Dave’s True Story – Sex Without Bodies

16.07.1999
Dave’s True Story
Sex Without Bodies (8)
Chesky, distri. Ajasom

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O compositor David Cantor e a cantora Kelly Flint formam o duo Dave’s True Story cuja génese remonta a uma noite regada a álcool num bar da parte baixa de Manhattan em Nova-Iorque. No início de 1994 a dupla gravou o seu álbum de estreia, “Dave’s True Story”, conquistando nesse mesmo ano o prémio Kerrville New Music, depois de, nos anos anteriores, este galardão ter sido atribuído a Lyle Lovett, Suzanne Veja e Michelle Shocked. Dave e Kelly definem a sua música como “beat-lounge” e a crítica nova-iorquina naquilo a que chama cultura “neo-cocktail”, definindo a voz de Kelly como uma combinação de pêssegos e licor Cointreau. “Sex Without Bodies” mistura num copo alto Astrud Gilberto, Julie London, Peggy Lee e Chet Baker, com muito sal do mar, chantilly jaz e uma cereja pop no topo. “Baby Talk”, “Spasm”, “Once Had a Woman”, “Repentant” e “Nirvana” lançam-nos para o meio de um “drive-in”, para uma piscina de vibrafones, para o fogo de um trompete trôpego. Em “Rue de Lappe”, o cenário muda no fole de um acordeão para um baile musette de Paris do princípio do século. Depois, a voz de mil especiarias e respiração de nuvens, de Kelly Flint mostra-nos a existência de uma sensualidade sem carne, no título-tema, “sexo sem corpos”, uma bossa-nova de swing absolutamente transparente: “sexo sem corpo, sexo sem ódio, de uma paixão impossível de descrever por palavras”. Mesmo a versão de “Walk on the wild side”, de Lou Reed, mergulha na mesma névoa inebriante. O disco perfeito para este Verão.

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