Arquivo mensal: Março 2011

Fado: Cristina Branco e Mafalda Arnauth

23.05.2003

Fado

São duas vozes capitais do novo fado. No mais recente álbum de Mafalda Arnauth, Encantamento, escutamos uma voz mais serena, alada e “cantabile” do que nos discos anteriores. Com “Sensus”, Cristina Branco avança mais um passo para fora do fado tradicional. Disco onde a poesia e a voz rivalizam em erotismo, tem a ousadia das coisas belas.

SER FADISTA É ENTREGAR-SE À VIDA

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Depois de “Mafalda Arnauth”, produzido por João Gil, e “Esta Voz que me Atravessa”, produzido por Amélia Muge, “Encantamento” tem auto-produção da fadista. O resultado é o seu melhor álbum de sempre. Pelos temas e pela voz. A fadista tomou quase tudo em mãos. “não quis deixar nada em mãos alheias, decido assumir toda a responsabilidade. A parceria maior que tenho neste disco é o Luís Oliveira, que se encarregou da direcção musical e dos arranjos. Neste disco as letras voltam a ser minhas… E a responsabilidade de algo que esteja menos bem é também minha. Digamos que a minha personalidade se tornou mais vincada. O disco resulta de um crescimento e de uma auto-descoberta tão grande que não seria justo pôr outras pessoas a assumirem a responsabilidade pelas minhas decisões”.
Responsabilidade que Arnauth assume como fruto de uma segurança que antes não se manifestara: “uma segurança que adveio do prazer que me deu. Sou uma mistura de racional e emocional, e o racional consegue fazer uma avaliação do trabalho. O emocional voltou a ter espaço para se expressar, coisa que no segundo disco não aconteceu, por cansaço e por estar a trabalhar com pessoas com muito mais experiência do que eu, o que gerou em mim um certo respeito”.
Algo mudou entretanto, como resultado desse processo de auto-descoberta. Mafalda centrou as atenções no corpo, forçou-o a disciplinar-se. Três factores contribuíram para essa mudança: “O primeiro factor vital foi a saúde. O templo onde tudo isto acontece, o meu corpo. Precisava de uma paragem no final de 2001, todo o trabalho de estrada tinha sido desgastante. O segundo factor foi ter deixado de fumar. De repente pude reencontrar a minha voz e redescobrir novas possibilidades em termos de interpretação. Quando tomamos conta do nosso corpo ficamos com muito mais força para tudo o que vem a seguir. Um terceiro factor foi ter voltado a compor”.

O Fado É Sereno

Desprende-se da audição de “Encantamento” uma sensação de serenidade. Sem rodeios: dos três álbuns já gravados pela fadista, “Encantamento” é aquele em que Mafalda canta melhor. Algo que nasce “da respiração, da tal história de ter acabado com o tabaco”. A fadista também teve aulas de canto, “de colocação de voz”, que a ajudaram, sobretudo a tranquilizar-se. “Não me formataram a voz mas deram-me saúde ao instrumento. Sinto que está muito bem. O sopro, a respiração é tão importante a falar como a cantar, o facto de eu conseguir fazer essa gestão do ar, põe naturalmente tudo no sítio, deixando outra margem para a inspiração. Antes era uma das minhas dificuldades. Só a insegurança, a ansiedade, só isso já aperta o ar. Quando não temos que nos preocupar com isso, a atenção passa imediatamente para outro lado”.
O trabalho de estúdio teve a sua quota-parte nestes resultados. Mafalda teve o estúdio totalmente à sua disposição. “O Luís Oliveira e o José António Pedro, que faz o som do disco, formam uma sociedade e têm os dois um estúdio que, além de ser muito caseiro, é topo de gama ao nível técnico. Os músicos tiveram dois meses para gravar, mais um para as misturas”. Sobrou tempo. Não houve pressões. “A editora teve alguma dificuldade em perceber como é que está tanto tempo a fazer um disco. Para a maior parte das pessoas é uma loucura, ter um estúdio só para nós”.
Preocupações que não são vulgares nos fadistas vulgares mas que Mafalda Arnauth considera essenciais. Funcionou uma filosofia de vida que passa pela aprendizagem constante. “Enquanto estudei Veterinária tive uma cadeira, de Toxicologia, que me abriu os olhos para o ser humano hoje e como era há 30 anos atrás. Em 30 anos, os nossos corpos deixaram de ser as forças da natureza que eram. Não digo que toda a gente seja assim, mas eu pago mais caro do que as outras pessoas. Apesar de ter um corpo forte, com personalidade, sinto que sou frágil. O ritmo da vida é hoje superior, o stress que apanhamos, a comida, tudo nos fragiliza. Tive que encontrar uma disciplina. É claro que há outras pessoas que continuam a ser forças da Natureza, por mais que façam as maiores desgraças”.
Há quem diga que quanto maiores são os excessos melhor se canta o fado. Para Mafalda, não. “Até há quem diga que eu, neste momento, tenho voz a mais…”, diz a sorrir. Como é isso? “Voz a mais, por se sentir menos esforço a cantar, sem aquela necessidade de sofrimento que ainda está um bocadinho inerente ao canto”. Em “encantamento” sente-se o prazer. Incluindo “o prazer que se pode tirar das próprias dificuldades”. “porque o percurso deste disco é extremamente doloroso, fruto do tal crescimento”, diz a fadista. “Tentei fazer algo feliz de um processo que foi doloroso”. Ser fadista é, então, uma “filosofia de vida”, uma “entrega à vida”. Filosofia que pratica, “embora não os mesmos núcleos nem nos mesmos ambientes” que fizeram o fado no passado. “Ser fadista é isso, é a pessoa que vive, que absorve uma quantidade de experiências e que as transporta para o canto. O que eu absorvo é que é diferente do que absorve a maior parte das pessoas. Continuo a sentir um canto melancólico. Hoje já consigo ver nas fadistas da minha geração as suas diferenças”. E vê-las assim: Cristina Branco, “cada vez mais uma fadista que se alimenta da poesia”, Mariza, a “fadista de faísca, de garra”, Mísia, “uma fadista cosmopolita”. Cada uma delas “a absorver várias áreas do mundo”.

Matar Saudades

Mafalda Arnauth continua a frequentar as casas de fado. Para “matar saudades”. Dá razão a Argentina Santos que ainda há pouco tempo dizia ao Público que é impossível aos novos fazer carreira sem passar pelas casas de fado. “Passei por lá e continuo a sentir a necessidade de ir, mas não no mesmo formato. Se já não vou com a mesma frequência é porque foi lá que aprendi, nem tudo coisas boas. Mas a minha natureza não se enquadra numa casa fechada. Argentina Santos tem o seu trono, o seu lugar de culto. Se um dia tiver a minha casa de fados, naturalmente que também terei que estar lá. Mas hoje prefiro ir cantar a uma casa de fado e sentir gozo do que estar lá uma noite inteira. Até porque nós, da nova geração, tornámo-nos umas “pequenas estrelas”. Numa casa de fado onde está alguém a cantar diariamente, com uma entrega total, não tenho coragem de chegar lá, e por ter algum estatuto, chegar, cantar cinco ou seis fados e ir para casa. Estaria a obrigar alguém, provavelmente muito mais cansado do que eu, a ter que cantar outra vez. É um respeito que continuo a ter”.

O Problema Dos Títulos

“Encantamento” termina com um “Fado Arnauth”. A própria não receia ser acusada de pretensiosismo e explica a razão de ser do título: “esse título existe porque estive dois ou três meses a tentar dar títulos às músicas o que, com a SPA [Sociedade Portuguesa de Autores], é impossível. Têm sempre registado um título igual! Por exemplo, tinha ‘Na palma da minha mão’, mas não dava, tentei cinco ou seis títulos, acabou por ter que ser ‘Da palma da minha mão’. O ‘Fado Arnauth’ foi “Feitiço’, o ‘Sem limite’ não pôde ser ‘Sem limites’, ‘Bendito fado’ teve que ficar ‘Bendito fado, bendita gente’, ‘É sempre cedo’ chamava-se ‘Acorda coração’… Impressionante. O “Fado Arnauth” foi um relâmpago, nascido da frustração.”
E “Encantamento”, foi também assim? “Esse foi um encantamento total. Um cantamento, encantamento que vem do canto. Um encantamento com a vida que passa. Porque é que, de repente, me sinto uma pessoa saudável? Há quem diga que o desapego à vida, um instinto anti-vida, é necessário. Eu penso precisamente o contrário, acho que este encantamento vem de cantar à vida, da superação do dia-a-dia. A minha vida será tanto mais rica quanto mais gostar até das coisas menos boas. Embora hoje este amor pela vida esteja algo ‘démodé’… Já esteve mais na moda ser-se feliz.”
Também a síndrome ‘Nova Amália’ esteve mais na moda. Hoje “as novas fadistas que estão a aparecer têm o cuidado de ter particularidades próprias, uma personalidade marcada”. Mafalda Arnauth até exagera um pouco, a ponto de continuar sem gravar um único fado de Amália. Lá virá o dia. “Hei-de fazer isso! Mas quando o fizer, não serão só fados dela. Será como uma prenda que darei a mim própria”.

“Encantamento” é composto por 14 temas, com música de Luís Oliveira e poemas de Mafalda Arnauth, à excepção de “As Fontes”, de Sophia de Mello Breyner, “Cavalo à Solta”, com letra de Fernando Tordo, e “No teu poema”, com versos de José Luís Tinoco. Acompanham a fadista José Elmiro Nunes (guitarra portuguesa), Luís Oliveira (guitarra clássica) e João Penedo (contrabaixo). Os convidados são João Ferreira Rosa, em “Da palma da minha mão”, e a cantora de jazz Mónica Ferraz, em “Ó voz da minha alma”.

EROS É BRANCO

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“Sensus” é um disco de poesia erótica de autores luso-brasileiros como Vinicius de Moraes, Chico Buarque, David Mourão-Ferreira, Pedro-Homem de Melo, Camões, Vasco Graça Moura, Maria Teresa Horta, Pedro Támen e Eugénio de Andrade. Com William Shakespeare a deitar também a sua pitada de sal a uma música em que Custódio Castelo se encarrega de dar sentido aos sons.
Tudo partiu de um poema de David Mourão-Ferreira que deu o nome ao álbum anterior de Cristina Branco, “Corpo Iluminado”. Mourão-Ferreira volta a estar presente, desta feita, com “Assim que te despes”. Assim Cristina Branco se despe de preconceitos. Fado dos sentidos. Fado-carne. Fado picante? Cristina garante que se sente, neste novo registo, “como peixe na água”.
A capa calhou ficar talvez um pouco sugestiva demais, provocando todo o tipo de associações. A cantora não tem culpa, ri-se com gosto e salta imediatamente para o cerne da questão: “Toda a gente pensa logo, poesia erótica e tal…”. É este “tal” que importa esclarecer. Tenham clama, é tudo científico: “inicialmente pretendi que fosse um documento sobre a sociedade portuguesa desde a época medieval até agora. Como é que os portugueses viam a sexualidade. Acabou por não ser, porque entretanto tropeçámos no Shakespeare, no Vinicius e no Chico…”. Apesar da vertente didáctica, Cristina assume que “Sensus” tem “uma linguagem mais ousada, embora sem cair no óbvio”, do que os álbuns anteriores.
Mas “Sensus” fala de sexualidade ou de erotismo? “Tem as duas coisas. Sem utilizar as palavras concretas”, como faz questão em frisar. “Pastoras da estrela”, um dos belíssimos temas de “Sensus”, composto por Miguel Carvalhinho, soa a música antiga, situando o fado nas noites trovadorescas de antanho. É pecado, clamariam as vozes censoras. É pecado sentir e tirar prazer da música. “Sensus” destila esse pecado e quem nos absolverá desta luxúria? “A abordagem musical do Custódio tem algo que bebe em tempos muito remotos”. A voz de Cristina faz o resto, lançando-nos no caminho da perdição.
Sem misericórdia pelos fracos, Cristina garante que “ainda pretende ir mais longe”. Na revolução do fado, bem entendido. E recorda que, nos primórdios, o “fado era cantado por prostitutas”, o que lhe conferia um carácter, digamos, não de pecado mortal, mas venial.
Quanto a Cristina Banco, o seu canto afasta-se cada vez mais das formas tradicionais do fado. “Porque não contar apenas uma história?”. As histórias de “Sensus” incluem um “Soneto de separação”, de Vinicius de Moraes, “O meu amor”, de Chico Buarque, “Ninfas”, de Camões, “Soneto destruído”, de Graça Moura, “As mãos e os frutos”, de Eugénio de Andrade e “O sabor de saber”, de Rui Branco. Histórias, afinal, de amor que uns dizem que vem antes e outros que vem depois. Cristina Branco destaca uma, “O meu amor”, uma espécie de “impressão digital”. Começa assim: “O meu amor/Tem um jeito manso que é só seu/E que me deixa louca/Quando me beija a boca/A minha pele fica toda arrepiada/E me beija com calma e fundo/Até minha alma se sentir beijada”.

Tocam em “Sensus” Custódio Castelo (guitarra clássica, baixo), Alexandre Silva (guitarra clássica), Fernando Maia (baixo), Miguel Carvalhinho (guitarra clássica), André Dequech (piano) e Ben Wolf (contrabaixo).

Tomahawk – O Míssil Vai Cair No Minho

18.07.2003

Tomahawk – O Míssil Vai Cair No Minho

Ao segundo lançamento, os Tomahawk, de Mike Patton, limparam o campo de batalha. “Limparam” é uma força de expressão. “Mit Gas”, o novo álbum, cheira a carne queimada. O “barbecue” será montado e servido em Vilar de Mouros.

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Provocador e inclassificável. Barulhento e alienado para uns. Um génio de Aladino que faz brotar filosofia do “nonsense”, para outros. É Mike Patton, mentor de múltiplos projectos que incluem os já extintos Faith No More, Mr. Bungle e Fantômas e, nos próximos tempos, se estenderão a uma colaboração com os X-Ecutioners, à estreia dos Peeping Tom (com o japonês Dan The Automator, produtor dos Gorillaz) e a uma aventura a dois com Chico Moreno, dos Deftones. Já para não falar dos “pequenos crimes cometidos entre amigos” que são os seus álbuns a solo gravados na editora Tzadik, de John Zorn, como o, para muitos, intragável “Pranzo Oltranzista”.
E os Tomahawk, é claro – com Duane Denison (ex-Jesus Lizard), Kevin Rutmanis (The Melvins) e John Stanier (Helmet) -, cujo novo álbum, “mit Gas”, é uma portentosa correria a galope no dorso do caos mas também um violento correctivo aplicado ao rock ‘n’ roll. O alvo está desenhado no palco principal do festival de Vilar de Mouros e a queda do projéctil programada para domingo.
No centro do ciclone ergue-se uma voz que grita, vomita, escarra palavras como se fossem sangue (que o diga quem assistiu ao desempenho do homem, ao lado dos Naked City, de John Zorn, num memorável e caótico concerto dado há anos, em Lisboa) mas também uma voz capaz de destilar, em doses proporcionais, humor e veneno, sonho e alienação, fazendo o “crooning” de uma história deturpada da música pop, como acontece no fabuloso e inclassificável “California” dos Mr. Bungle, eleito pelo público o melhor álbum pop de 1999. Hove quem visse na concepção deste álbum, que parece disparar em redor a tudo o que mexe, a eclosão de um novo Frank Zappa para o novo milénio.
Porém, Zappa não. Não na estratégia delineada por Mike Patton, aplicada tanto aos seus projectos pessoais como à editora que recentemente criou, a IPECAC, sobre a qual exerce, qual oficial superior de campo, controlo total. Nem Zappa nem ninguém: “gosto de alguma música dele a par de outra que não ligo. A faceta instrumental dos primeiros tempos é melhor do que as gravações mais recentes”, como disse Patton em conversa com o Y.
E, de uma só vassourada: “Em todos os géneros de música há porcaria e coisas muito boas. Cada um escolhe aquilo de que gosta. Não importa aquilo que chamam à minha música. Pôr-lhe este ou aquele rótulo revela uma atitude preguiçosa. Quando se fazem comparações, isso significa não ter o trabalho de a descobrir por si próprio”, diz, com o desdém de quem tem uma guerra a ganhar.

Cheira A Conflito

Por isso, o melhor mesmo talvez seja deitar para o caixote de lixo associações de ideias feitas, com base em “Mit Gas”, que ligavam um tema como “Harlem Clowns” aos Negativland, através da fita danificada onde estão gravados os nomes de artistas “maisntream”, habituais açambarcadores dos tops, entre os quais os U2: “Is there any escape from noise?” Há alguma fuga ao ruído?, uivavam os músicos da banda da contracosta americana. O “noise” dos Tomahawk é outro, produzido por máquinas de chumbo fundido e o lança-chamas de voz de Patton, na sua “option: screamer”. Negativland? Pura coincidência, garante Mike Patton. “Não é nenhum sample dos Negativland. Nessa canção menciono bandas que apenas se preocupam em ganhar dinheiro, como os U2, embora o seu álbum de estreia até seja bastante bom. As pessoas podem ver uma quantidade de coisas nas minhas canções, mas isso não quer dizer que haja uma intenção explícita da minha parte”.
Coincidência ou não, os mesmos Negativland chamaram aos U2 “a pior banda do universo”, fazendo dela os seus inimigos de estimação, brincando aos plágios e ridicularizando a indústria, com as consequências que se conhecem: processo crime, enceramento do estúdio, apreensão do disco (o single “U2”) e ameaça de falência.
Mike Patton faz o que faz por puro instinto. Mesmo quando enverga a farda de polícia nas fotos de propaganda de “Mit Gas”. “era uma chatice se fosse apenas um cantor ou um “gritador”. Não seria divertido para ninguém”. “California” é divertido. “mit Gas” nem tanto. O opus experimental “Pranzo Oltranzista”, não, absolutamente. Na sua cabeça, porém, não são feitas grandes separações, uma vez que, coo diz “a diferença entre o material mais experimental e o outro está apenas nos ouvidos das pessoas. Trata-se apenas de modos distintos de comunicação. Não há nenhum plano pré-estabelecido”.
O plano, de exploração de tesouros entre as trincheiras inimigas, entre as curvas e contracurvas, becos, arame farpado e precipícios, em “Mit Gas”, já se adivinhava, está nas nossas mãos. Ou melhor dizendo, nos nossos narizes. Porque afinal, “the answer, my friend, is blowing in the wind”: “A minha música espalha-se em várias direcções como um perfume. Um maravilhoso perfume feito com fezes humanas. Um perfume que se espalha pelo ar, como o vento…”.
Os quatro cavaleiros do apocalipse estão a chegar e cheira-nos que vai haver conflito. “Mit Gas”, com os seus obuzes e luzes de alarme, em faixas como “Mayday”, “Captain midnight”, “Desastre natural”, “When the stars begin to fall” e “Aktion F14F13”, chega-se `frente de batalha. O míssil Tomahawk vai cair no Minho.