PPz30 – Beautifuel

17.03.2000
PPz30
Beautifuel (7/10)
Carbon 7, distri. Sabotage

ppz30_beatifuel

À medida que se vai desdobrando a capa de “Beautiful” uma chama pequena transforma-se numa gigantesca labareda. Este combustível da beleza que até se pode confundir com um “beautiful” dito com sotaque portista, é destilado pelos PPz30, banda composta por um norte-americano, um israelita e três belgas cuja música soa como o desenvolvimento de uma parcela arrancada aos Mr. Bungle. Rock hardcore em constante ebulição, atravessado pelo humor de Frank Zappa, com um vocalista – Bruce Ellison – que hesita entre o mutacionismo dos Devo e o susto dos Residents, e um salto para fora para brincar ao reggae (“You’ll go blind”). Quase sempre em alta velocidade e a cada momento salpicado de surpresas e derivações aparentemente absurdas, à maneira dos Mr. Bungle. Houve já quem definisse esta música como um “híbrido resultante da conversão de Donald Duck ao heavy metal”, quem se lembrasse dos Queensryche e quem citasse como influências, além da óbvia que é Zappa, Sly & The Family Stone, Steel Pulse, Living Colour e os Lounge Lizards, estes últimos provavelmente devido às intervenções jazzísticas, na trompete, do ex-Tuxedo Moon, Luc Van Lieshout. Claro que nada disto, como nos Mr. Bungle, é para levar muito a sério. Quando os PPz30 iniciam o álbum com uma voz histérica a gritar “ants!” (“formigas”), lembramo-nos do “Albatross!” dos Monty Python. Da mesma forma, convirá não tomar como verdade científica o tema final, com letra absolutamente delirante, em que o grupo adapta a teoria do “big bang”, sobre a criação do Universo, à génese do saco de compras, em “The big bag theory”.

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