12.03.1999
Gong
Family Jewels (7)
2xCD Gas, import. FNAC
Nada de confusões, “Family Jewels”, apesar do genérico com o seu nome, não é um novo disco dos Gong, nem sequer uma compilação de material antigo do grupo mais excêntrico da cena Canterbury dos anos 70. Trata-se de uma compilação, sim, mas de temas sortidos gravados por amtigos elementos do grupo, organizados como uma sequência de “ofertas”, classificadas em ficheiros com títulos tão estranhos como toda a filosofia da banda emanada dos sonhos de haxe do australiano Daevid Allen: “Doomy progrox”, “Crystaline wind chime”, “Aqua riddims”, “Greenie baby bloomer singles bar jazz”, “Documentary evidence of reality”, etc. Encontra-se de tudo nesta colecção de temas, gravados ao vivo ou em estúdio, desde apanhados da derivação vibrafonística de kazz-rock, Pierre Moerlen’s Gong, aos típicos gemidos da prostituta cósmica Gilli Smyth misturados com cantos de baleia, passando por introduções declamadas, “jam sessions” e solos de guitarra do fundo do bule e excentricidades várias por Daevid Allen, Pip Pyle, Gilli Smyth, Mike Howlet, Didier Malherbe e os próprios Gong em reencarnações recentes nos anos 90. Uma reunião que consegue manter acesa a chama dos “pot head pixies”, hoje um agregado familiar constituído, dizem eles, por uma “vasta tribo de amantes, entes queridos, inimigos e amigos que encoraja a participação e o envolvimento mútuo em múltiplos eventos”. “Family Jewels” é mais uma colherada de tempero no guisado de idiossincrsias que, desde sempre, revolveu as entranhas dos Gong, mais do que uma banda no sentido convencional do termo, uma agremiação telepática de lunáticos. Ou “revolucionários zen”, como eles próprios se intitulam.