Max Tundra – Some Best Friend You Turned Out To Be

23.06.2000
Max Tundra
Some Best Friend You Turned Out To Be 88/10)
Domino, distri. Ananana

maxtundra_somebest

LINK – Parallax Error Beheads

Max Tundra, aliás, Bem Jacobs, é tido como um louco. Conotado na fase inicial da sua carreira com Goldie e Aphex Twin, Jacobs editou um primeiro single intitulado “Children at Play” que foi recusado pela generalidade das editoras com a acusação: “too many ideas!” O disco acabou por sair em 1998 na Warp e, na altura, o DJ Mixmaster Morris declarou a apropósito: “A minha primeira reacção ao ouvir o single foi: ‘Internem-me este doido!’.” O “diodo” ainda fez uma remistura para os Mogwai antes de se lançar neste seu primeiro álbum a solo. “Some best friend you turned out to be” é um disco de colagens electrónicas onde as ideias e os sons se atropelam, com arquitectura fundada nas possibilidades do sampler e resultados formais que se aproxima de algumas direcções apadrinhadas por Squarepusher ou por Amon Tobin no seu novo “Supermodified”. Pianojazz, sintetizadores em fúria ou aprisionados num “powerbook” e constantes atropelos à lógica situam esta música no que poderemos classificar como “electrónica progressiva”, tantas são as mudanças e sobreposições de registo. Antecedentes também se encontram. David Vorhaus e a sua “loucura analógica” em “White Noise 2 – Concerto for Synthesizer” em “Ah, there’s deek now – let’s ask him”, Roger Miller e o seu “maximum piano”, Frank Zappa dos maneirismos no synclavier de “Jazz from hell” e, sobretudo, na globalidade desta estética multifacetada, Fred Frith, de “Gravity”, “Speechless” e “The Technology of Tears”. Houve quem simplificasse e lhe chamasse: “the-most-fucked-up-background-music-of-the-year”.

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