – Magical Mystery Tour
BONZO DOG DOO DAH BAND – Gorilla
CRAZY WORLD OF ARTHUR BROWN (THE) – The Crazy World of Arthur Brown
CREAM – Fresh Cream
ELMER GANTRY’S VELVET OPERA – Elmer Gantry’s Velvet Opera
JOHN MAYALL – The Blues alone
KALEIDOSCOPE – Tangerine Dream
LOVIN’ SPOONFUL – Daydream
MONKEES (THE) – Pisces, Aquarius, Capricorn & Jones Ltd.
MYSTIC ASTROLOGIC CRYSTAL BAND (THE) – The Mystic Astrologic Crystal Band
PROCOL HARUM – Procol Harum
RON GEESIN – As he Stands
SMALL FACES (THE) – From the Beginning
STRAWBERRY ALARM CLOCK (THE) – Incense and Peppermints
STRAWBS – All our own Work
TYRANNOSAURUS REX – My People were Fair and had Sky in their Hair…but now they are Content to
Wear Stars on their Brows
YARDBIRDS – Little Games

1968

BEACH BOYS (THE) – Wild Honey
BEACH BOYS (THE) – Friends
BEATLES (THE) – The Beatles
BEE GEES – Horizontal
BYRDS (THE) – The Notorious Byrd Brothers
COLLECTORS (THE) – Grass and Wild Strawberries
CREAM – Wheels of Fire
DONOVAN – A Gift from a Flower to a Garden
ERIC BURDON & THE ANIMALS – The Twain Shall Meet
FRANK ZAPPA – Lumpy Gravy
INCREDIBLE STRING BAND (THE) – The Hangman’s Beautiful Daughter
JEFFERSON AIRPLANE – Crown of Creation
JETHRO TULL – This was
JOHN MAYALL – Bare Wires
JOHN MAYALL – Blues from Laurel Canyon
KINKS (THE) – The Kinks are Village Green Preservation Society
MILLENIUM (THE) – Begin
MOODY BLUES (THE) – In Search of the Lost Chord
PINK FLOYD – A saucerful of Secrets
PRETTY THINGS – S. F. Sorrow
SMALL FACES (THE) – Ogden’s Nut gone Flake
SOFT MACHINE (THE) – The Soft Machine
TRAFFIC – Mr. Fantasy
VAN DYKE PARKS – Song Cycle
+
DOORS (THE) – Waiting for the Sun
FRANK ZAPPA – Cruising with Ruben and the Jets
GENESIS – From Genesis to Revelation
GEORGE HARRISON – Wonderwall Music
INCREDIBLE STRING BAND (THE) – Wee Tam & The Big Huge
MIKE WESTBROOK CONCERT BAND (THE) – Release
MYSTIC ASTROLOGIC CRYSTAL BAND (THE) – Clip on Put on Book
NICE (THE) – Ars Longa Vita Brevis
SIMON & GARFUNKEL – Bookends
SPOOKY TOOTH – It’s all about
STATUS QUO – Picturesque Matchstickable Messages from the Status Quo
TYRANNOSAURUS REX – Prophets, Seers & Sages, The Angels of the Ages

1969

AMON DÜÜL II – Phallus Dei
BEATLES (THE) – Abbey Road
BLODWIN PIG – Ahead Rings out
CAN – Monster Movie
CAPTAIN BEEFHEART & HIS MAGIC BAND – Trout Mask Replica
CARAVAN – Caravan
COLOSSEUM – Those who are about to Die Salute you
COLOSSEUM – Valentyne Suite
CROSBY, STILLS & NASH – Crosby, Stills & Nash
DAVID BOWIE – Space Oddity
DOORS (THE) – The Soft Parade
EAST OF EDEN – Mercator Projected
FRANK ZAPPA – Uncle Meat
FRANK ZAPPA – Burnt Weeny Sandwich
FRANK ZAPPA – Hot Rats
JIMI HENDRIX – Electric Ladyland
KING CRIMSON – In the Court of the Crimson King
KINKS (THE) – Arthur or the Decline and Fall of the British Empire
LED ZEPPELIN – Led Zeppelin
NICO – The Marble Index
PINK FLOYD – Ummagumma
SOFT MACHINE (THE) – Volume Two
SPIRIT – The Family that Plays together
VAN DER GRAAF GENERATOR – The Aerosol Grey Machine
WHITE NOISE- An Electric Storm
+
CLIMAX BLUES BAND (THE) – Plays on
ERIC BURDON & THE ANIMALS – Every one of us
GONG – Magick Brother, Mystic Sister
HOLGER CZUKAY – Canaxis
INCREDIBLE STRING BAND (THE) – Changing Horses
JETHRO TULL – Stand up
JULIE DRISCOLL, BRIAN AUGER & THE TRINITY – Streetnoise
KALEIDOSCOPE – Faintly Blowing
LED ZEPPELIN – Led Zeppelin II
MAGNA CARTA – Magna Carta
MOODY BLUES (THE) – On the Threshold of a Dream
MOODY BLUES (THE) – To our Children’s Children’s Children
PINK FLOYD – More
RENAISSANCE – Renaissance
TOMMY JAMES & THE SHONDELLS – Crimson & Clover
TOMMY JAMES & THE SHONDELLS – Cellophane Symphony
TYRANNOSAURUS REX – Unicorn
WIGWAM – Hard ‘n’ Horny

NOTA: faltarão, obviamente, a esta lista, alguns álbuns importantes mas, como refiro no início, cingi-me aos que conheço bem e fazem parte da minha colecção.
Aceitam-se sugestões.

FM


1970
DAVID BOWIE — The Man who Sold the World
EGG — The Polite Force
GENTLE GIANT — Gentle Giant
KEVIN AYERS & THE WHOLE WORLD — Shooting at the Moon
KRAFTWERK – Kraftwerk
KING CRIMSON — Lizard
MAGMA — Magma
PINK FLOYD — Atom Heart Mother
SOFT MACHINE — Third
VAN DER GRAAF GENERATOR — H to He, Who am the Only one
+
Amon Düül II — Yeti
Blodwin Pig — Getting to This
Can — Soundtracks
Caravan — If I Could do it all over again I’d do it all over you
Cressida — Cressida
Curved Air — Air Condittioning
East of Eden — Snafu
Emerson, Lake & Palmer — Emerson, Lake & Palmer
Fairfield Parlour — From Home to Home
Fairport Convention — Full House
Frank Zappa – Chunga’s Revenge
Genesis — Trespass
Gracious — Gracious
John & Beverley Martyn — Stormbringer
King Crimson — In the Wake of Poseidon
Kinks (The) — Lola versus Powerman and the Moneygoround
Magna Carta — Seasons
Neil Young — After the Gold Rush
Nick Drake — Bryter Layter
Nucleus — Elastic Rock
Spirit – The Twelve Dreams of Dr. Sardonicus
Stooges — Fun House
T.2 — It’ll all Work out in Boomland
Traffic — John Barleycorn must Die

1971
CAN – Tago Mago
CARAVAN — In the Land of Grey and Pink
FAUST — Faust
GENESIS — Nursery Cryme
GENTLE GIANT — Acquiring the Taste
MAGMA — 1001º Centigrades
NEU! — Neu!
SECOND HAND — Death May be your Santa Claus
TERRY RILEY — A Rainbow in Curved Air
VAN DER GRAAF GENERATOR — Pawn Hearts
+
Amazing Blondel — Fantasia Lindum
Amon Düül II — Dance of the Lemmings
Beggars Opera — Waters of Change
Ben – Ben
Burning Red Ivanhoe — W. W. W.
Comus — First Utterance
Curved Air — Second Album
Daevid Allen — Banana Moon
Dashiell Hedayat — Obsolete
David Bowie — Hunky Dory
Eilliff — Eilliff
Emerson, Lake & Palmer — Tarkus
Family — Fearless
Gila – Free Electric Sound
Gong — Camembert Electrique
Guru Guru — Hinten
Incredible String Band — Liquid Acrobat as Regards the Air
Jethro Tull — Aqualung
John Martyn – Bless the Weather
King Crimson — Islands
Kraftwerk — Kraftwerk 2
Led Zeppelin – IV (4 symbols)
Moving Gelatine Plates — The World of Genius Hans
Nico — Desertshore
Nucleus — We’ll Talk about it later
Paul McCartney — Ram
Peter Hammill — Fool’s Mate
Pink Floyd — Meddle
Popol Vuh – Affenstunde
Robert Wyatt — The End of an Ear
Roy Harper – Stormcock
Sandy Denny — The North Star Grassman and the Ravens
Strawbs — From the Witchwood

1972
AMON DÜÜL II — Wolf City
CAN — Ege Bamyasi
CLUSTER — Cluster II
CURVED AIR — Phantasmagoria
DAVID BOWIE — The Rise and Fall of Ziggy Stardust…
FAUST — So Far
GENTLE GIANT — Three Friends
HUGH HOPPER — 1984
MATCHING MOLE — Little Red Record
ROXY MUSIC — Roxy Music
+
Brainstorm – Smile a while
Caravan — Waterloo Lily
Dom – Edge of Time
Frank Zappa — Whaka/Jawaka
Frank Zappa – The Grand Wazoo
Genesis — Foxtrot
Gentle Giant — Octopus
Gnidrolog — Lady Lake
Kevin Ayers — Whatevershebringsweesing
Khan — Space Shanty
Kingdom Come – Kingdom Come
Klaus Schulze — Irrlicht
Lou Reed — Transformer
Matching Mole — Matching Mole
Pekka Pohjola — Pihksilmä Kaarnakorva
Stackridge — (Have no Fear) I only need your Friendliness
Stomu Yamashta — Floating Music
Strawbs – Grave New World
Tangerine Dream — Zeit
Yes — Close to the Edge

1973
CAN — Future Days
FAUST — The Faust Tapes
GONG — Radio Gnome Invisible, Part 2: Angel’s Egg
HATFIELD AND THE NORTH — Hatfield and the North
HENRY COW — The Henry Cow Legend
KING CRIMSON — Larks’ Tongues in Aspic
KRAFTWERK — Ralf and Florian
LOU REED — Berlin
PETER HAMMILL — Chameleon in the Shadow of the Night
ROXY MUSIC — For Your Pleasure
+
Agitation Free — 2nd
Area — Arbeit Macht Frei
Brian Eno — Here Come the Warm Jets
CMU — Space Cabaret
Cornucopia — Full Horn
David Bowie — Alladin Sane
Dzyan – Time Machine
Faust — Faust IV
Fripp & Eno — (No Pussyfootin’)
Genesis — Selling England by the Pound
Gentle Giant — In a Glass House
Gong — Radio Gnome Invisible, Part 1: The Flying Teapot
G. Evans, N. Potter, D. Jackson, H. Banton — The Long Hello
John Martyn — Solid Air
John Martyn – Inside out
Kingdom Come – Journey
Klaus Schulze — Cyborg
Lard Free – Lard Free
Magma — Mekanik Destruktiw Kommandoh
Neu! — Neu!2
Roxy Music — Stranded
Sandy Denny — Like an Old Fashioned Waltz
Soft Machine — Seven
Wigwam – Being
Yes — Tales from Topographic Oceans

1974
CAN — Soon Over Babaluma
CLUSTER — Zuckerzeit
GENESIS — The Lamb Lies Down on Broadway
GONG — You
KRAFTWERK — Autobahn
MAGMA— Kohntarkosz
PETER HAMMILL — In Camera
RICHARD & LINDA THOMPSON – I Want to See the Bright Lights tonight
ROBERT WYATT — Rock Bottom
TANGERINE DREAM — Phaedra
+
Ange — Au-delà du Délire
Area — Caution Radiation Area
Arne Nordheim – Electric
Arti & Mestieri — Tilt
Brian Eno — Taking Tiger Mountain (By Strategy)
Manuel Göttsching — Inventions for Electric Guitar
Carla Bley — Tropic Apettites
David Bowie — Diamond Dogs
Gryphon — Midnight Mushrumps
Gryphon — Red Queen to Gryphon Three
Harmonia — Musik von Harmonia
Henry Cow — Unrest
Jethro Tull — War Child
John Cale — Fear
Kevin Ayers — The Confessions of Dr. Dream
King Crimson — Red
Lady June – Linguistic Leprosy
Mothers of Invention — Overnite Sensation
Nico — The End
Pehka Pohjola — Harakka Biailopokka
Peter Hammill — The Silent Corner and the Empty Stage
Premiata Forneria Marconi — L’Isola di Niente
Roxy Music — Country Life
Roy Harper – Valentine
Sand – Golem
Slapp Happy – Slapp Happy
Stackridge – The Man in the Bowler Hat
Tasavallan Presidentti – Milky Way Moses
Yes — Relayer

1975
BRIAN ENO — Another Green World
CHIEFTAINS — The Chieftains 5
GILGAMESH — Gilgamesh
HARMONIA — DeLuxe
HENRY COW — In Praise of Learning
KLAUS SCHULZE — Timewind
MAGMA — Udu Wudu
SLAPP HAPPY HENRY COW — Desperate Straights
TANGERINE DREAM — Rubycon
VAN DER GRAAF GENERATOR — Godbluff
+
Amon Düül II — Vive la Trance
Arti & Mestieri — Giro di Valzer per Domani
Brian Eno — Discreet Music
Can — Landed
Clearlight — Clearlight Symphony
David Vorhaus — White Noise 2 — Concerto for Synthesizer
Fripp & Eno — Evening Star
Gentle Giant — Free Hand
Gong — Shamal
Gryphon — Raindance
Hatfield and the North — The Rotter’s Club
Henry Cow Slapp Happy — In Praise of Learning
John Cale – Slow Dazzle
Joni Mitchell — The Hissing of Summer Lawns
Mike Gibbs – The only Chrome-Waterfall Orchestra
Mike Oldfield — Ommadawn
Neu! — Neu! 75
Ned Lagin — Seastones
Peter Hammill — Nadir’s Big Chance
Phil Manzanera — Diamond Head
Robert Calvert — Lucky Leif and the Long Ships
Robert Wyatt — Ruth is Stranger than Richard
Soft Machine — Bundles
Steve Hackett — Voyage of the Acolyte
Zao – Shekina

1976
CAN — Unlimited Edition
CLUSTER — Sowiesoso
LA DÜSSELDORF — La Düsseldorf
HELDON- Un Rêve sans Conséquence Spéciale
MUFFINS — Chronometers
NEIL ARDLEY — Kaleidoscope of Rainbows
PENGUIN CAFE ORCHESTRA — Music from the Penguin Cafe
PICCHIO DAL POZZO — Picchio Dal Pozzo
RESIDENTS — The Third Reich ‘n’ Roll
VAN DER GRAAF GENERATOR — Still Life
+
Celeste – Principe di un Giorno
Frank Zappa – Zoot Allures
Gregory Allan Fitzpatrick — Snorungarnas Symfoni
Jon Anderson — Olias of Sunhillow
Magma – Attahk
Soft Machine — Softs
Tomita — Firebird
Tom Waits— Small Change
Van Der Graaf Generator — World Record
Zao – Kawana

1977
ASHRA — New Age of Earth
BRIAN ENO — Before and After Science
DAVID BOWIE — Low
IGGY POP — The Idiot
KRAFTWERK — Trans Europe Express
MARC HOLLANDER — Onze Danses pour Combattre la Migraine
PETER HAMMILL — Over
PHIL MANZANERA/801 — Listen Now
SUICIDE — Suicide
ZNR — Barricade 3
+
Carpe Diem — Cueille le Jour
Cluster & Eno — Cluster & Eno
Conventum — A L’Afflut d’un Complot
David Bowie — Heroes
Etron Fou Leloublan — Batelages
Jethro Tull — Songs from the Wood
John Greaves & Peter Blegvad — Kew. Rhone
Klaus Schulze — Mirage
Michal Rother — Flammende Herzen
Peter Gabriel — Peter Gabriel
Richard Pinhas — Rhizosphère
Roy Harper – Bullinamingvase
Spirit — Future Games
Terje Rypdal — After the Rain
Talking Heads — ‘77
Urban Sax — Urban Sax
Van Der Graaf — The Quiet Zone/ the Pleasure Dome
ZNR — Traité de Mecanique Populaire

1978
ART BEARS — Hopes and Fears
BRIAN ENO — Music for Films
DEVO — Q: Are We not Men? A: We Are Devo!
ENO, MOEBIUS & ROEDELIUS — After the Heat
NATIONAL HEALTH — Of Queues and Cures
PERE UBU — The Modern Dancing
PETER HAMMILL — The Future Now
RESIDENTS — Not Available
STEVE REICH — Music for 18 Musicians
TALKING HEADS — More Songs about Buildings and Food
+
Brian Eno — Music for Airports
Daevid Allen — N’Existe pas
Gregory Allan Fitzpatrick — Bildcircus
Ildefonso Aguilar — Erosión
Jon Hassell — Vernal Equinox
Klaus Schulze — X
Kraftwerk — The Man Machine
Pere Ubu — Dub Housing
Philip Glass — Einstein on the Beach
Ry Cooder — Jazz
Sammla Mammas Manna — Schlagerns Mystik
Terje Rypdal — Waves
This Heat — This Heat

1979
AKSAK MABOUL — Un Peu de l’Ame des Bandits
ANTHONY MOORE — Flying doesn’t Help
ART BEARS — The World as it is Today
CARLA BLEY — Musique Mecanique
CONVENTUM — Le Bureau Central des Utopies
HENRY COW — Western Culture
HOLGER CZUKAY — Movies
PERE UBU — New Picnic Time
RICHARD PINHAS – Iceland
TALKING HEADS — Fear of Music
+
Art Zoyd — Musique pour l’ Odyssee
Captain Beefheart — Shiny Beast (Bat Chain Puller)
Conrad Schnitzler — Blue Glow
David Bowie — Lodger
Devo — Duty now for the Future
Human League — Reproduction
John Surman — Upon Reflection
Jon Hassell — Earthquake Island
Joni Mitchell — Mingus
L Voag – The Way out
New Yorg Gong — About Time
Peter Hammill — PH7
Pink Floyd — The Wall
Residents — Eskimo
Robert Fripp — Exposure
Roxy Music — Manifesto
Snakefinger — Chewing Hides the Sound

FM


O melhor dos anos 80: POP, ROCK, JAZZ, ELECTRÓNICA…

AFTER DINNER – Paradise of Replica (Rec Rec, 1989)
ANDRE DUCHESNES – Le Temps des Bombes (Ambiances Magnétiques, 1984)
ANDREW POPPY – The Beating of Wings (ZTT, 1985)
ANNETTE PEACOCK – Sky-Skating (Ironic, 1982)
ART BEARS – The World as it is Today (Ralph, 1980)
ART ZOYD – Génération sans Futur (Mantra, 1980)
– Symphonie pour le Jour ou Bruleront les Cités (1980)
– Les Espaces Inquiets (1983)
– Le Marriage du Ciel et de l’ Enfer (Cryonic, 1985)
– Berlin (Cryonic, 1987)
BENJAMIN LEW & STEVEN BROWN – Douzième Journée: Le Verbe, la Parure, l’ Amour (Made to Measure, 1983)
– A Propos d’un Paysage (Made to Measure, 1985)
BIOTA – Vagabones & Rackabones (1985)
BIRDSONGS OF THE MESOZOIC – Faultline (Cuneiform, 1989)
BORIS KOVAC – Ritual Nova (Recommended, 1986/1989)
BOULEVARD OF BROKEN DREAMS – It’s the Talk of the Town and other Sad Stories (Hannibal, 1989)
BRIAN ENO – Ambient #4 On Land (Virgin EG, 1982)
– Apollo Atmospheres & Soundtracks (Virgin EG, 1983)
BRIAN ENO & DAVID BYRNE – My Life in the Bush of Ghosts (EG, 1981)
CABARET VOLTAIRE: Voice of America (1980)
CAPTAIN BEEFHEART & HIS MAGIC BAND – Doc at the Radar Station (Virgin, 1980)
CARLA BLEY – Social Studies (Watt, 1981)
CASSIBER – Beauty and the Beast (Recommended, 1984)
– Perfect Worlds (Recommended, 1986)
CHARLES W. VRTACEK – Learning to be Silent (Cuneiform, 1986)
– When Heaven Comes to Town (1988)
CHRISTIAN MARCLAY – More Encores (Recommended, 1988)
CHROME – Red Exposure (1980)
CLUSTER – Curiosum (Sky, 1981)
COLIN WALCOTT, DON CHERRY, NANA VASCONCELOS – Codona (ECM, 1981)
CONRAD SCHNITZLER & MICHAEL OTTO – Micon in Italia (1986)
DANIEL SCHELL & KARO – If Windows they Have (Made to Measure, 1986)
DAVID BOWIE – Scary Monsters (and Super Creeps) (EMI, 1980)
DAVID BYRNE – The Complete Score from “The Catherine Wheel” (Sire, 1981)
– Rei Momo (Luaka Bop/Sire, 1989)
DAVID GARLAND – Control Songs (Review, 1986)
DAVID MURRAY – The Hill (Black Saint, 1988)
DEBILE MENTHOL – Emile au Jardin Patrologique (Rec Rec, 1981)
– Battre Campagne (1984)
DEPECHE MODE – Construction Time again (Mute, 1983)
DEROME/LUSSIER- Soyer Vigilants, Restez Vivants (1986)
– Le Retour des Granules (1987)
DEVO – New Traditionalists (1981)
DOCTOR NERVE – Out to Bomb Fesh Kings (Cuneiform, 1985)
– Armed Observations (1987)
DOUBLE-X-PROJECT – Fallobst (1987)
EDWARD KA-SPEL – Perhaps we’ll only See a Thin Blue Line (1989)
EDWARD VESALA – Lumi (ECM, 1987)
EINSTUERZENDE NEUBAUTEN – Zeischnungen des Patienten OT (1983)
– Halber Mensch (1985)
– Haus der Luge (1989)
ELLIOTT SHARP – In the Land of the Yahoos (SST, 1987)
– Virtual Stance (1986)
ETRON FOU LELOUBLAN – Les Poumons Gonfles (1982)
FELA ANIKULAPO KUTI – Beasts of no Nation (Shanachie, 1989)
THE FLYING LIZARDS: The Flying Lizards (1980)
FOETUS – Hole (1984)
– Nail (1985)
FRANK ZAPPA – Them or Us (Ryko, 1984)
FRED FRITH – Gravity (Rec Rec, 1980)
– Speechless (Rec Rec, 1981)
– Cheap at Half the Price (Rec Rec, 1983)
– The Technology of Tears (Rec Rec, 1988)
FRENCH, FRITH, KAISER & THOMPSON – Live, Love, Larf and Loaf (Demon, 1988)
GEORGE RUSSELL – New York Big Band (Soul Note, 1982)
GLENN BRANCA – The Ascension (Robi Droli, 198?)
GLEN VELEZ – Internal Combustion (CMP, 1985)
GRAEME REVELL – The Insect Musicians (1986)
HAROLD BUDD – Lovely Thunder (Editions EG, 1986)
HAROLD BUDD & BRIAN ENO – Ambient #2 The Plateaux of Mirror (Editions EG, 1980)
– The Pearl (Editions EG, 1984)
HARRY PEPL, HERBERT JOOS, JON CHRISTENSEN – Cracked Mirrors (ECM, 1988)
HAWKWIND – Levitation (Castle Communications, 1980)
HECTOR ZAZOU/BONI BIKAYE/C Y 1 – Noir et Blanc (Crammed, 1983)
HECTOR ZAZOU – Géographies (Made to Measure, 1984)
– Reivax au Bongo (Made to Measure, 1986)
– Géologies (Made to Measure, 1989)
HENRI TEXIER – Izlaz (Label Bleu, 1988)
HOLGER CZUKAY – On the Way to the Peak of Normal (EMI-Electrola, 1980)
– Rome Remains Rome (Virgin, 1987)
HOLGER HILLER – Ein Bündel Faulnis in der Grube (Mute, 1984)
– Oben im Eck (1986)
HUBERT BOGNERMAYR & HARALD ZUSCHRADER – Begpredigt (Erdenklang, 1983)
HUMAN LEAGUE (THE) – Travelogue (Virgin, 1980)
IGGY POP – Zombie Birdhouse (I.R.S., 1982)
ISTVÁN MÁRTA – Támad Aszél (The Wind Rises) (Recommended, 1987)
JACK DeJOHNETTE’S SPECIAL EDITION- Special Edition (ECM, 1980)
– Tin Can Alley (ECM, 1981)
JEFF GREINKE – Timbral Planes (Linden, 1987)
JOCELYN ROBERT – Stat –Live-Moniteur (1987)
JOHN CALE – Honi Soit (A&M, 1981)
– Music for a New Society (FNAC, 1982)
JOHN SURMAN – The Amazing Adventures of Simon Simon (ECM, 1981)
– Such Winters of Memory (ECM, 1983)
– Witholding Pattern (ECM, 1985)
– Private City (ECM, 1988)
JOHN ZORN – The Big Gundown (Icon, 1986)
– Spillane (Elektra Nonesuch, 1987)
JON HASSELL – Dream Theory in Malaya (Editions EG, 1981)
– Aka, Darbari, Java Magic Realism (Editions EG, 1983)
– Power Spot (ECM, 1986)
JON HASSELL & BRIAN ENO – Fourth World, Vol. 1 Possible Musics (Editions EG, 1980)
JON HASSELL/FARAFINA – Flash of the Spirit (Intuition, 1988)
JORGE REYES – Ek-Tunkul (Lejos del Paraiso, 1987)
KAHONDO STYLE – Green Tea & Crocodiles (Nato, 1987)
KALAHARI SURFERS – Living in the Heart of the Beast (ReR, 1985)
KATE BUSH – The Dreaming (EMI, 1982)
KLAUS SCHULZE – Audentity 2xCD (Innovative Communication, 1983)
KRAFTWERK – Computer World (Elektra/Asylum, 1981)
– Electric Café (1986)
LACRYMOSA – Bugbear (SE, 1984)
LARAAJI – Day of Radiance (Editions EG, 1980)
LARS HOLLMER – XII Sibiriska Cyklar (Resource, 1981)
– Vill du Höra Mer (1982)
– Tonöga (Resource, 1985)
– Fran Natt Idag (1985)
– Vendeltid (1987)
LAURIE ANDERSON – Big Science (Warner Bros., 1982)
– Mr. Heartbreak (Warner Bros., 1984)
– Home of the Brave (Warner Bros., 1986)
– Strange Angels (Warner Bros., 1989)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – Asylum (Play it again Sam, 1985)
– Any Day now (Play it again Sam, 1987)
– The Golden Age (Play it again Sam, 1988)
– The Crushed Velvet Apocalypse (Play it again Sam, 1989)
LIGHTS IN A FAT CITY – Somewhere (City of Tribes, 1988)
LOUIS SCLAVIS – Chine (IDA, 1987)
LOUNGE LIZARDS (THE) – The Lounge Lizards (Editions EG, 1981)
– Voice of Chunk (Milan, 1989)
– LUCIANO MARGORANI – Home Recording is Killing Studios (1988)
MARC HOLLANDER: Onze Danses pour Combattre la Migraine (1981)
MARIANNE FAITHFULL – Strange Weather (Island, 1987)
MARKUS STOCKAUSEN & GARY PEACOCK – Cosi Lontano Quasi Dentro (ECM, 1989)
MARTIN REV – Martin Rev (Daft, 1980)
– Clouds of Glory (Mau Mau, 1985)
MARTY EHRLICH – The Welcome (Sound Aspects, 1984)
MARY COUGHLAN – Tired and Emotional (Mystery, 1987)
– Under the Influence (WEA, 1987)
MATILDE SANTING – Water under the Bridge (Megadisc, 1985)
MEREDITH MONK – Dolmen Music (ECM, 1981)
– Turtle Dreams (ECM, 1983)
– Do you be (ECM, 1987)
MICHAEL BROOK – Hybrid (Editions EG, 1985)
MICHAEL NYMAN – The Draughtsman’s Contract (Charisma, 1982)
MICHAEL ROTHER – Fernwürme (Random, 1981)
MICHEL PORTAL – Dejarme Solo! (Dreyfus, 1980)
– Turbulence (Harmonia Mundi, 1987)
MICHEL REDOLFI – Desert Tracks (Ina.grm, 1988)
MIRIODOR – Miriodor (Cuneiform, 1988)
MIROSLAV VITOUS – Journey’s End (ECM, 1983)
MOEBIUS – Tonspuren (Sky, 1983)
MOEBIUS & BEERBOHM – Double Cut (Sky, 1983)
MOEBIUS & PLANK – Rastakraut Pasta (Sky, 1980)
– Material (1981)
– En Route (No-CD, 1986)
MOEBIUS, PLANK, NEUMEIER – Zero Set (Sky, 1983)
MONOCHROME SET (THE) – Strange Boutique (Virgin, 1980)
– Love Zombies (1980)
– Eligible Bachelors (Cherry Red, 1982)
MOTHER GONG – Wild Child (Spalax, 1989)
MOTOR TOTEMIST GUILD – Infra Dig (No Man’s Land, 1984)
– Contact with Veils (1986)
– Shapuno Zoo (No Man’s Land, 1988)
NEGATIVLAND – Negativland (Seeland, 1980)
– Points (Seeland, 1981)
– A Big 10 – 8 Place (Seeland, 1983)
– Escape from Noise (Seeland, 1987)
NEWS FROM BABEL – Work Resumed from the Tower (Re, 1984)
– Letters Home (1986)
NICK MASON – Nick Mason’s Fictitious Sports (Harvest, 1981)
NICO – Drama of Exile (Buda, 1981)
NON CREDO – Reluctant Hosts (No Man’s Land, 1988)
NURSE WITH WOUND – The Sylvie and Babs High-Thigh Companion (United Diaries, 1985)
– Spiral Insana (1986)
OFFICER: Ossification (1984)
O YUKI CONJUGATE – Into Dark Water/Undercurrents (Final Image, 1986)
PAOLO CONTE – Paris Milonga (RCA, 1981)
PASCAL COMELADE – Détail Monochrome (1984)
– El Primitivismo (Les Disques du Soleil et de l’Acier, 1988)
PAT METHENY & LYLE MAYS – As Falls Wichita, so Falls Wichita Falls (ECM, 1981)
PAT METHENY (GROUP) – 80/81 2xCD (ECM, 1980)
– Offramp (ECM, 1982)
PAUL MOTIAN – It Should’ve Happened a Long Time ago (ECM, 1985)
PENGUIN CAFE ORCHESTRA – Penguin Cafe Orchestra (Editions EG, 1981)
– Broadcasting from Home (Editions EG, 1984)
PERE UBU – The Art of Walking (Cooking Vinyl, 1980)
– Song of the Bailing Man (Cooking Vinyl, 1982)
– The Tenement Year (Fontana, 1988)
– Cloudland (Fontana, 1989)
PETER BLEGVAD – The Naked Shakespeare (Virgin, 1983)
– Downtime (Recommended, 1988)
PETER HAMMILL – A Black Box (Static, 1980)
– Sitting Targets (Virgin, 1981)
– Enter K (Fie!, 1982)
– Patience (Fie!, 1983)
– Skin (Line, 1986)
PFS – Illustrative Problems (1986)
PHANTOM BAND – Nowhere (Spoon, 1983)
POPULAR MECHANICS – Insect Culture (1987)
POULES (LES) – Contes de l’Amère-Loi (1986)
PRESENT – Triskadekaphobie (Cuneiform, 1989)
– Le Poison qui Rend Fou (1989)
PROPELLER ISLAND – Hermeneutic Music (Erdenklang, 1988)
– The Secret Convention (Badland, 1988)
PYROLATOR – Wunderland (Ata Tak, 1984)
RABIH ABOU-KHALIL – Between Dusk and Dawn (Enja, 1987)
RECOIL – 1+2 (Mute, 1986)
– Hydrology (1988)
RENALDO AND THE LOAF – The Elbow is Taboo (Some Bizarre, 1987)
RENÉ LUSSIER – Fin du Travail (Version 1) (Ambiances Magnétiques, 1983)
– Le Trésor de la Langue (Ambiances Magnétiques, 1989)
RESIDENTS (THE) – Commercial Album (Euro Ralph, 1980)
– Mark of the Mole (East Side Digital, 1981)
– The Tunes of Two Cities (East Side Digital, 1982)
– The Big Bubble (Black Shroud, 1985)
RICHARD PINHAS – L’Éthique (Cuneiform, 1981)
RICHARD THOMPSON – Strict Tempo (Topic, 1981)
ROBERT-MARCEL LePAGE – La Traversée de la Mémoire Morte (1987)
ROBERTO MUSCI – The Loa of Music (Lowlands, 1984)
ROBERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA – Water Messages on Desert Sand (Recommended, 1987)
– Urban and Tribal Portraits (1988)
ROBERT RICH – Trances/Drones 2xCD (Extreme, 1983)
– Numena (Fathom, 1987)
ROBERT WYATT – Old Rottenhat (Rough Trade, 1985)
ROBIN WILLIAMSON – Winter’s Turning (Plant Life, 1986)
ROGER ENO – Voices (Editions EG, 1985)
R. STEVIE MOORE – Everything you always Wanted to Know… (1984)
SAMMLA MAMMAS MANNA – FamilyCracks (Silence, 1980)
– Zamlaramanna (Resource, 1982)
SCOTT JOHNSON – John Somebody (Icon, 1986)
SEVERED HEADS – Since the Accident (Nettwerk, 1983)
– City Slab Horror (Nettwerk, 1985)
SHANKAR – Who’s to Know (ECM, 1981)
SHELLEY HIRSCH & DAVID WEINSTEIN – Haiku Lingo (Review, 1989)
SKELETON CREW – Learn to Talk (Rec Rec, 1984)
– The Country of Blinds (1986)
SNAKEFINGER – Greener Postures (1980)
– Manual of Errors (Torso, 1982)
SPACEBOX – Kick up (Captain Trip, 1984)
SPK – Zamia Lehmani (1986)
STEPHAN MICUS – Wings over Water (ECM, 1982)
– Ocean (ECM, 1986)
– The Music of Stones (ECM, 1989)
STEVE BERESFORD, DAVID TOOP, JOHN ZORN, TONIE MARSHALL – Deadly Weapons (NATO, 1986)
STEVE FISK- 448 Deathless Days (SST, 1987)
STEVE MOORE – A Quiet Gathering (1988)
STEVE REICH – Sextet/Six Marimbas (Elektra Nonesuch, 1986)
STEVE ROACH – Dreamtime Return 2xCD (Fortuna, 1988)
STEVE ROACH & KEVIN BRAHENY – Western Spaces (Fortuna, 1987)
– Desert Solitaire (Fortuna, 1989)
STEVE TIBBETTS – Yr (ECM, 1980)
SUSSAN DEIHIM & RICHARD HOROWITZ – Desert Equations: Azax Attra (Made to Measure, 1986)
SUZANNE VEGA – Solitude Standing (A&M, 1987)
TALKING HEADS – Remain in Light (Sire, 1980)
TEARDROP EXPLODES (THE) – Wilder (Mercury, 1981)
TERJE RYPDAL – Blue (ECM, 1987)
TEST DEPT – Beating the Retreat (1984)
– The Unnaceptable Face of Freedom (1986)
THINKING PLAGUE – …A Thinking Plague (Cuneiform, 1984)
– Moonsongs (1986)
– In this Life (Recommended, 1989)
THIS HEAT – Deceit (1981)
THOMAS DINGER – Für Mich (Captain Trip, 1982)
TOM RECCHION – Chaotica (Birdman, 1986)
TOM WAITS – Heartattack and Vine (Elektra, 1980)
– Swordfishtrombones (Island, 1983)
– Rain Dogs (Island, 1985)
– Frank’s Wild Years (Island, 1987)
TUXEDOMOON – Half-Mute (Cramboy, 1980)
– Desire (Cramboy, 1981)
– Suite en Sous-Sol (Cramboy, 1982)
UNDERTONES (THE) – Hypnotised (Dojo, 1980)
UNIVERS ZERO – Ceux du Dehors (Cuneiform, 1980)
– Heatwave (Cuneiform, 1987)
– Uzed (Cuneiform, 1988)
URBAN SAX – Fraction sur le Temps (EPM, 1985)
5 UU’S – Bel Marduk & Tiamat (Cuneiform, 1984)
– Elements (1988)
VANGELIS – Invisible Connections (Deutsche Grammophon, 1985)
VIRGINIA ASTLEY – From Gardens where we Feel Secure (Happy Valley, 1983)
VLADIMIR ESTRAGON – Three Quarks for Muster Mark (Tip Toe, 1989)
VOGËL EUROPAS (DIE) – Best Before: (Creative Works, 1989)
WEATHER REPORT – Night Passage (Columbia, 1980)
WHA HA HA – Wha Ha Ha (1983)
WHEN – Death in the Blue Lake (1988)
WIM MERTENS/SOFT VERDICT – Vergessen (Les Disques du Crépuscule, 1982)
– For Amusement only (Les Disques du Crépuscule, 1983)
– Struggle for Pleasure (Les Disques du Crépuscule, 1983)
– Maximizing the Audience (Les Disques du Crépuscule, 1984)
WONDEUR BRASS – Ravir (1985)
WORLDS OF LOVE (THE) – The Worlds of Love (Review, 1989)
X T C – Black Sea (Toshiba-Virgin, 1980)
– English Settlement (Toshiba-Virgin, 1982)
– Mummer (Toshiba-Virgin, 1983)
– Skylarking (Toshiba-Virgin, 1986)
YELLO – Claro que Si (Mercury, 1981)
– You Gotta Say Yes to another Excess (Mercury, 1983)
ZERO POP – All the Big Mystics (Rec Rec, 1988)
ZOVIET FRANCE – Gris (1985)

Nas duas listas publicadas nas edições do BLITZ de 16 e 23/1/90 (respectivamente “O Balanço Final” e “O Balanço Instável) constam ainda álbuns dos seguintes artistas:

ALAN STIVELL, HEAVEN 17, KING CRIMSON, SOFT CELL, ANDY SUMMERS/ROBERT FRIPP, FAD GADGET, PETER GABRIEL, TERRY RILEY, D.A.F., GOLDEN PALOMINOS, MNEMONISTS, ALÉSIA COSMOS, THE ART BARBEQUE, LAIBACH, PETER PRINCIPLE, REGULAR MUSIC, DAVID LINTON, GODARD FANS, BRUCE GILBERT, THE CAMBERWELL NOW, COLLECTIV NOX, MASAHIDE SAKUMA, NEO MUSEUM, ORTHOTONICS, SEMANTICS, THE THE, TOM VAN DER GELD, ARTHUR RUSSELL, SLAGERIJ VAN KAMPEN, STARTLED INSECTS, TEARGARDEN, WAYNE HORVITZ, BOURBONESE QUALK, JAZZ PASSENGERS, MARK STEWART, NIMAL, PHILIP PERKINS, STEVEN BROWN, YASUAKI SHIMIZU, BEM NEILL, BOBBY PREVITE, COIL, DAVID BORDEN/MOTHER MALLARD, DAVID FULTON, DELERIUM, MIKEL ROUSE BROKEN CONSORT, HEINER GOEBBELS/HEINER MULLER, JOCKE SODERQVIST, LAST EXIT, THE PRESIDENT, ULUDAG, AGNES BUEN GARNAS/JAN GARBAREK, BARRY ADAMSON, INVADERS OF THE HEART, PHILIP GLASS, ROBERT MERDZO, SEIGEN ONO e STAN RIDGWAY.

Um dos discos mencionados, por lapso, no BLITZ é “Barricade 3” DOS ZNR. O álbum é de 1977.

FM

O balanço instável

Cabe-me a mim, finalmente, fazer o balanço dos melhores discos da década (Esta semana a lista dos quinze melhores dos anos de 1980 a 1984. A outra metade fica para a semana). Decerto repararão que desta lista constam muitos nomes estranhos e desconhecidos. A culpa não é minha. Procurem-nos e talvez cheguem à conclusão que nem sempre a melhor música é a mais badalada. Para não dizerem que invento, informo que todos os discos mencionados fazem parte da minha colecção particular. E agora podem começar a copiar e a lamentar o tempo perdido…

1980

Alan Stivell: “Symphonie Celtique – Tir Na Nog” (todas as músicas e tradições do mundo convergindo na Bretanha).
Cabaret Voltaire: “The Voice Of America” (quando ainda eram ameaçadores).
Captain Beefheart & His Magic Band: “Doc At The Radar Station” (o esquizofrénico genial de “Trout Mask Replica”).
Chrome: “Red Exposure” (Americanos precursores de tudo o que é industrial).
Flying Lizards: “The Flying Lizards” (David Cunningham e a vanguarda como grande paródia).
Fred Frith: “Gravity” (Frith é um universo inteiro à parte).
Harold Budd/Brian Eno: “Ambient 2 The Plateaux Of Mirror” (o mundo cristalino).
Jon Hassell/Brian Eno: “Fourth World, Vol 1, Possible Musics” (a selva electrónica).
Monochrome Set: “Strange Boutique” (dandies dos eternos 60s. Tommy, can you hear me?).
Negativland: “Negativland” (a América do avesso pelos mestres da colagem).
Pere Ubu: “The Art Of Walking” (o rock à beira do abismo, sem cair).
Peter Hammill: “A Black Box” (o último voo a grande altura do eterno romântico).
Talking Heads: “Remain In Light” (com Eno desta vez luxuriante).
Tuxedomoon: “Half-Mute” (os americanos mais europeus do mundo).
Univers Zero: “Ceux Du Dehors” (a nova música da câmara europeia passa por estes belgas apreciadores de Lovecraft).

1981

Art Bears: “The World As It Is Today” (Fred Frith, Chris Cutler e Dagmar Krause anunciando o fim do mundo).
Brian Eno/David Byrne: “My Life In The Bush Of Ghosts” (sim, já se sabe, o primeiro a fazê-lo foi Holger Czukay, mas eles não se importam).
Carla Bley: “Social Studies” (a sociologia da fanfarra pela senhora sempre bem acompanhada).
Heaven 17: “Penthouse & Pavement” (os derradeiros estertores da Pop electrónica inteligente).
King Crimson: “Discipline” (Robert Fripp e as técnicas mágicas da J.G. Bennett).
Kraftwerk: “Computer World” (o melhor disco do séc. XXI).
Marc Hollander: “Onze Danses Pour Combattre La Migraine” (o homem dos Aksak Maboul e o “vaudeville” minimalista).
Meredith Monk: “Dolmen Music” (o nascimento da voz humana).
Nick Mason/Carla Brey: “Fictitious Sports” (Carla, outra vez, brincando ao Rock. Tomara este que houvesse mais brincadeiras assim. Mason é só um pretexto).
Penguin Cafe Orchestra: “Penguin Cafe Orchestra” (a caixinha da música onde cabe tudo).
Residents: “Mark Of The Mole” (os Beatles dos anos 80? Dos 90? Mas quem são eles afinal?)
Soft Cell: “Non-Stop Erotic Cabaret” (desculpam lá, mas muito antes de Momus já Marc Almond estava a agitar todos os fantasmas).
This Heat: “Deceit” (o som do holocausto).
Tuxedomoon: “Desire” (aqui já eram definitivamente europeus. Até perderam a pronúncia).
ZNR: “Barricades 3” (Satie por Zazou ou vice-versa?).

1982

Andy Summers/Robert Fripp: “I Advance Masked” (Frippertronics mais Police pelos mestres da guitarra).
Annette Peacock: “Sky-Skating” (a voz mais sensual em cetim aveludado).
D.A.F.: “Fur Immer”(um, dois, esquerdo, direito).
Etron Fou Leloublan: “Les Poumons Gonflés” (Captain Beefheart + Henry Cow em tons parisienses).
Fad Gadget: “Under The Sky” (Frank Tovey é uma espécie de Matt Johnson, só que ainda mais doentio).
John Cale: “Music For A New Society” (a sociedade ainda não é suficientemente nova. Ainda bem).
Kate Bush: “The Dreaming” (deixem a menina sonhar).
Laurie Anderson: “Big Science” (deixem a senhora falar).
Michel Nyman: “The Draughtsman’s Contract” (músicas das imagens do labirinto das imagens da música).
Monochrome Set: “Eligible Bachelors” (ainda e sempre o chá das cinco).
Peter Gabriel: “Peter Gabriel IV” (é o quarto, é o melhor e não embirrem mais com o homem).
Residents: “The Tunes Of Two Cities” (segunda parte da luta entre toupeiras e Hrtwxlks).
Snakefinger: “Manual Of Errors” (costumava tocar guitarra com os senhores acima. Seria um novo Zappa se não tivesse entretanto morrido).
Soft Veredict: “Vergessen” (Win Mertens antes de se tornar Merdens – obrigado Jorge).
Terry Riley: “Descending Moonshire Dervishes” (Riley antes de se tornar profeta).

1983

Art Zoyd: “Les Espaces Inquiets” (franceses. Música total. Só gravaram obras-primas).
Benjamin Lew/Steven Brown: “Douzième Journée: Le Verbe, La Parure, L’Amour” (Precursores da Made To Measure. Não sei porquê lembram-me Duras).
Einstürzende Neubauten: “Zeischnungen Des Patienten O.T.” (queriam destruir a música e quase o conseguiram).
Fred Frith: “Cheap At Half The Price” (outra vez, agora em canções Pop. O quê?).
Golden Palominos: “The Golden Palominos” (primeira grande conferência nova-iorquina. Estão lá todos. Fier, Lindsay, Laswell, Zorn, Frith também, claro).
Moebius, Plank, Neumeier: “Zero Set” (alemães, electrónicos e à procura de África).
Peter Blegvad: “The Naked Shakespeare” (o excêntrico dos Slapp Happy em canções ainda mais excêntricas).
Phantom Band: “Nowhere” (o percussionista Jaki Liebzeit continuando brilhantemente o espírito dos Can).
René Lussier: “Fin Du Travail” (o Fred Frith canadiano).
Severed Heads: “Since The Accident” (os Throbbing Gristle australianos, mas com humor).
Tom Waits: “Swordfishtrombones” (a Lua na sarjeta).
Viginia Astley: “From Gardens Where We Feel Secure” (onde ficam esses jardins? Silêncio).
Wha Ha Ha: “Wha Ha Ha” (são japoneses. O Free-Jazz pode ser melodioso e dançável).
Yello: “You Gotta Say Yes To Another Excess” (Dieter Meier é suiço, gosta da Europa dos casinos e de computadores).
Zazou/Bikaye: “Noir Et Blanc” (Europáfrica em ritmo da dança).

1984

After Dinner: “After Dinner” (mais japoneses. Música de bonecas e cristais).
Andre Duchesnes: “Le Temps Des Bombes” (as canções de Andre é que caem como bombas).
Brian Eno/Harold Budd: “The Pearl” (até onde é audível o silêncio?).
Débile Menthol: “Battre Champagne” (a boa velha música progressiva continua viva e de boa saúde).
Foetus: “Hole” (gritos. Sofrimento. Auto-tortura).
Frank Zappa: “Them Or Us” (sempre genial. Continua a fazer rir).
Hector Zazou: “Reivax Au Bongo” (Zazou e Bikaye reicidentes, agora mais surrealistas).
Holger Czukay: “Der Osten Ist Rot” (o homem dos Can que fez tudo antes de Brian Eno e pôs o papa a cantar Blues).
Holger Miller: “Ein Bundel Faulnis In Der Grube” (o mestre absoluto do sampler. Reinventou a música. Não me voltem a falar nos De La Soul).
Mnemonists: “Horde” (o ruído da deformidade).
Officer!: “Ossification” (música medieval na óptica de um bando de malucos).
Pascal Comelade: “Détail Monochrome” (música ambiental no quarto dos brinquedos).
Penguin Cafe Orchestra: “Broadcasting From Home” (basta sintonizar).
R. Stevie Moore: “Everything You Always Wanted To Know About R. Stevie Moore But Were Afraid To Ask” (ufa! Tem gravadas mais de cem cassetes. Inclassificável. Como é possível ser Pop, experimentalista, doido varrido, sério, etc., etc., etc.?).
Test Department: “Beating The Retreat” (metal on metal).

Fernando Magalhães
Blitz
16/01/90

O balanço final

Depois dos primeiros cinco anos conclui-se nestes “valores” o balanço final dos melhores da década. A partir de 85 houve ainda mais discos a merecerem toda a nossa atenção e aplauso. Poucos os terão notado. Não faz mal, eles (os discos) continuam à espera de quem os souber merecer. Muitos dos nomes citados permanecem num injusto quase anonimato. Mas são eles que fizeram e fazem o melhor da história da música dita popular.

Novamente por ordem alfabética, eis a relação dos vinte melhores para cada ano:

1985

Alésia Cosmos: “Aeroproducts” (Pop minimalista francês).
Andrew Poppy: “The Beating Of Wings” (minimalismo outra vez, desta vez do sério. Mais electrónico do que a concorrência).
Art Barbeque: “Feet Hacked Rails” (música industrial para sado-masoquistas).
Benjamin Lew & Steven Brown: “À Propos D’un Paysage” (paisagens ambientais em aguarela, cheias de pormenores).
Biota: “Vagabones & Rockabones” (compêndio definitivo da arte do ruído).
Einstürzende Neubauten: “Halber Mensch” (os martelos-pilões finalmente domesticados).
Foetus: “Nail” (viagem guiada ao Inferno).
Kalahari Surfers: “Living In The Heart Of The Beast” (sul-africanos vanguardistas e intervencionistas).
Laibach: “Nova Akropola” (neo-nazis ou brincalhões? Wagner, se fosse vivo, aprovaria).
Legendary Pink Dots: “Asylum” (hippies disfarçados, clássicos, bizarros, transtornados).
Mathilde Santing: “Water Under The Bridge” (pura magia. Nunca mais fez nada igual).
Michael Nyman: “A Zed & Two Naughts” (novos labirintos para a fita de Greenway).
Nico & The Fashion: “Camera Obscura” (requiem final pela senhora de negro).
Nurse With Wound: “The Sylvie & Babs High-Thigh Companion” (Stephen Stapleton é louco e gosta de misturar todos os sons, todas as músicas, todas as manias. Stephen é um génio, só que doutro lado do mundo).
Peter Principle: “Sedimental Journey” (o lado mais experimental dos Tuxedomoon).
Regular Music: “Regular Music” (repetitivos e barrocos. Discípulos de Nyman com Charles Hayward ao comando).
Severed Heads: “Clifford Darling, Please Don’t Live In The Past” (obra mestra dos terroristas australianos. O terror pode ser engraçado).
Urban Sax: “Fraction Sur Les Temps” (os saxofones do Apocalipse).
Wondeur Brass: “Ravir” (três senhoras canadianas que aprenderam muito com Carla Bley).
Zoviet France: “Gris” (o cimento é musical? Resposta: Neste caso é).

1986

Cassiber: “Perfect Worlds” (Free Jazz + Beethoven + ruído, por Heiner Groebbels e Chris Cutler).
Conrad Schnitzler & Michael Otto: “Micon In Italia” (fusão entre a electrónica e instrumentos de orquestra).
Daniel Schell & Karo: “If Windows They Have” (expoente máximo da nova música de câmara europeia).
David Garland: “Control Songs” (canções, sampling exaustivo, acordeão, voz de “crooner”, Zorn, C. Marclay e G. Klucevsek como convidados. Chega?).
David Linton: “Orchesography” (as tácticas de Elliot Sharp aplicadas à electrónica).
Elliot Sharp: “Virtual Stance” (as tácticas dele próprio aplicadas ao computador).
Godard Fans: “Godard, Ça Vous Chante?” (homenagem ao cineasta com interpretações brilhantes de Zorn, Lindsay, Clint Ruin (Foetus) e Amati Ensemble, entre outras).
Graeme Revell: “The Insect Musicians” (inteiramente realizado com samples e sons dos ditos, pelo mentor dos SPK. Brilhante).
Holger Hiller: “Oben Im Eck” (Opus 2 da bíblia do “sampling”).
John Zorn: “The Big Gundown” (obra-prima absoluta pelo mestre da rapidez. Tudo encaixa no lugar certo, como nos desenhos animados. Só para ouvidos ultra-ágeis).
Kraftwerk: “Electric Cafe” (disco típico do séc. XXII).
Laurie Anderson: “Home Of The Brave” (Laurie antes do grande pecado).
Nurse With Wound: “Spiral Insana” (mais contemplativo e perturbante que Sylvie).
O Yuri Conjugate: “Into Dark Water” (Electrónicos e sombrios. Jon Hassell teve um pesadelo).
Poules (Les): “Contes de L’Amère-Loi” (as mesmas senhoras dos Wondeur Brass brincando aos computadores).
SPK: “Zamia Lehmani (Songs Of Byzantine Flowers)” (a música religiosa dos discípulos das trevas).
Steve Beresford, David Toop, John Zorn, Tonie Marshall: “Deadly Weapons” (quatro excêntricos unidos na produção de um filme imaginário superinspirado. Ponto de fuga das mais recentes tendências do Jazz (?) actual).
Steve Reich: “Sextet/Six Marimbas” (cristal minimal).
Sussan Deihim & Richard Horowitz: “Desert Equations: Azax Attra” (as vozes do deserto encontram os sintetizadores).
Test Department: “The Unacceptable Face Of Freedom” (o ocidente infernal).
e ainda: Bruce Gilbert: “The Shivering Man”; Camberwell Now: “The Ghost Trade”; Collectif Nox: “Sessions 84/86”; Derome/Lussier: “Soyez Vigilants, Restez Vivants”; Harold Budd: “Lovely-Dusks”; Jon Hassell: “Power Spot”; Masahide Sakuma: “Lisa”; Neo Museum: “Nouvelles Ethnologies de L’Obscure Museum”; Orthotonics: “Luminous Bipeds”; Peter Hammill: “Skin”; PFS: “Illustrative Problems”; Semantics: “Rothenberg, Sharp, Bennett”; Skeleton Crew: “The Country Of Blinds”; Recoil: “1+2”; The The: “Infected”; Tom Van Der Geld: “Small Mountain”.

1987

Arthur Russell: “World Of Echo” (com pouco se faz muito, uito, uito…).
Art Zoyd: “Berlin”(o disco da década. A síntese perfeita. Encontro da Tradição com o Futuro num disco perfeito).
Derome/Lussier: “Le Retour Des Granules” (nova colaboração entre os sopros de Derome e a guitarra Frithiana de Lussier).
Double-X-Project: “Fallobst” (grupo alemão feminino de Jazz electrónico minimalista ou lá o que isso é).
Elliot Sharp: “In The Land Of The Yahoos” (Sharp goes Electropop? Quase!… O seu disco mais acessível, com a voz de Sussan Deihim).
Jocelyn Robert: “Stat-Live-Moniteur” (colagens. Ruído. Ambiental. Étnico. Electrónico. Lembram-se dos Faust?).
John Zorn: “Spillane” (banda sonora de filme negro a 78 rotações).
Lounge Lizards: “No Pain For Cakes” (John Lurie volta a atacar o Jazz com unhas e dentes. Os puristas não gostam).
Negativland: “Escape From Noise” (os rapazes da Contracosta americana voltam a baralhar tudo de novo. Paranóico, diferente, divertido).
Popular Mechanics: “Insect Culture” (a vanguarda soviética nos desvarios de Sergei Kuriokhin, ainda não se falava da Perestroika).
Renaldo & The Loaf: “The Elbow Is Taboo” (discípulos dos Residents, como estes divertidos e esquisitos).
Robert LePage: “La Traversée de La Mémoire Morte” (sintetizadores analógicos, manipulação de fitas à antiga, sopros ora swingante ora fragmentados. Excelente e genuinamente original).
Robert Musci & Giovanni Venosta: “Water Music On Desert Sand” (as música de todos os mundos. A síntese de todas as tradições. A mistura de todos os sons. Genial).
Scott Johnson: “John Somebody” (guitarra e colagens sem tesoura. Filho do casamento entre Steve Reich e Laurie Anderson antes do pecado).
Slagerij Van Kampen: “Out Of The Doldrums” (inteiramente realizado com samples de percussão).
Startled Insects: “Curse Of The Pheromones” (Funky para mentes muito, muito distorcidas).
Steve Fish: “448 Deathless Days” (entre Zappa e os Negativland).
Teargarden: “Tired Eyes Slowly Burning” (projecto de E. Ka-Spel dos L.P. Dots e Cevin Key, dos Skinny Puppy).
Wondeur Brass: “Simoneda, Reine des Esclaves” (das Canadianas apreciadoras de Jazz e “Chanson Française”).
Wayne Horovitz: “This New Generation” (costuma toca com Zorn mas este disco não tem nada a ver. Pop-Jazz, talvez?…).
e ainda: Andrew Poppy: “Alphabed (A Mystery Dance)”; Bourbonese Qualk: “Bourbonese Qualk”; French, Frith, Kaiser & Thompson: “Live, Love, Larf & Loaf”; Jazz Passengers: “Broken Night/Red Light”; Kahondo Style: “Green Tea & Crocodiles”; Legendary Pink Dots: “Any Day Now”; Mark Stewart: “Mark Stewart”; Meredith Monk: “Do You Be”; Nimal: “Nimal”; Philip Perkins: “Hall Of Flowers/The Flame Of Ambition”; Steven Brown: “Searching For Contact”: Yasuaki Shimizu: “Music For Commercials”.

1988

Ben Neill: “Mainspring” (trompete traficado em fundo minimalista).
Bobby Previte: “Claude’s Late Morning” (mais um músico ligado a Elliot Sharp, desta vez o percussionista).
Coil: “Gold Is The Metal” (as magias invertidas em tons classizantes).
David Borden/Mother Mallard: “Migration” (um dos nomes fundamentais da nova escola minimalista americana).
David Fulton: “Marcos & Harry, pt 3 – Semi Triology” (serrotes e computadores no novo tribalismo eléctrico).
Delerium: “Faces, Forms & Illusions” (arabizantes, ambientais e ameaçadores).
Elliot Sharp: “Larynx” (Nova Iorque histérica).
Fred Frith: “The Technology Of Tears” (a tecnologia da complexidade).
Jon Hassell/Farafina: “Flash Of The Spirit” (a música do Burkina Faso accionada por botões e enfeitada com trompete).
Lights In A Fat City: “Somewhere” (didgeridoo digital em música para arborígenas sofisticados).
Mikel Rouse Broken Consort: “A Lincoln Portrait” (outro dos nomes importantes do minimalismo americano).
Motor Totemist Guild: “Shapuno Zoo” (rebuscados, perfeccionistas, tocam tudo e mais alguma coisa. Inclassificáveis).
Non Credo: “Reluctant Hosts (os medos infantis. O papão. Estes alemães parecem inocentes mas tocam-nos o cérebro como se fôssemos bonecos).
Pere Ubu: “The Tenement Years” (regresso em forma do gordo mais simpático do mundo em novos exercícios de contorcionismo vocal).
Recoil: “Hidrology” (Kraftwerk, versão esotérica).
Robert Musci & Giovanni Venosta: “Urban & Tribal Portraits (o título diz tudo).
Steve Moore: “A Quiet Gathering” (o mistério das catedrais. Um dos lados é apelidado de “Música de câmara para sons ambientais”).
Test Department: “Terra Firma” (depois do metal a Terra, os cânticos guerreiros e a gaita-de-foles).
When: “Death In The Blue Lake” (o líder dos Holy Toy inspira-se na obra do seu compatriota, o escritor Henrik Ibsen, agarra em samples do “Tristão e Isolda” de Wagner e constrói um disco estranhíssimo e grandioso).
e ainda: Heiner Goebbels & Heiner Muller: “Der Mann Im Fahrstuhl”; Jazz Passengers: “Deranged & Decomposed”; Jocke Soderqvist: “Perma Blue”; Last Exit: “Iron Path”; Luciano Margorani: “Home Recording Is Killing Studios”; John Surman: “Private City”; Peter Blegvad: “Downtime”; President: “Bring Yr Camera”: Uludag: “Mau Mau”; 5Uu’s: “Elements”.

1989

Agnes Buen Garnas/Jan Garbarek: “Rosensfole” (a voz celestial de Agnes leva-nos direitinho ao Céu).
Barry Adamson: “Moss Side Story” (o ex-Magazine numa obra heterogénea em tons de negro e sangue).
Charles W. Vrtacek: “When Heaven Comes To Town” (o que Eno poderia ter feito mas não fez. O que Satie faria se fosse vivo e utilizasse um sampler em vez do piano).
David Byrne: “Rei Momo” (onde se prova que as boas saladas devem levar salsa).
Edward Ka-Spel: “Perhaps We’ll Only See A Thin Blue Line” (Edward mais experimentalista do que nos Legendary).
Einstürzende Neubauten: “Haus Der Luege” (os niilistas berlienses mais virulentos do que nunca).
Fred Frith. “The Top Of His Head” (aproveito para dizer que, para mim, é Frith e não Zorn, o músico da década. Zorn é o segundo… Está feita a correcção).
Glenn Branca: “Symphony Nº 6 – Devil Choirs At The Gates Of Heaven” (não sei quantas guitarras fazem a festa e o rugido do costume).
Hector Zazou: “Géologies” (música clássica erudita que Zazou é gente séria).
Invaders Of The Heart: “Without Judgement” (Oriente vs Ocidente em guerra religiosa instigada por Jah Wobble).
Laurie Anderson: “Strange Angels” (Laurie Pop, a grande pecadora…).
Lounge Lizards: “Voice Of Chunk” (o sax emblemático da Nova Iorque underground).
Michael Nyman: “The Cook, The Thief, His Wife & Her Lover” (de novo juntos, Nyman e Greenaway. Como sempre obcecados pela morte e desta vez pela comida).
Philip Glass: “1000 Aeroplanes On The Roof” (ou mudava ele ou nós. Felizmente, mudou ele. Ou será que fomos nós?…).
Robert Merdzo: “Darwin Waltzes” (da mesma escola que Branca).
Seigen Ono: “Commes Des Garçons, vols. 1 & 2“ (da New Age dos primeiros tempos passou para a companhia de Frith, Zorn, Frisell, Lindsay, Lurie e por aí for a. Sim, os referidos tocam todos neste disco).
Stan Ridgway: “Mosquitos” (o melhor contador de histórias da América, a par de Tom Waits. Como este também das vozes mais originais).
Steve Tibbetts: “Big Map Idea” (o misticismo ECM por um dos melhores guitarristas da casa).
Worlds Of Love: “The Worlds Of Love” (depois de canções sobre o poder, David Garland regressa cantando o amor em todas as suas variantes. Apaixonado ou não, mantém-se tão excêntrico como nunca).

Fernando Magalhães
Blitz
23/01/90

Fernando Magalhães: “A Lista Dos Melhores Álbuns Dos Anos 90 – Publicada No Fórum Sons

Fernando Magalhães:
A lista dos melhores álbuns dos anos 90
publicada no fórum Sons
A DÜSSELDORF – Fettleber (Captain Trip, 1999)
AIRTO MOREIRA – The other Side of this (Rykodisc, 1992)
ALBERT MARCOEUR – Sports & Percussions (Concord, 1994)
AMON TOBIN – Supermodified (Ninja Tune, 2000)
ANDREI SAMSONOV – Void in (Mute, 1997)
ANI DI FRANCO – Little Plastic Castle (Cooking Vinyl, 1998)
ANI DI FRANCO – Up Up Up Up Up Up (Cooking Vinyl, 1999)
ANI DI FRANCO – To the Teeth (Cooking Vinyl, 1999)
ANTHONY MANNING – Chromium Nebulae (Irdial, 1995)
ART ZOYD – Marathonnerre (Atonal, 1992)
ART ZOYD – Marathonnerre II (Atonal, 1992) – Out.93 – 60.18 Cor.
ASMUS TIETCHENS – Seuchengebiete 2 (Syrenia, 1992)
BERLIONE (IL) – Il Berlione (Belle Antique, 1992)
BERND FRIEDMANN – Leisure Zones (Ash International, 1996)
B. FLEISCHMANN – Pop Loops for Breakfast (Charhizma, 1999)
BIOSPHERE – Cirque (Touch, 2000)
BIOSPHERE & DEATHPROD – Nordheim Transformed (Rune Grammofon, 1998)
BIOTA – Object Holder (Recommended, 1995)
BIRDSONGS OF THE MESOZOIC – Pyroclastics (Cuneiform, 1992)
BLECTUM FROM BLECHDOM – The Messy Jesse Fiesta (Deluxe, 2000)
BLUTSIPHON – Tammus (Gefriem, 1999)
BOB DRAKE – Medallion Animal Carpet (Recommended, 1999)
BRIAN ENO – The Shutov Assembly (Opal, 1992)
BRUCE GILBERT – Insiding (Mute, 1991)
BRUCE GILBERT – Music for Fruit (Mute, 1991)
BRUIRE – L’ Âme de l’ Object (Ambiances Magnétiques, 1995)
CHRIS CUTLER & LUTZ GLANDIEN – Domestic Stories (Recommended, 1992)
CHRIS MELOCHE – Wireless (Fax, 1995)
CHRISTIAN ZANÉSI – Stop! L’Horizon . Profil-Désir . Courir (INA.GRM, 1990)
CHRISTOPH HEEMAN – Invisible Barrier (Extreme, 1993)
CLUSTER – Apropos Cluster (Curious Music, 1990)
CONRAD SCHNITZLER & JÖRG THOMASIUS – Tolling Toggle (Fünf und Vierzig, 1991)
CRO MAGNON – Bull? (Lowlands, 1997)
CURD DUCA – Elevator 3 (Mille Plateaux, 2000)
DAKOTA OAK – Am Deister (Twisted Nerve, 2000)
DANIEL DENIS – Sirius and the Ghosts (Musea, 1991)
DANIEL SCHELL & KARO – The Secret of Bwlch (Made to Measure, 1990)
DANIEL SCHELL & KARO – Gira Girasole, Tourne Tournesol (Materiali Sonori, 1994)
DANIEL TERUGGI – Syrcus/Sphaera (INA.GRM, 1993)
ANIEL TERUGGI – Variations Morphologiques (Agon, 1997)
DAT POLITICS – Villiger (a-Musik, 2000)
DAVID BEHRMAN – Leapday Night (Lovely Music, 1991)
DAVID BYRNE – Uh-Oh (Luaka Bop, 1992)
DAVID BYRNE – David Byrne (Luaka Bop, 1994)
DAVID THOMAS – Erewhon (Cooking Vinyl, 1996)
DAVID THOMAS – Bay City (Hearpen, 2000)
DIANE LABROSSE – Face Cachée des Choses (Ambiances Magnétiques, 1995)
DIANE LABROSSE & MICHEL F. CÔTÉ – Duo Déconstructiviste (Amb. Magnétiques, 1994)
DIDIER MALHERBE – Zeff (Tangram, 1992)
DOCTOR NERVE – Skin (Cuneiform, 1995)
DYLAN GROUP (THE) – More Adventures in Lying down… (Bubble Core, 1999)
DYLAN GROUP (THE) – Ur-Klang Search (Bubble Core, 2000)
EARDRUM – Last Light (The Leaf, 1999)
EDWARD KA-SPEL – The Scriptures of Illumina (Terminal Kaleidoscope, 1994)
EDWARD KA-SPEL – Khataclimici China Doll (Streamline, 1995)
EDWARD KA-SPEL – The Blue Room (Soleilmoon, 1998)
EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN – Silence is Sexy 2xCD (Zomba, 2000)
ELLIOTT SHARP – Tectonics (Atonal, 1995)
EXPLODING THUMBS – Flying without Wings (Holistic, 1998)
EXPERIMENTAL AUDIO RESEARCH – Millenium Music, a Meta-Musical Portrait (At., 1997)
FÁTIMA MIRANDA – Concierto en Canto (Hyades Arts, 1994)
FÁTIMA MIRANDA – ArteSonado (Led, 2000)
FAULTLINE – Closer Colder (The Leaf, 1999)
FAUST – Rien (Table of Elements, 1995)
FAUST – You Know FaUSt (Recommended, 1996)
FAUST – Ravvivando (Klangbad, 1999)
FENNESZ – Plus Fourty Seven Degrees 56’ 37’’ Minus Sixteen Degrees 51’ 08’’ (Touch, 1999)
FENNESZ, O’ROURKE, REHBERG – The Magic Sound of Fenn o’Berg (Mego, 1999)
FETISCH PARK – Trost (Extreme, 1996)
FETISCH PARK – Alluvial (Extreme, 1997)
FRIDGE – Ceefax (Output, 1997)
FRIDGE – Eph (Go Beat, 1999)
FÜXA- 3 Field Rotation (Ché, 1996)
FÜXA – Accretion (Mind Expansion, 1998)
F. X. RANDOMIZ – Goflex (a-Musik, 1997)
GAS – Pop (Mille Plateaux, 2000)
GASTR DEL SOL – Upgrade & Afterlife (Drag City, 1996)
GASTR DEL SOL – Camoufleur (Domino, 1998)
GENERAL MAGIC – Rechenkönig (Mego, 2000)
GITTA SCHAÄFER, NICK DIDKOVSKY, KEVIN NORTON – Ankle to Nose (Amf, 1994)
GONG – Shapeshifter (Celluloïd, 1992)
GRANULES (LES) – Au Royaume du Silencieux (Ambiances Magnétiques, 1992)
GUSTAVO LAMAS – Celeste (Traum, 1999)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Der Ohren Spiegel (Multimood, 1991)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Theater Works (Multimood, 1994)
HANS – JOACHIM ROEDELIUS – Sinfonia Contempora No.1 (Prudence, 1994)
HARALD WEISS – Die Anders Paradies (Gingko, 1995)
HAROLD BUDD – She is a Phantom (New Albion, 1994)
HAROLD BUDD – Luxa (All Saints, 1996)
HOAHIO – Ohayo! Hoahio! (Tzadik, 2000)
HOLGER CZUKAY- Moving Pictures (Mute, 1993)
HOLGER HILLER – As is (Mute, 1991)
HOLGER HILLER – Holger Hiller (Mute, 2000)
HOLOSUD – Fijnewas Afpompen (a-musik, 1998)
INGRAM MARSHALL – Three Penitential Visions/Hidden Voices (Elektra Nonesuch, 1990)
ISAN – Beautronics (Tugboat, 1998)
ISOTOPE 217 – The Unstable Molecule (Thrill Jockey, 1997)
ISOTOPE 217 – Utonian Automatic (Thrill Jockey, 1999)
JAH WOBBLE – Requiem (30 Hertz, 1997)
JEAN DEROME – Carnets de Voyage (Ambiances Magnétiques, 1994)
JEAN DEROME – Navré (Ambiances Magnétiques, 1995)
JEFF GREINKE – Changing Skies (Multimood, 1990)
JESSAMINE – Another Fictionalized History (Histrionic, 1997)
JIM O’ ROURKE – Bad Timing (Drag City, 1997)
JOCELYN ROBERT – La Théorie des Nerfs Creux (Ohm/Avatar, 1993)
JOHN GREAVES – Little Bottle of Laundry (Blueprint, 1991)
JOHN GREAVES – Songs (Resurgence, 1994)
JON HASSELL – City: Works of Fiction (Land, 1990)
JON HASSELL – Fascinoma (Water Lily Acoustics, 1999)
JONI MITCHELL – Turbulent Indigo (Reprise, 1994)
JONI MITCHELL – Taming the Tiger (Reprise, 1998)
JONI MITCHELL – Both Sides now (Reprise, 2001)
JORGE REYES – Niérika (Esplendor Geometrico, 1990)
JORGE REYES – Bajo el Sol Jaguar (No-CD, 1992)
JORGE REYES – El Costumbre (Lejos del Paraiso, 1993)
JORGE REYES & SUSO SAIZ – Cronica de Castas (No-CD, 1991)
JULIAN COPE – Peggy Suicide (Island, 1991)
JULIAN COPE – Jehovahkill (Island, 1992)
JULIAN COPE – Autoggedon (Echo, 1994)
JULIAN COPE – 20 Mothers (Echo, 1995)
JULIAN COPE – Interpreter (Echo, 1996)
JUSTINE – Langages Fantastiques (Ambiances Magnétiques, 1994)
KING CRIMSON – Thrak (Virgin, 1995)
KLANKRIEG – Radionik (Cling Film, 1999)
KONRAD KRAFT – Alien Atmospheres (Elektro-Smog, 1996)
KREIDLER – Weekend (Kiff, 1996)
KREIDLER – Appearance and the Park (Kiff, 1998)
KRISTIN HERSH – Hips & Makers (4AD, 1994)
KRISTIN HERSH – Strange Angels (4AD, 1998)
KRISTIN HERSH – Sky Motel (4AD, 1999)
LA 1919 – Jouer. Spielen. To Play (Materiali Sonori, 1992)
LA 1919 – Giorni Felici (Materiali Sonori, 1997)
LABRADFORD – E Luxo so (Blast First, 1999)
LABRADFORD – Fixed::Context (Blast First, 2000)
L@N – L@N (a-Musik, 1996)
LA! NEU? – Düsseldorf (Captain Trip, 1996)
LA! NEU? – Year of the Tiger (Captain Trip, 1998)
LARS HOLLMER – Live 1992 – 1993 (Victo, 1993)
LARS HOLLMER – Vandelmassa (Ayaa, 1994)
LÄSZLÖ HORTÓBAGYI – Traditional Music of Amygdala (Erdenklang, 1991)
LAURIE ANDERSON – Bright Red (Warner Bros., 1994)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – 9 Lives to Wonder (Play it Again Sam, 1994)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – Hallway of the Gods (Soleilmoon, 1997)
LIGHTWAVE – Tycho Brahe (Hearts of Space, 1994)
LIGHTWAVE – Mundus Subterraneus (Fathom, 1995)
LINDSAY COOPER – Music for other Occasions (No Man’s Land, 1991)
LISA GERMANO – Happiness (4AD, 1994)
LISA GERMANO – Geek the Girl (4AD, 1994)
LISA GERMANO – Excerpts from a Love Circus (4AD, 1996)
LISA GERMANO – Slide (4AD, 1998)
LIZ PHAIR – Exile in Guyville (Matador, 1993)
LIZ PHAIR – Whip-Smart (Matador, 1994)
LUIS PANIAGUA – Muy Fragil (Hyades Arts, 1993)
MARIANNE FAITHFULL – A Secret Life (Island, 1995)
MARY COUGHLAN – Uncertain Pleasures (East West, 1990)
MATHIAS GRASSHOW – In Search of Sanity (No-CD, 1993)
MATILDE SANTING – Texas Girl & Pretty Boy (Columbia, 1993)
MEIRA ASHER – Dissected (Crammed, 1997)
MEIRA ASHER – Spears into Hooks (Crammed, 1999)
MICHAEL McNABB – Dreamsong (Wergo, 1993)
MICHAEL ROTHER – Esperanza (Random, 1996)
MICHAEL STEARNS – Sacred Site (Hearts of Space, 1993)
MICHAEL WINNERHOLT – Tjugofyra (Multimood, 1995)
MICHEL REDOLFI – Appel d’Air (INA.GRM, 1993)
MICHEL ZBAR – Novum Organum (INA.GRM, 1994)
MIKE OLDFIELD – Amarok (Virgin, 1990)
MIRIODOR – 3e Avertissement (Cuneiform, 1991)
MO BOMA – Jijimuge (Extreme, 1992)
MOEBIUS, NEUMEIER, ENGLER – Other Places (Hypnotic, 1996)
MOEBIUS & RENZIEHAUSEN – Ersatz (Pinpoint, 1990)
MOEBIUS & RENZIEHAUSEN – Ersatz II (G3G, 1992)
MOONDOG – Elpmas (Kopf, 1991)
MOTHER GONG – She Made the World Magenta (Voiceprint, 1993)
MOTOR TOTEMIST GUILD – City of Mirrors (Cuneiform, 1999)
MOUSE ON MARS – Iaora Tahiti (Too Pure, 1995)
MR. BUNGLE – California (Warner Bros., 1999)
NEGATIVLAND – Free (Seeland, 1993)
NEGATIVLAND – Desipsip (Seeland, 1997)
OLIVIA TREMOR CONTROL – Black Foliage, Animation Music. Volume One (Flyd., 1999)
ORCHESTER 33 1/3 – Orchester 33 1/3 (Plag Dich Nicht, 1997)
ORCHESTER 33 1/3 – Maschine Brennt (Charhizma, 1999)
O YUKI CONJUGATE – Peyote (Multimood, 1990)
O YUKI CONJUGATE – Equator (Staalplaat, 1994)
PAN SONIC – A (Blast First, 1999)
PAN SONIC – Aaltopiiri (Blast First, 2000)
PAOLO CONTE – 900 (CGD, 1992)
PAOLO CONTE – Una Faccia in Prestito (East West, 1995)
PASCAL COMELADE – Raggazin’ the Blues (Les Disques du Soleil et de l’Acier, 1991)
PASCAL COMELADE – El Cabaret Galactico (Les Disques du Soleil e t de l’Acier, 1995)
PATRICIA DALLIO – D’ où Vient l’ Eau des Puits? (Musea, 1996)
PAUL DE MARINIS – Music as a Second Language (Lovely Music, 1991)
PAUL SCHÜTZE – Regard: Music by Films (Multimood, 1991)
PAUL SCHÜTZE – Apart 2xCD (Virgin, 1995)
PERE UBU – Ray Gun Suitcase (Cooking Vinyl, 1995)
PERE UBU – Pennsylvania (Cooking Vinyl, 1998)
PETE NAMLOOK – Syn 2xCD (Fax, 1994)
PETE NAMLOOK & LUDWIG REHBERG – The Putney II (Fax, 1994)
PETER CUSACK & NICOLAS COLLINS – A Host, of Golden Daffodils (Plate Lunch, 1999)
PETER HAMMILL – Fireships (Fie!, 1992)
PETER HAMMILL – Roaring Forties (Fie!, 1994)
PETER HAMMILL – Xmy Heart (Fie!, 1996)
PETER HAMMILL – Everyone you Hold (Fie!, 1997)
PETER HAMMILL – This (Fie!, 1998)
PETER HAMMILL – None of the Above (Fie!, 2000)
PETER SCHERER & ARTO LINDSAY – Pretty Ugly (Made to Measure, 1990)
PIERRE BASTIEN – Musiques Paralloïdres (Lowlands, 1999)
PLURAMON – Render Bandits (Mille Plateaux, 1998)
POLLY JEAN HARVEY – To Bring you my Love (Island, 1995)
POLLY JEAN HARVEY – Is this Desire? (Island, 1998)
POLLY JEAN HARVEY – Stories from the City, Stories from the Sea (Island, 2000)
PRESENT – Certitudes (Cuneiform, 1998)
PRESENT – Nº6 (Carbon 7, 1999)
PROPELLER ISLAND – The Garden (Artgallery, 1995)
QNTAL – Qntal II (Gymnastic/Chrom, 1995)
RAMUNTCHO MATTA – Domino One (Made to Measure, 1991)
RANDY GREIF – Verdi’s Requiem (Soleilmoon, 1997)
RAPOON – Raising Earthly Spirits (Staalplaat, 1993)
RECHENZENTRUM – Rechenzentrum (Kitty-Yo, 2000)
RED KRAYOLA (THE) – Fingerpainting (Drag City, 1999)
RENÉ LUSSIER – Le Corps de l’Ouvrage (Ambiances Magnétiques, 1994)
REZNICEK – Stube (Odd Size, 1996)
RICHARD THOMPSON – Me? You? Us? 2xCD (Capitol, 1996)
RICHARD THOMPSON – Mock Tudor (Capitol, 1999)
RICHARD THOMPSON & DANNY THOMPSON – Industry (Rykodisc, 1997)
RICKIE LEE JONES – Pop Pop (Geffen, 1991)
RICKIE LEE JONES – Ghostyhead (Reprise, 1997)
ROB ANGUS – Ethnoloopography (Multimood, 1994)
ROBERT FRIPP – The Bridge Between (Discipline, 1993)
ROBERT – MARCEL LEPAGE – Adieu Leonardo! (Ambiances Magnétiques, 1992)
ROBERTO LANERI – Memories of the Rain Forest (Amiata, 1994)
ROBERTO MUSCI – Umi-The Sea (Lowlands, 1993-1997) (c/Claudio Gabianni)
ROBERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA- A Noise, a Sound (Recommended, 1992)
BERTO MUSCI & GIOVANNI VENOSTA – Losing the Orthodox Path (Victo, 1997)
ROBERT RICH – Geometry (Fathom, 1991)
ROBERT RICH & BRIAN LUSTMORD – Stalker (Fathom, 1995)
ROBERT RICH & STEVE ROACH – Soma (Hearts of Space, 1992)
ROBERT WYATT – Dondestan (Rough Trade, 1991)
ROBERT WYATT – Shleep (Hannibal, 1997)
ROGER ENO & KATE ST. JOHN – The Familiar (All Saints, 1992)
ROME – Rome (Thrill Jockey, 1996)
SACK & BLUMM – Sack & Blumm (Tom, 1999)
SALARYMAN – Karoshi (City Slang, 1999)
SAMLA MAMMAS MANNA – Kaka (Cazul, 1999)
SAM PHILLIPS – Martinis & Bikinis (Virgin, 1994)
SAM PHILLIPS – Omnipop (It’s only a Flesh Wound Lambchop) (Virgin, 1996)
SATOR ROTAS – Sator Rotas (a-musik, 1999)
SCHLAMMPEITZIGER – Spacerokkmountainrutschquartier (a-Musik, 1997)
SCHLAMMPEITZIGER – Augenwischwaldmoppgeflöte (a-Musik, 2000)
SHABOTINSKI – (B)ypass (K)ill (Charhizma, 1999)
SHANNON WRIGHT – Flightsafety (Quarterstick, 1999)
SOCIAL INTERIORS – The World behind you (Extreme, 1994)
SOUL CENTER – Soul Center (W.v.B. Enterprises, 2000)
SPACE EXPLOSION – Space Explosion (Purple Pyramid, 1998)
SPRING HEEL JACK – Oddities (Thirsty Ear, 2000)
SPRING HEEL JACK – Disappeared (Thirsty Ear, 2000)
STARS OF THE LID – Gravitational Pull vs. the Desire for an Aquatic Life (Kranky, 1997)
STEN SANDELL – Bio Elektrika (LJ, 2000)
STEPHAN MICUS – To the Evening Child (ECM, 1992)
STEPHAN MICUS – The Garden of Mirrors (ECM, 1997)
STEPHEN KENT – Landing (City of Tribes, 1994)
STEREOLAB – Emperor Tomato Ketchup (Elektra, 1996)
STEVEN BROWN – Joeboy in Mexico (Opción Sónica, 1997)
STEVE ROACH – World’s Edge 2xCD (Fortuna, 1992)
STEVE ROACH – The Magnificent Void (Fathom, 1996)
STEVE SHEHAN – Arrows (Made to Measure, 1990)
STEVE SHEHAN – Safar (Al Sur, 1997)
STEVE SHEHAN & YOUSSEF EL IDRISSI – Awham (Aïa, 1998)
SUPERSILENT – Supersilent 4 (Rune Grammofon, 1998)
SUSPENDED MEMORIES – Forgotten Gods (Hearts of Space, 1994)
SUSPENDED MEMORIES – Earth Island (Hearts of Space, 1994)
SUZANNE VEGA – Days of Open Hand (A&M, 1990)
SUZANNE VEGA – 99,9ºF (A&M, 1992)
SUZANNE VEGA – Nine Objects of Desire (A&M, 1996)
TELE:FUNKEN – A Collection of Ice-Cream Vans Vol.2 (Domino, 2000)
THIERRY ZABOÏTZEFF – Heartbeat (Atonal, 1997)
THINKING PLAGUE – In Extremis (Cuneiform, 1998)
THOMAS BRINKMANN – Rosa (Max Ernst, 2000)
THOMAS KÖNER – Nunatak Gongamur (Barooni, 1990)
TIBOR SZEMZÖ – Relative Things (Leo, 1998)
TIED + TICKLED TRIO – EA1 EA2 (Payola, 1999)
TOM WAITS – Bone Machine (Island, 1992)
TOM WAITS – The Black Rider (Island, 1993)
TOM WAITS – Mule Variations (Anti, Inc., 1999)
TONE REC – Pholcus (Sub Rosa, 1998)
TO ROCOCO ROT – CD (Kitty-Yo, 1996)
TO ROCOCO ROT – Veiculo (City Slang, 1997)
TO ROCOCO ROT – The Amateur View (City Slang, 1999)
TORTOISE – A Digest Compendium of the Tortoise’s World (Thrill Jockey, 1994/95)
TORTOISE – Millions now Living will Never Die (City Slang, 1996)
TRANS AM – Surrender to the Night (City Slang, 1997)
TRANS AM – Red Line (Thrill Jockey, 2000)
TUU – One Thousand Years (SDV, 1992)
UAKTI – Mapa (Point Music, 1992)
UI – Lifelike (Southern, 1998)
UI – The Iron Apple (Southern, 1999)
UN DRAME MUSICAL INSTANTANÉE – Jeune Fille qui Tombe…Tombe (In Situ, 1991)
UNIVERS ZERO – The Hard Quest (Cuneiform, 1999)
URBAN SAX – Spiral (EPM, 1991)
USER (THE) – Symphony #1 for Dot Matrix Printers (Staalplaat, 1999)
U TOTEM – Strange Attractors (Cuneiform, 1994)
5 UU’S – Hunger’s Teeth (RéR, 1994)
5 UU’S – Crisis in Clay (RéR, 1997)
VAINIO, VÃISÃNEN, VEGA – Endless (Blast First, 1998)
VERT – The Köln Konzert (Sonig, 2000)
VICTORIA WILLIAMS – Loose (Mammoth, 1994)
VIDNA OBMANA – The Spiritual Bonding (Extreme, 1994)
VINICIUS CANTUÁRIA – Sol na Cara (Gramavision, 1996)
VINICIUS CANTUÁRIA – Tucumã (Verve, 1999)
VISNA MAHEDI ENSEMBLE – Unintentional Beauty (Lowlands, 1998)
VOGËL EUROPAS (DIE) – Short Stories (Z.O.O., 1993)
WORKSHOP – Meiguiweisheng Xiang (Ladomat 2000, 1997)
XAAL – En Chemin (Musi, 1991)
X T C – Apple Venus, Volume 1 (Cooking Vinyl, 1999)
X T C – Wasp Star (Apple Venus, Volume 2) (Cooking Vinyl, 2000)
ZECA BALEIRO – Vo Imbolá (MZA, 1999)
ZECA BALEIRO – Líricas (MZA, 2000)
ZEENA PARKINS – Ursa’s Door (Victo, 1992)
ZEENA PARKINS – No Way Back (Atavistic, 1998)
ZEENA PARKINS – Pan-Acousticon (Tzadik, 1999)
FM

Fernando Magalhães: “A Lista Dos Melhores Álbuns Dos Anos 80 – Publicada No Fórum Sons

Fernando Magalhães:
A lista dos melhores álbuns dos anos 80
publicada no fórum Sons
Eis a actualização da “famosa” lista dos melhores dos anos 80, publicada há anos no BLITZ:

BORIS KOVAC – Ritual Nova (1986)
BOULEVARD OF BROKEN DREAMS – It’s the Talk of the Town and other Sad Stories (1989)
BRIAN ENO – On Land (1982)
BRIAN ENO – Apollo Atmospheres & Soundtracks (1983)
CASSIBER – Beauty and the Beast (1984)
CHARLES W. VRTACEK – Learning to be Silent (1986)
CHARLES W. VRTACEK – When Heaven Comes to Town (1988)
CHRIS BURKE – Idioglossia (1989)
CLUSTER – Curiosum (1981)
DEBILE MENTHOL – Emile au Jardin Patrologique (1981)
DEPECHE MODE – Construction Time Again (1983)
DOCTOR NERVE – Out to Bomb Fesh Kings (1985)
DOCTOR NERVE – Armed Observations (1987)
ETRON FOU LELOUBLAN – Les Sillons de la Terre (1984)
FAUST – Seventy One Minutes of… (1988)
FRANK ZAPPA – Them or Us (1984)
HECTOR ZAZOU – Reivax au Bongo (1986)
HENRY KAISER & SERGEI KURIOKHIN – Popular Science (1989)
HOLGER CZUKAY – On the Way to the Peak of Normal (1980)
HOLGER CZUKAY – Rome Remains Rome (1987)
HOWEVER – Sudden Dusk (1981)
HOWEVER – Calling (1984)
HUBERT BOGNERMAYR & HARALD ZUSCHRADER – Begpredigt (1983)
IGGY POP – Zombie Birdhouse (1982)
ISTVÁN MÁRTA – Támad Aszél (The Wind Rises) (1987)
JEFF GREINKE – Timbral Planes (1987)
JOHN LURIE – Down by Law/Variety (1987)
JOHN SURMAN – The Amazing Adventures of Simon Simon (1981)
JON HASSELL – Dream Theory in Malaya (1981)
JON HASSELL- Aka, Darbari, Java Magic Realism (1983)
KALAHARI SURFERS – Living in the Heart of the Beast (198?)
KLAUS SCHULZE – Audentity (1983)
LARAAJI – Day of Radiance (1980)
LARS HOLLMER – XII Sibiriska Cyklar (1981)
LARS HOLLMER – Vill du Höra Mer (1982)
LEGENDARY PINK DOTS (THE) – The Crushed Velvet Apocalypse (1989)
MARIANNE FAITHFULL – Strange Weather (1987)
MARTIN REV – Martin Rev (1980)
MARY COUGHLAN – Tired and Emotional (1987)
MARY COUGHLAN – Under the Influence (1987)
MICHAEL BROOK – Hybrid (1985)
MICHEL REDOLFI – Desert Tracks (1988)
MIRIODOR – Miriodor (1988)
MOEBIUS -Tonspuren (1983)
MOEBIUS & BEERBOHM – Double Cut (1983)
MOEBIUS & PLANK – Rastakraut Pasta (1980)
MOEBIUS & PLANK – Material (1981)
MOEBIUS & PLANK – En Route (1986)
MOEBIUS, PLANK, NEUMEIER – Zero Set (1983)
MONOCHROME SET (THE) – Love Zombies (1980)
MOTOR TOTEMIST GUILD – Infra Dig (1984)
MOTOR TOTEMIST GUILD – Contact with Veils (1986)
MOTOR TOTEMIST GUILD – Shapuno Zoo (1988 )
NEGATIVLAND – Points (1981)
NEGATIVLAND – A Big 10 – 8 Place (1983)
NEWS FROM BABEL – Work Resumed from the Tower (1984)
NEWS FROM BABEL – Letters Home (1986)
NICO – Drama of Exile (1981)
PAOLO CONTE – Paris Milonga (1981)
PASCAL COMELADE – El Primitivismo (1988)
PAT METHENY & LYLE MAYS – As Falls Wichita, so Falls Wichita Falls (1981)
PAT METHENY GROUP – Offramp (1982)
PERE UBU – Song of the Bailing Man (1982)
PETER HAMMILL – The Love Songs (1984)
PRESENT – Triskadekaphobie (1989)
PRESENT – Le Poison qui Rend Fou (1989)
RECOIL – Hydrology (1988)
RENÉ LUSSIER – Le Trésor de la Langue (1989).
RESIDENTS (THE) – Commercial Album (1980)
RESIDENTS (THE) – The Big Bubble (1985)
RICHARD PINHAS – L’ Éthique (1981)
RICHARD THOMPSON – Strict Tempo (1981)
ROBERTO MUSCI – The Loa of Music (1984)
ROBERT RICH – Trances/Drones (1983)
ROBERT RICH – Numena (1987)
ROBERT RICH – Rainforest (1989)
ROBERT WYATT – Old Rottenhat (1985)
SAMMLA MAMMAS MANNA – Zamlaramanna (1982)
SEVERED HEADS – City Slab Horror (1985)
SHELLEY HIRSCH & DAVID WEINSTEIN – Haiku Lingo (1989)
SKELETON CREW – Learn to Talk (1984)
SNAKEFINGER – Greener Postures (1980)
STEFAN TIEDJE – Polyrische Variationen (1988)
STEPHAN MICUS – Ocean (1986)
STEPHAN MICUS – The Music of Stones (1989)
STEVE ROACH – Dreamtime Return (1988)
SUICIDE – Alan Vega – Martin Rev – Suicide (1980)
SUZANNE VEGA – Solitude Standing (1987)
TAMIA & PIERRE FAVRE – De la Nuit… Le Jour (1988)
TEARDROP EXPLODES (THE) – Wilder (1981)
THINKING PLAGUE – Moonsongs (1985)
TOM RECCHION – Chaotica (1986)
TOM WAITS – Rain Dogs (1985)
TOM WAITS – Frank’s Wild Years (1987) 1515
UNIVERS ZERO – Heatwave (1987)
5 UU’S – Bel Marduk & Tiamat (1984)
VLADIMIR ESTRAGON – Three Quarks for Muster Mark (1989)
VOGËL EUROPAS (DIE) – Best Before: (1989)
XTC – Black Sea (1980)
XTC – English Settlement (1982)
XTC – Mummer (1983)
XTC – Skylarking (1986)
YELLO – Claro que Si (1981)
ZERO POP – All the Big Mystics (1988)

FM